Intense - Gwynriel

Azriel - nove

Depois que voltamos para casa ontem, eu jantei com meus irmãos e as garotas e depois fui para meu quarto, eu tentei durante o dia todo não desabar na frente deles, e graças a uma certa ruiva, eu consegui que isso não acontecesse, mas quando a noite chegou e eu me vi em casa, quis ficar sozinho, então fui para meu quarto, peguei meu violão e toquei.

Toquei e toquei por horas, tentando tirar essa sensação de vazio de dentro de mim, eu havia tido um dia incrível com meus irmãos, com minhas amigas, mas depois que entrei naquele quarto, eu desabei, me entreguei à música e me permitir vagar pela imensidão da minha mente.

E chegou um momento em que eu não suportei e chorei, chorei porque, porra, essa merda tá doendo, eu queria gritar e arrancar essa merda do meu peito.

Não sei quantos cigarros eu fumei sentado na minha janela, enquanto olhava para a madrugada fria, meus pensamentos em Chicago.

Inferno! Desde quando eu sou tão fraco assim?!

Eu poderia perdoa-la, ah eu poderia, mas nada seria como antes, eu não conseguiria seguir em frente como se nada tivesse acontecido.

Fiquei ali sentado na janela apenas encarando o céu, não conseguia dormir, por mais que estivesse cansado, não conseguia calar minha mente.

Estava tão perdido em meus pensamentos que não notei quando a lua foi aos poucos se pondo e o sol logo se fazia presente. Eu havia passado a madrugada sentado em minha janela.

E agora eu estava aqui na sala de estar, jogado sobre o sofá com meu violão sobre mim, dedilhando algumas notas enquanto vejo um desenho animado na tv, que eu não estou prestando a mínima atenção.

Meus pensamentos ficam dando voltas e mais voltas em torno dela, de minha ex. Hope já havia mandado milhares de mensagens, já havia me ligado muitas e muitas vezes mas eu apenas tenho a ignorado.

Tenho medo de responder ou atender e acabar cedendo a ela, sim, eu estou sendo covarde mas... mas eu não sei se conseguiria me manter firme ao ouvir sua voz.

Solto um suspiro ao pensar nessa possível gravidez dela, se isso for verdade, essa criança era para ser minha, era para ser nossa. E nesse momento eu estaria grudado nela, a mimando de todas as formas possíveis, morrendo de felicidade.

Estaria cuidando dela, ainda mais do que o necessário, e ela brigaria comigo por estar sendo exagerado, mas eu apenas sorriria e a mimaria mais um pouco.

Me xingo mentalmente.

Mas não.

Essa criança não é minha, e mesmo se fosse, nada mais seria como antes.

Hope acabou com tudo o que tínhamos, ela jogou fora tudo o que tínhamos.

E eu sou um idiota por ficar aqui remoendo essa merda toda.

Me sento no sofá e começo a tocar Stitches em meu violão, deixo a música fluir sem me importar se acordaria meus irmãos. Essa porra toda estava me deixando louco, e eu odeio me sentir assim. Odeio me sentir tão fraco.

Eu toco deixando meus dedos deslizarem sobre as cordas do violão, minha voz ecoando pela sala, fecho meus olhos e apenas me deixo levar pela música, sem me importar com mais nada.

Penso em minha mãe, em seus lindos olhos violetas tão parecidos com os de Rhys, penso nela me dizendo que tudo ficaria bem quando me viu pela primeira vez no orfanato, quando viu minhas mãos machucadas e cuidou de mim.