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ALERTA DE GATILHO: Pensamentos intrusivos, suicidas e vício em drogas.

EM NENHUM MOMENTO ESTOU ROMANTIZANDO O USO DE DROGAS. 

Boa leitura!

4 meses depois: dezembro
POV SARAH 

Alguns meses se passaram desde aquela confusão com o meu pai, desde que eu tentei tirar a minha própria vida para tentar melhorar a dos outros.

Passava pela minha cabeça que se eu fosse, as coisas facilitariam.

Facilitariam para o Rafe, seria olhado para o meu pai do jeito que merecia.

Facilitariam para a Wheezie, que pelo menos seria olhada por alguém dentro dessa casa.

Facilitariam para o John B, que poderia amar alguém sem arriscar a própria vida.

Talvez as coisas facilitariam até para mim, se eu não estivesse mais aqui, talvez essas atitudes do meu pai parassem e aí eu pararia de me sentir culpada.

Mas eu não fui e consegui ver uma pontinha de esperança. Meu pai aceitando minha relação com John B, que está ficando cada dia mais forte e linda, assim como a minha amizade com os pogues e com Big John. 

Nesse meio tempo eu pude ver o relacionamento da Kiara e do JJ crescer e acabar na mesma intensidade, assim como eu pude consolar os dois. Pude também conhecer melhor a Blair, falar sobre nossos sonhos e recebi um conselho lindo dela, de que sonhos pequenos são metas e apenas os grandes e quase impossíveis são considerados sonhos. Além de tudo, pude ver o Pope se mostrar um alguém inteligente e pude conhecer suas metas.

Ter ficado me fez ver que a vida pode ser linda sem que a gente se esforce para ver, a beleza dela está exatamente na nossa frente.

Infelizmente, oa gatilhos estão por todo lado e quando eles aparecem, as coisas não parecem ser tão bonitas, as cores somem e a luz se apaga.

- Sarah - a voz de Wheezie me tira de meus pensamentos - o papai está te chamando 

Me levanto e ando até o escritório do meu pai, bagunçando os cabelos da minha irmã.

- Bom dia - falo entrando - o que houve? 

- Chame a Wheezie - meu pai fala 

- Wheez 

- Estou aqui - ela entra no cômodo - O que houve?

- Rafe será solto hoje - meu pai fala sem emoção - Eu acabei de sair de uma ligação com o avô do Topper e eles irão busca-lo 

- E ele vai passar o natal com a gente? - Wheezie pergunta animada 

- Não - meu pai responde seco, me fazendo olha-lo de cara feia 

- Mas nós podemos vê-lo? - ela pergunta - Não vemos o Rafe há muito tempo - abro a boca para responder quando meu pai me interrompe 

- Essa decisão não cabe a mim - ele fala me olhando com desdém 

- É claro que nós vamos ver o Rafe - falo lançando um olhar desafiador para Ward - vou ligar para o Topper agora mesmo para saber a hora que ele será solto - falo e olho para Wheezie com um sorriso, ela sai do escritório aos pulinhos e quando viro o rosto para Ward, percebo sua fúria 

- Você não aprende mesmo - ele nega com a cabeça 

- O que? Você quer que eu vire as costas para o meu irmão - falo baixo para que Wheezie não me escute - no dia em que ele será solto 

- E porque ele foi preso?

- Para você ter alguém para culpar - falo entredentes - Pensei que essas coisas já estavam resolvidas 

- Essas coisas só estarão resolvidas quando você aprender a rever suas prioridades 

- De novo esse papo de prioridades pai 

- VOCÊ NÃO APRENDEU NADA - ele grita se levantando da cadeira, me fazendo recuar dois passos - Sua prioridade são o Rafe e aqueles pogues, quando deveriam ser...

- O que? A empresa? - pergunto com raiva - Pode pegar essa maldita empresa e enfi-

- Sarah - Wheezie me interrompe - fale logo com o Topper, estou ansiosa 

- Pegue aqui meu telefone, ligue para ele 

- Pode ligar, já acabamos nossa conversa por aqui - meu pai fala se sentando na cadeira - mas não diga que eu não avisei 

- Isso por acaso é uma ameaça? - falo me aproximando da mesa dele 

- Talvez seja, mas é muito cedo para falar - sinto humor na voz dele quando fala 

- Não tenta me ameaçar, muito menos o meu irmão

- E você vai fazer o que, Sarah? Você não tem ninguém - ele fala dando de ombros e eu me viro de costas, saindo do escritório em passos rápidos 

Quando me encontro do lado de fora do cômodo, solto o ar que eu nem sabia que estava prendendo. 

Pensei que estava tudo bem, mas apenas uma coisa faz tudo voltar, com o Rafe e meu pai já mostra a sua verdadeira face. Só queria que doesse menos essa maldade que ele faz, só queria que ele não fosse capaz de fazer essas coisas. 

O Rafe é filho dele e como ele foi capaz de prendê-lo? Como até hoje ele teve tanta capacidade de tentar me virar contra meu irmão? De vira-lo contra mim? 

- Sarah - Wheezie, mais uma vez, me tira de meus pensamentos - Sarah!

- Oi, desculpa - falo balançando a cabeça para jogar os pensamentos longe 

- Eu falei com o Topper, eles vão sair para buscar o Rafe às 11 horas

- Tudo bem, vamos nos arrumar porque já são 10 horas 

- Vou tomar banho - a caçula fala feliz 

Me dirijo até meu quarto e mexo nas mingas gavetas, procurando uma roupa de frio. Aliás, é dezembro e tem previsão de neve para hoje. 

Ainda mexo nas minhas gavetas,  mesmo depois de encontrar uma roupa. Meu subconsciente sabe que eu não estou procurando roupas, ou calçados e muito menos uma meia.

Minha cabeça e meu corpo sabem que eu estou procurando algum resquício de droga ou comprimido calmante. Eu sei que eu escondi uns três embrulhos de maconha quando JJ e John B invadiram meu quarto e jogaram todas as minhas drogas fora.

Mas talvez eles tenham jogado fora. Talvez alguém tenha encontrado e jogado no lixo. 

Antes que eu perceba, meus dedos discam um número e eu só dou por mim quando alguém fala do outro lado da linha.

ligação on 

- Alô, a princesinha kook estava sumida 

- Cala a boca seu verme - falo baixo - E-eu preciso de algo 

- Estou a seu dispor, madame

- Preciso de mais - falo baixo, quase que para mim mesma 

- Cocaín...

- O que for - o interrompo - As coisas que eu peguei antes, preciso de mais 

- Sim senhora - Barry responde em um tom presunçoso - mais alguma coisa 

- Eu acho que preciso de uma arma 

- Sarah Cameron - Barry fala surpreso - você precisa de uma arma?

- Sim

- Posso saber por que?

- Cuida da sua vida, Barry - falo - eu te dei dinheiro e você consegue o que eu quero 

- As coisas não funcionam assim - ele fala - ah não, você sabe que não 

- Comigo funcionam, consiga o que eu quero. Hoje a noite eu buscarei tudo 

- Como quiser, princesinha kook - Barry fala e da uma risada nojenta, me fazendo desligar o telefone com raiva 

SECRETOnde histórias criam vida. Descubra agora