Por Jesse
Termino de cortar a torta de frango com catupiry e coloco tudo dentro de uma vasilha. Hoje acordei um pouco mais cedo para fazer uma torta, fiz um pouco a mais para os rapazes também. Deixo a sacola com a torta em cima da mesa e vou para fora de casa. Pego o regador que já está com água e começo a aguar minhas plantas. Minha horta está ficando muito bonita também. Olho em volta e imagino uma menina pequena aguando minhas plantas enquanto eu termino o almoço. Sempre quis ter uma família grande para chamar de minha. Acho que isso é decorrente do fato de ter crescido apenas com o meu pai. As vezes me sinto sozinha e solitária. Não tenho muitas amigas também, porque as meninas da escola sempre me chamavam de Jesse João por eu andar com roupas fora de moda e um pouco mais largas. Respiro fundo e balanço a cabeça tentando afastar esses pensamentos.
Estaciono o carro em frente ao complexo, pego minhas coisas do banco de trás e saio do carro. Enquanto caminho paro para pensar no clima que rolou ontem entre eu e Levi. Seus olhos pareciam olhar no fundo da minha alma. Entro na cozinha e coloco minha vasilha dentro da geladeira.
_ O que tem aí? Parece um pouco grande. - Pergunta um homem de cabelo comprido e cara de nerd.
_ É uma torta de frango com catupiry. Pode comer se quiser,fiz um pouco a mais pra todo mundo experimentar. - Digo. Ele não diz nada e continua me analisando. Vejo Ruivo entrar pela porta e parar ao lado homem.
_ Por quê você não foi ontem? Pergunta ele olhando com cara de poucos amigos para o nerd.
_ Estava cansado pai. - Diz ele. Então esse é o tal de Connor. Ele é muito bonito, porém não parece em nada com o ruivo e muito menos com a Mikaela. Diferente do irmão que parece ser uma mescla dos dois. Caminho para fora da cozinha e deixo os dois para trás. Assim que entro na oficina vejo que tem apenas dois clientes. Um já está sendo atendido por Dragon, porém o outro está esperando atendimento. Não sei explicar, mas não senti uma energia boa desse sujeito. Ele é um homem barrigudo e que cheira a bebida barata.
_ Posso ajudar. - Pergunto vendo ele olhar para o meu corpo como se fosse um pedaço se carne no açogue.
_ Claro que sim. Preciso trocar o retrovisor do meu carro. - Diz ele sem parar de olhar para o meu corpo. Respiro fundo e vou até onde os retrovisores estão. Ajudo ele escolher um que combine com seu carro e saímos em direção ao seu veículo. Coloco a caixa de ferramenta no chão abro e pego uma chave de venda para remover o retrovisor. Como estou de costas não consigo ver ele se aproximar, apenas sinto sua mão passar em minha bunda. Em um ato automático viro minha mão em seu rosto, porém eu não esperava receber um tapa de volta. O tapa foi tão forte que meu corpo bate com violencia no carro do sujeito.
________________ Por Levi ______________
Acabei de parar a moto quando vejo a cena do homem dando um tapa no rosto de Jesse. Pego minha arma dentro da jaqueta e corro em direção a eles. Vejo os meninos saírem correndo da oficina, destravo a arma e observo Alex segurar Jesse por trás. Chego por trás do homem e coloco minha arma em sua nuca. Agora consigo ver o rosto dela, seus lábios estão cortados e seu rosto extremamente avermelhado. Sinto uma raiva dentro de mim. Quem esse pedaço de merda pensa que é.
_ Seu filho da puta. Me solta agora. - Grita ela com o rosto molhado pelas lágrimas.
_ O que está acontecendo aqui. - Digo olhando nos olhos de Jesse. Ela aponta seu dedo trêmulo em direção ao homem.
_ Esse desgraçado passou a mão em mim enquanto estava removendo o retrovisor. - Diz ela envergonhada.
_ Você fez isso? Você mexeu com um dos nossos - Pergunto, mas na verdade não preciso da resposta. Abaixo a arma e acerto um tiro em seu pé esquerdo. O homem cai de joelhos e grita de dor. Faço sinal para Dragon que corre para fechar as portas da oficina. Me aproximo de Jesse e mando Alex levar o homem para o complexo. Jesse não para de chorar e tremer.
_ Eu juro que não fiz nada. Ele simples passou a mão em mim. - Diz ela. Abraço seu corpo tentando lhe passar um pouco de conforto.
Levo Jesse para dentro do complexo e mostro para ela onde fica meu quarto. Todos os membros oficiais tem um quarto no complexo. Vejo ela entrar no quarto de cabeça baixa e fechar a porta. Vou apressadamente para a sala de reuniões.
_ Eu sabia que isso não era uma boa ideia. - Abro a porta e escuto meu irmão falando.
_ Você está dizendo que a culpa é dela? - Pergunto com um leve tom de decepção.
_ Não. Eu sei que ela não teve culpa. Quis dizer que infelizmente não temos total controle das situações que ela pode vim a passar aqui. E se os meninos não tivessem visto? E se o carro dele estivesse mais longe? Levi o fato dela ser mulher sempre vai colocá-la em desvantagem. - Diz meu irmão coçando a cabeça. Pior que ele não está completamente errado.
_ Então temos um problema? Pergunto já sabendo a resposta. Não acho certo ela abrir mão da chance que correu tanto atrás para conseguir por causa de um babaca de merda.
_ Sim, temos um problema.
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(Revisão) Série Brothers Mc 03: A única entre os brothers
Phi Hư Cấu_ O que tem de tão especial neles pai? - Pergunto querendo saber. _ São uma família. Quando eu morrer você estará sozinha. - Minha mãe morreu quando eu nasci, então sempre foi eu e ele. Meu pai era mecânico. Eu cresci vendo ele trabalhar em carros...