Gwyn - vinte e três

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Eu estava mais uma vez colocando minhas tripas pra fora debruçada sobre o vazo sanitário, havia semanas que eu vomitava sem parar e estava extremamente sensível.

E eu estava muito assustada com isso, em minha mente eu já sabia o que era, mas estava tão relutante em fazer um teste para ter certeza, mesmo que eu já tenha certeza, já que minha menstruação estava atrasada.

Um mês havia se passado desde o acidente de Az, e ainda não sabemos o que aconteceu com ele, ainda não temos nem sequer pistas se ele está vivo ou onde ele está, mesmo assim, Rhys não se dar por vencido e continua procurando sem parar.

Eu ainda estava morando na casa de Rhys, já havia trago quase todas as minhas coisas para cá, e havia me mudado para o quarto de Az, eu não havia mudado nada aqui dentro, estava tudo do mesmo jeito de quando ele viajou, as roupas em seu guarda roupa, suas coisas no banheiro, era como se ele ainda estivesse aqui e fosse passar por aquela porta a qualquer momento.

Seu violão recostado perto da cama, me lembra da música que ele tocou pra mim naquela manhã, e eu a ouvia todos os dias, me lembrando que ele voltará para mim.

Eu não havia desistido, não havia perdido as esperanças de que veria meu namorado de novo, algo dentro de mim não me deixava desistir, me dizendo que ele está vivo, e que vai voltar pra mim.

Eu, Cass e Rhys nos tornamos ainda mais próximos, eles eram como se fossem meus irmãos mais velhos e eram extremamente cuidadosos comigo, as vezes até exageravam, mas eu não me importava.

Sempre que eu entrava no quarto de Az, eu me sentia perdida, tão perdida sem ele ali, por mais que eu esteja sabendo lidar com isso de certa forma, isso não me impedia de desabar pelas madrugadas a dentro.

Eu sinto tanta falta dele, sinto tanta saudade, e ela me corrói por dentro, me destroça pedaço por pedaço.

Era como se eu estivesse incompleta sem ele, e eu realmente estava, um vazio em meu peito, um peso em meu estômago e nada que eu fizesse durante o dia mudava isso.

Mesmo eu mergulhando de cabeça no trabalho, mesmo eu tentando me manter ocupada, mesmo assim nada tirava esse vazio, ainda assim esse sentimento oco não saía de dentro de mim, esse vazio que somente Azriel preenche.

Quando eu comecei a sentir os enjoos e o sono em excesso, onde eu não podia me recostar em lugar nenhum, principalmente em Cassian e Rhys, que eu logo começava a cochilar, quando comecei a sentir isso, eu comecei a sair e caminhar por Velaris, para que meus amigos não suspeitassem de nada.

Eu sempre ia aos lugares onde eu já havia ido com Az, ficava horas no lugar onde nos beijamos pela primeira vez, era como se ao voltar lá, eu pudesse voltar àquele dia, e eu tocava minha barriga, imaginando já aquele bebê crescendo ali dentro de mim.

Uma mistura minha e do homem que eu amo e escolhi para estar ao meu lado até meus últimos dias.

E eu ficava imaginando como ele seria, se seria perecido com Az, ou se seria parecido comigo, ou se seria uma mistura perfeita de nós dois.

Eu me abraçava e imaginava Azriel ali me envolvendo em seus braços, imaginava seu lindo sorriso e seus olhos brilhando quando eu contasse a ele que seria pai. Que teríamos um bebê.

Uma miniatura perfeita nossa.

E eu sempre acabava chorando depois disso, porque é doloroso demais, e eu me sinto tão sozinha nesse momento, mesmo tendo Cass e Rhys, Ness e Eme, ainda assim, eu queria que ele estivesse aqui comigo, que me abraçasse quando estivesse sonolenta, que segurasse meus cabelos quando estivesse vomitando desesperadamente no vaso sanitário.

E eu chorava. Chorava sentindo sua falta e desejando aos céus que ele voltasse para casa.

Intense - GwynrielOnde histórias criam vida. Descubra agora