Capítulo 17

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Nikolas

O dia passou rápido. E muito gostoso.

Há um bom tempo eu não me divertia tão livremente, não me sentia tão leve e feliz com tudo ao meu redor.

O clima estava leve, agradável, contagiante. Eu tinha as pessoas que mais adorava ao meu redor, e isso era o que me importava. Naquele momento nem mesmo me passava pela cabaça tudo o que já me havia acontecido.

Na verdade, apenas uma coisa, ou pessoa, passava pela minha cabeça.

Virei meu rosto para Helena que abriu um sorriso discreto para mim, enquanto se despedia de Flávia.

Eu havia pedido para que ela ficasse aqui mais um pouco, pois precisava conversar e lhe mostrar algumas coisas que não poderiam ser mais adiadas.

Andréia se aproximou de mim, colocando-se ao meu lado enquanto olhávamos para a mesma direção.

— Ela é uma boa menina — ela falou repentinamente.

— É sim, eu sei disso.

— Ela vai te fazer muito bem.

— Eu ainda tenho receio do que as pessoas podem falar. E se isso atingi-la?

Andréia soltou um suspiro pesado. Provavelmente isso era algo que passava por sua cabeça também, mas ela era boa o bastante para me dizer isso.

— Vocês dois vão ter que aprender a lidar com isso. Ela sabe sobre você, se está entrando nessa, é por vontade própria.

Andréia logo se afastou, alegando que terminaria de arrumar as coisas, pois já estava cansada, e eu fiquei encarando Helena mais alguns minutos.

Tudo poderia se complicar mais para o nosso lado, mas eu teria que fazer o possível para impedir que ela se machucasse nesse percurso.

Assim que Flávia se despediu e saiu com o carro, Helena caminhou lentamente até mim, descontraída movimentando os braços.

— Eu preciso te mostrar uma coisa. — Minha voz estava séria, o que fez com que ela também ficasse.

Peguei uma de suas mãos e depositei um beijo sobre ela. Assim que ela relaxou um pouco mais, comecei a conduzi-la para dentro da casa. Seguimos nas escadas para o andar de cima. Eu sabia que mesmo com o tempo que Helena trabalhava naquela casa, ela nunca havia subido naquela parte, então sabia que seria tudo novo para ela.

Quando chegamos à porta em que eu queria, abri-a lentamente, fazendo com que ela rangesse ao movimento e revelei minha biblioteca para Helena.

Era uma sala ampla, rodeada de prateleiras repletas de livros. Havia alguns pufes em um canto, uma poltrona confortável em outro.

Assim que entramos fechei a porta atrás de nós, e vi que Helena olhava ao redor de si. Seus olhinhos brilhavam com a visão, enquanto sua boca permanecia aberta de admiração.

— Esse lugar é lindo.

Ela caminhou até uma das prateleiras, passando as mãos nas lombadas dos livros, lendo seus títulos. Eu sabia onde ela pararia seguindo naquela direção, mas deixei que fizesse isso sem interrompê-la.

Assim que ela chegou no canto esquerdo, reconhecendo os livros, virou o rosto para mim. Sua boca estava ainda mais aberta. Ela tirou um dos exemplares, folheando e parando na orelha, onde havia a foto da autora.

— Você... Já me conhecia?

Ela virou o livro para mim, mostrando a sua própria foto ali.

— Sim. Seu tio vivia me falando de você, de como era uma boa escritora... e ele me fez ler todos os seus livros. Digamos que eu e ele éramos os seus maiores fãs.

A Herdeira e a FeraOnde histórias criam vida. Descubra agora