Azriel - cinco

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Talvez eu tenha bebido um pouco mais do que deveria ontem, minha cabeça estava latejando, uma dor aguda me incomodando e olha que ainda era super cedo. Mas poder beber livremente com meus irmãos sem correr o risco de um paparazzi me fotografar e acabar nas fofocas da internet no outro dia, é muito bom.

Depois que eu atendi a ligação de Hope, meu humor caiu para zero, e eu só queria saber de encher a cara e esquecer o som da voz dela, maldita hora em que eu fui atender aquela chamada.

Fecho os olhos deixando meus braços cairem pesados sobre o colchão, eu estava apenas de boxer jogado em minha cama, ainda lembro do som de sua voz, ela chorava enquanto me pedia perdão pela milésima vez.

"- Az por favor, eu sei que eu errei, eu fui uma idiota, mas eu me arrependi. - sua voz era chorosa do outro lado da linha e eu apenas solto um suspiro.

- Não adianta Hope, isso foi demais pra mim. Um mês, você tava me traindo por um mês inteiro porra. Acha que posso perdoar isso assim? - eu digo me jogando em uma das espreguiçadeiras da varanda.

- Sei que o que fiz não tem perdão, e sei que eu magoei você, mas eu me arrependo Az, por favor. - ela soluça e por um momento meu coração se aperta em meu peito.

Fico olhando para o jardim, para as muitas rosas, perdido em meus pensamentos, eu a amava mais que tudo, mas porra, eu não consigo. Não dá.

- Não da Hope. Já deu pra gente. Isso foi totalmente diferente das brigas que tínhamos por causa de ciúmes, o que eu acho que agora tem todo o fundamento não é, meus ciúmes que você dizia serem sem sentido. - ela chora um pouco mais alto.

- Não fala assim Az, por favor. Amor vamos conversar direito. - ouvi-la me chamar de amor me balançou um pouco e eu me xingo mentalmente.

- Eu tenho que desligar, eu tô ocupado no momento. - solto um suspiro.

- Onde você está? Eu fui ao seu apartamento e não achei você. - ela pergunta fugando.

- Não preciso responder, e como eu falei, eu preciso ir.

Não espero ela dizer mais nada e desligo o telefone."

Lembro que eu fiquei ali sentado, apenas encarando o jardim bem iluminado, as estrelas altas no céu de Velaris, eu tinha esquecido como é lindo o céu noturno de minha cidade.

Penso nas palavras de Hope e por mais que eu a ame demais, por mais eu queira perdoa-la, eu não consigo, toda vez que eu lembro daquela maldita cena, eu tenho vontade de quebrar tudo. Não, não vai ter volta, por mais que eu sofra o inferno, não vou aceitar passar por isso e ser traído de novo.

Solto um suspiro longo passando minhas mãos por meus cabelos. Eu queria poder estar dormindo e acordar e isso tudo não passar de um pesadelo, um puta pesadelo.

Encaro um porta retrato que está sobre minha escrivaninha, uma foto minha com Cass e Rhys, um ano depois que eu fui adotado por sua mãe quando eu tinha nove anos. Dou um sorriso ao lembrar desse dia, nós estávamos com roupas pesadas de frio, estávamos brincando de atirar bolas de neve um no outro, estava nevando nesse dia, e nós amávamos brincar na neve, estávamos distraídos jogando bolas de neve um no outro quando nossa mãe tirou a foto.

Meus irmãos também possuem um porta retrato com a mesma foto em seus quartos, tínhamos muitas outras espalhadas pela casa, mas essa era uma das minhas preferidas, tinha um porta retrato com uma foto minha e Mor, ela estava em minhas costas, suas pernas atracadas em minha cintura e os braços abertos levantados no ar rindo, eu amava essa foto. Uma minha com Amren em que ela me fuzila com os olhos depois de eu ter chamado ela de pigmeuzinha e ter me dado um tapa no braço.

Intense - GwynrielOnde histórias criam vida. Descubra agora