Eu Nasci Nas Estrelas

Apresentação

Por JoyceSW

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   O prólogo do livro, em uma narrativa mais simples e direta, deixa ainda muito dúvida do que está por vir, e está certo, pois o prólogo é como um preparo de terreno, é a porta de entrada para uma história mesmo que dúvidas fiquem no ar.

   Aquela frase do John Lennon é perfeita para o livro, mas eu faria uma modificação que a realidade abre espaço não só para a imaginação, mas como para o questionamento também.  É uma tremenda surpresa, ou melhor, eu diria que é um choque saber que Eu Nasci Nas Estrelas coloca em pauta o assunto de Brumadinho que é uma ferida dentro da história do Brasil. Meu primeiro pensamento foi ‘’essa autora é ousada’’, mas não tive uma impressão ruim, eu na verdade tive uma curiosidade para saber como isso seria desenvolvido. Eu não poderia parar minha leitura ali sem saber do que se tratava tudo de fato.

   A arte imita a vida, e a vida em si também são as pessoas. Michelangelo é um personagem que sempre nos deixa na deriva do que pensar sobre ele. É um personagem com facetas e que tem suas crenças sobre o caso de Brumadinho. Apesar de ele chorar, será que poderíamos confiar mesmo nestas lágrimas? Elas são de um coração apertado ao ver a cena ou seria lágrimas de crocodilo? Cada um vai ter uma própria opinião sobre Michelangelo. Particularmente, eu gosto do personagem, na vida real eu o condenaria, mas a leitura nos dá certas oportunidades de gostar de algumas personalidades que não condizem com nossas morais e razões. Como autora, Michelangelo é com certeza meu personagem favorito, pois os pensamentos dele são como uma montanha-russa. Certamente ele está tentando livrar sua própria pele da situação toda, é quase como um sistema automático de defesa. Não estou aqui para defender as ações e pensamentos de Michelangelo, mas a forma que isso é mostrada para nós é uma aula de escrita. 

   Já com Cora, além de termos mais ideia de como está o psicológico da personagem, temos uma ambientação incrível e dar um soco no estômago com a situação pós desastre. É bem forte se considerarmos a realidade do caso. Sei que alguns leitores podem se incomodar com a exposição, mas nada é resolvido se omitimos o que é de ruim. O livro pode sim fazer você refletir sobre Brumadinho, o impacto de nossa reflexão não seria tão certeira se não fosse como a autora escolheu escrever sobre isso.  Mesmo assim, se você ler com atenção, notará os aspectos do uso de palavras que tomam cuidado para tais descrições.

   O peso da realidade também nos atinge, quando vemos como certos personagens querem nitidamente abafar o caso de Brumadinho, e oras, não é assim que aconteceu e acontece na vida real?

   Até quase o final do capítulo 2 pensamos que o livro está errado ao se propor em ficção científica, mas novamente somos pegos de surpresa bem no final do capítulo que nos intriga com tão pouco. Veja bem, eu sou do tipo de leitora que gosta de histórias que tem tramas principais e também de pequenas tramas. Temos agora o mistério dessa coisa e o arco dos personagens com seus objetivos e problemas pessoais. Isso deixa uma obra mais rica e com longa vida.

   Finalizo essa review dizendo que Eu Nasci Nas Estrelas é uma exposição da realidade como é, crua e devastadora, seja no ambiente como no amago pessoal dos personagens da trama que tem suas qualidades, porém mais importante que nos aproxima da realidade, eles têm inúmeros defeitos. Eu Nasci Nas Estrelas nos surpreende com a trama, oras é um livro que fala de problemas socias, problemas de casamento e cenas de aversão para algo que acontece no mundo todo e nos dá a pontada do mistério e da ficção científica em seu próprio ritmo. Eu revisei os cinco primeiros capítulos, mas sou uma leitora que finalizou até aos limites de capítulos postados, e posso garantir que Eu Nasci Nas Estrelas vale a pena.

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Meus agradecimentos a Joy, essa escritora tão maravilhosa! Me sinto prestigiada por ter recebido uma resenha sua ❤