Capítulo 17

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No final da tarde, Theo me buscara no estágiopara irmos à casa de Matheus onde aconteceria uma social entre amigos. Nocomeço recusei o convite, pois tinha assuntos mais importantes para resolver,mas Theo foi insistente e me convenceu de que seria bom para mim sair eencontrar com meus amigos.

- Olá princesa – Theo falou assim que me sentei no banco de passageiro. Ele se inclinou para trás, me observando dos pés a cabeça. – Você está diferente.

Coloquei o cinto de segurança, evitando a todo custo um contato visual.

- Deve ser a iluminação do carro, já falei pra você trocar essa lâmpada – Tentei rir de minhas palavras, mas falhei. Eu sabia o que estava diferente em minha aparência, mas não iria dizer a ele que fiquei por três dias em greve de fome e banho. 

Minhas palavras não pareceram convencê-lo. Ele levantou uma sobrancelha, ainda me encarando.

- Hm... não me parece ser a luz. Mas enfim... – Ele voltou sua atenção para o volante, dando partida no carro logo em seguida. – Fiquei preocupada com você esses dias, quase não me respondeu direito, até a Olivia veio me procurar...

- Olivia? – Interrompi sua fala – O que ela disse?

- Ela falou que foi até sua casa ontem a noite e você não atendeu nem o porteiro. Engraçado que o horário que ela foi você geralmente já está em casa.

- Acho que eu estava no banho e não ouvi...

Theo me observou com o canto do olho, fazendo com que eu voltasse minha atenção para a janela do carro. Eu sabia que minhas táticas de mentira eram péssimas, mas nos últimos dias a evidência desse fato era gritante.

- Você está se sentindo bem? – Theo quebrara o silêncio que havia se instaurado – Parece um pouco amuada...

- Estou bem – Forcei um sorriso que não pareceu convencê-lo.

- Sei que deve estar sendo difícil pra você esses dias, mas...

Antes que ele terminasse seu pensamento o interrompi:

- Por favor, não começa. – Arrisquei olhar no fundo dos seus olhos em uma súplica silenciosa. Ele entendeu o recado e acariciou minha perna. – Sei que você pediu para o Leonardo conversar comigo.

Ele me olhou surpreso, mas logo suspirou fundo entregando-se.

- Só queria ajudar...

- Você já me ajuda muito Theo, você não faz ideia de como é meu porto seguro.

Senti sua mão se entrelaçar na minha e ele me puxou para mais perto me beijando com ternura, correspondi ao beijo imediatamente. Quando ele se afastou, resmunguei.

- Quer que eu cante pra você ? – Um sorriso brincalhão atravessou seu rosto. Ele se inclinou e aumentou o som do carro, que até então estava baixo, quase inaudível. Ou era as vozes em minha cabeça, que falavam tão alto que impossibilitaram que eu ouvisse a música que tocava no carro. – I am not the only traveler...

Theo começou a cantarolar a música The Night We Met que tocava no rádio. Ele tentava imitar a voz do cantor, o que me fez gargalhar da sua atuação.

- Who has not repaid his debt, I've been searching for a trail to follow again...

– Theo para... – Falei enquanto ainda gargalhava alto da sua cantoria.

Take me back to the night we met - Ele aumentara a voz conforme a música avançava. Senti sua mão se entrelaçar na minha que estava sobre meu colo. – And then I can tell myself, What the hell I'm supposed to do.

Querido ThomasOnde histórias criam vida. Descubra agora