Capítulo 8

11 2 0
                                    


De: Jade <Jade_jade@mail.com>

Para: Thomas <euthomas@mail.com>

Enviada: 16 de junho, 05:25

Assunto: Casa dos sonhos

Querido Thomas,

Você não iria acreditar na casa que estamos aqui na praia. É surreal de linda.

Quando chegamos, só conseguia imaginar como você iria adorar a área gourmet e a piscina enorme que tem aqui. Nos meus melhores sonhos, essa seria o tipo de casa que criaríamos nossos filhos.

Tive a sorte de ficar no quarto maior, junto com a Olivia, que por um acaso está do meu lado agora dormindo de boca aberta.

Como sempre fomos as primeiras a querer ir dormir. Ainda escuto vozes lá embaixo, provavelmente seja o Matheus, você sabe muito bem como ele fala alto.

Vou tentar dormir um pouco agora...

Te amo para sempre.

Da sua Jade.

.

.

.

O relógio do celular marcava meio-dia quando despertei. Uma fresta de luz atravessava a janela entre as persianas. A casa estava silenciosa, provavelmente todos ainda dormiam. Me encolhi no edredom macio que aquecia meu corpo, me amaldiçoando por não conseguir voltar a dormir.

Já se passavam das cinco da madrugada quando eu e Olivia subimos para o quarto, mesmo em meio aos protestos. Nossos corpos imploravam pela cama macia da suíte que nos esperava. O resto do pessoal ficou conversando por um bom tempo pelo que pude ouvir do quarto. Provavelmente não iriam acordar tão cedo.

Depois de ficar revirando na cama por algum tempo, cheguei à conclusão de que não iria conseguir voltar a dormir. Me movi lentamente para fora da cama. Olivia acordou com meu movimento, resmungou algo que não consegui entender e virou para o outro lado.

Fui até o banheiro do quarto, onde agora estava sobre a pia alguns pertences meus e de Olivia. Era incrível como somente tínhamos chegado a algumas horas e já conseguimos deixar o ambiente bagunçado.

Escovei os dentes e dei um jeito no meu cabelo, fazendo um coque alto. Não queria correr o risco de me esbarrar com o Theo com essa cara de quem acabou de acordar.

Durante a madrugada, trocamos alguns olhares despretensiosos. Jogávamos um jogo de azaração perigosa, ao qual todas as vezes em que eu jogava, alguém saia machucado. Foi assim com o Thomas também. Mas não podia negar que eu gostava daquilo.

Desci as escadas e fui em direção a cozinha. Como eu imaginei, todos ainda estavam dormindo. A sensação era de que eu era somente um ponto perdido na imensidão daquela casa.

Me apressei a preparar um café para espantar o resquício de sono. A cozinha possuía uma janela enorme, que se abria para a vista da piscina da casa. O tempo estava nublado, mas um sol tímido se atrevia a aparecer entre as nuvens e logo desaparecia em seguida.

Fiquei paralisada por alguns minutos, observando a vista daquela janela enquanto o café estava sendo coado. Imaginei a vida perfeita que Theo aparentava ter. Imaginei se na sua infância ele corria por aquele quintal enorme ou tomava banho naquela piscina, sem precisar se preocupar com nada pois seus pais tinham o controle de tudo para o futuro deles. Parecia um sonho ter uma vida daquela. Sonho este que precisei sonhar acordada a minha vida toda.

Querido ThomasOnde histórias criam vida. Descubra agora