Maia Martínez.
Juro. Nesse momento, no segundo em que vi seu rosto, me veio a mente os anos de memórias como se todas tivessem se escondido e agora, simplesmente surgiram.
- Não é "oh dios mio" é o my god! - exclama. - Maia, você está em L.A, amore mio. - Saudade desse sotaque.
- É my Baby e não "amore mio", está em L.A seu italiano safado - o abracei fortemente.
Meu Deus... estou ainda mais extasiada ao vê-lo pessoalmente, cheguei a chorar litros na ligação, mas agora, o vendo na minha frente, simplesmente não consigo soltá-lo.
- Maia, larga! larga! Olha o suor! - faz gestos exaltado destribui mini tapinhas nos meus braços
- Nath Rosso Rossi, o chico mais convencido de toda Italia - soltei finalmente, não por vontade própria, é claro.
- Você pare com isso, Maia. Não ouse me chamar pelo nome do meio novamente, já basta ter o sobrenome Rossi.
- Tudo bem, Sr. avermelhado - isso o irrita tanto, que se torna mais satisfatório para mim dizer.
- ok chega, agora me conte TUDO, o que veio fazer em Los Angeles? desde quando você ficou tão gostosa? oh meu deus,reparei nisso agorinha menina - segurou em meu braço e girou-me como se quisesse checar tudo.
- uma coisa de cada vez Nath, primeiro que eu quase não te ouço com essa música altíssima
tava tão alta que em alguns momentos senti a música sincronizar com as batidas do meu peito.
- vêm,tenho uma sala lá em cima e aí podemos conversar - apontou em direção as escadas no fundo do palco.
enquanto subiamos as escadas,o som da música ia sumindo,como se tivéssemos a muitos metros de distância, deve ser algum tipo de truque sonoro, ou alguma coisa parecida.
- Olha. Não repara na bagunça, e se avistar algum sutiã com renda, na cor vinho, me avisa. Tenho que devolver
ele definitivamente continua o mesmo de sempre.
- agora me conta, tá fazendo o que na cidade dos anjos?
- no momento. Nada, mas vim por uma proposta de trabalho da F.A - ele arregalou os olhos, como todas as outras pessoas para quem contei essa informação.
- mulher do céu, então quer dizer que deu certo né? aquela coisa toda de desenho,de roupa, de trabalho dos sonhos, que bacana
quem me dera poder responder que sim, mas nitidamente o "trabalho dos sonhos" ainda está em fase de andamento.
- na verdade deu bem errado, logo depois do ano que você foi embora,eu terminei a faculdade e comecei um estágio em um ateliê de lá, sabe o San Vistoso? - ele balançou a cabeça em afirmação. - então,era pra ser algo temporário,mas quando fui ver,já tinham se passado três anos e eu continuava naquele trabalho que claramente, não era o dos meus sonhos.
- olha Maia, talvez esse "temporário" - fez gestos com os dedos. - Fosse 3 anos,pense pelo lado positivo, você já tem bastante experiência e recebeu uma proposta de trabalho de uma das maiores agência, isso significa que três anos serviram pra algo.
Tá legal... isso foi muito estranho,será que a música alta afetou minha audição? Nath Rossi sendo positivo em vez de esfregar na minha cara que sou um fracasso e apresentar-me suas milhares de qualidades. Duvidoso.
- é,você talvez tenha razão, agora conte-me o que você faz em Los Angeles.
Talvez eu já saiba a resposta pra isso,já que ele sempre ficava de um lugar pro outro a cada 2 anos, A mãe dele é uma GRANDE mulher de negócios, ela tem clubes e propriedades pra todos os lados nesse mundinho, além do Nath, ela tem outros 2 filhos homens, todos eles são advogados assim como o homem a minha frente, e ela sempre os mandava de um lugar a outro,para resolver suas questões mais "sérias"
- Ah você sabe Maia, o mesmo de sempre, conhecendo lugares novos, pessoas novas,culturas novas, e como hobby, cuidando dos problemas da mamãe.
- Foi o que pensei, então? apenas mais 2 anos?
- apenas mais dois anos.
A conversa estava ótima, e duraria o resto da noite se Emi não tivesse ligado pedindo ajuda para carregar Sam para longe do carinha de vermelho.
- Nath, foi ótimo te ver normalmente, qualquer dia desse eu te ligo,para sairmos de novo.
- Também é ótimo revê-la Maia, ligue-me sempre que quiser, vem, vou te levar de volta a suas amigas.
Já estávamos saindo da sala,quando o telefone tocou e Nath disse que precisa atender,ele passou poucos segundos em silêncio, parecia bem atento.
- Maia eu realmente preciso dar atenção a isso aqui - apontou em direção ao celular
apenas acenei de forma que entendesse que tudo bem, eu já iria embora.
estava procurando por Emi e Sam no meio daquela gente toda,quando esbarraram em mim e derramaram bebida no meu vestido.
- droga. - exclamei irritada.
- aí moça, desculpa! meu deus eu sou desastre - falou a pessoa a minha frente.
homem alto, ombros largos, pele avermelhada,olhos azuis e cabelos negros, quem pós isso no mundo?
- moça,me ouviu? - fez curtos movimentos na frente dos meus olhos. - Desculpa mesmo, eu não te vi,estava apresado e acabei esbarrando, desculpa mesmo. - falou acelerado.
- não tudo bem, foi um acidente, acontece.
foi um acidente que custou um lindo vestido sequinho, espero que isso não manche.
me assustei quando ele se afastou repentinamente até o bar e pediu alguma coisa que eu não ouvi, para garçonete que estava lá, ela logo lhe entregou um papel e caneta, enquanto isso eu estava lá,parada, como se tivessem colado os meus sapatos ao chão.
- aqui, esse é o meu telefone - esticou a mão até mim com um pequeno papel entre os dedos. - se seu vestido manchar, me ligue, não quero me sentir culpado por tê-lo estragado.
gentileza ou cortejo? vindo de um homem desconhecido,eu diria que tenho minhas dúvidas.
Eu, ainda meio em choque com o homem a minha frente,apenas peguei o pequeno papel sem dizer nada,e sai em direção a saída.
- Maia, aqui!!! - Emi gritava a frente do clube.
Nesse exato momento. Eu queria que alguém filmasse a cena a minha frente, Dios mio.
Sam estava sentada na calçada, com uma jaqueta vermelha abaixo de suas pernas e com os sapatos presos ao seus punhos,como pulseiras. Enquanto o carinha de vermelho, que agora está apenas com uma camisa preta, estava deitado ao seu lado com um dos braços cobrindo o rosto enquanto gritava frases que no momento são desconhecidas por mim.
- que tipo de catástrofe os atingiu? - perguntei enquanto me apoiava nos ombros de Emi.
- a catástrofe da tequila - exclamou ofegante. - Onde você tava esse tempo todo? eu te liguei umas 20 vezes.
- fiquei conversando com Nath desde que sai da pista, desculpa te deixar sozinha nessa.
- tudo bem, agora me ajuda a por ela no carro, depois a gente liga para um táxi e manda esse maluco pra casa dele.
Recapitulando, agora Emi que está parecendo a mãe responsável, essa frase parece não combinar com ela.
chamamos um táxi pro carinha e depois fomos até o apartamento da Wilson, ficaríamos por aqui essa noite,já que a minha carona não está em condições nem se quer de ficar de pé.
Já são quase 3 da manhã, uma noite e tanto, passou tão rápido que quase não notei.
Parece que boa parte das minhas lembrança estão por aqui, parte de tudo que eu desejei, parte de tudo que sonho pra mim, talvez parte do meu legado esteja aqui.
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gosto de lembranças, por que são uma das poucas coisas que ninguém pode interferir, espero que gostem, um xerô!!!
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Legado
Romance+14 Legado. Todos nós queremos ter algo aqui na terra que faça as pessoas saberem quem somos ou o que fomos, ficamos a vida toda construindo uma histórias,vivendo situações difíceis e têm as pequenas parcelas de sorte, existem sortudos na terra, si...