"Biscoitinhos Da Vovó"

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BISCOITINHOS DA VOVÓ

Qual será o segredinho de Dona Nina?

Vinte e quatro de dezembro de 2018. Véspera de Natal. Sinônimo de casa cheia. A família Borges Dominguez se reunia, na casa de Catarina e Antonio, para celebrar essa data tão especial.

Mas, não podiam esquecer as comidinhas da Dona Nina.

Principalmente os famosos Biscoitinhos Da Vovó.

Os biusker feitos por Catarina não eram famosos apenas na família Borges Dominguez, mas também em toda Gallieta, pequena cidade onde vivia. E, não importava para quantas pessoas ela passava a receita. Nunca alguém conseguiu fazer a massa igual a Nina.

Por isso, começou a surgir um boato, que foi crescendo com o passar dos anos, de que havia um ingrediente secreto. Tão secreto, que ela nunca passou para ninguém. Nem para suas filhas, ou melhores amigas, que se reuniam com ela durante a semana para bordar e tricotar.

Um ingrediente que não seria mais secreto.

Isso se dependesse de suas duas noras: Angelina e Lucia.

Angelina Paiva Domingues e Lucia Ximenes Domingues eram sociais da Confeitaria Doces e Sonhos, na cidade em que moravam, Sulbecre. Entretanto, o negócio das duas não estava indo muito bem. As vendas diminuíram bastante. Mas, elas desejavam mudar a situação. A ideia era iniciar o novo ano com um novo produto.

O Biscoitinho da Vovó.

E, a melhor hora para desvendar os segredos de Dona Nina era no Natal. Casa cheia. Pessoas andando para todos os lados. Crianças correndo. Catarina estaria ocupada.

E elas descobririam a receita.

Como era comum em todos os anos, na véspera de Natal, toda a família se reunia na casa de Catarina e Antonio. A moradia era antiga e bem grande, o suficiente para acomodar todos os vinte e dois membros. Além dela e de seu marido, tinha seus quatro filhos, dois genros, duas noras, nove netos e uma bisneta. E não podiam esquecer Alice e Victor, esposa e namorado dos dois netos mais velhos. À noite, eles se dividiriam entre os quartos e colchões na sala.

Era uma verdadeira alegria, principalmente para as crianças, que adoravam reencontrar os primos e passar os dois dias brincando. E, não podiam esquecer Dona Nina. Sua maior felicidade era ver um sorriso nos lábios de seus netos.

Era um pouco mais de quatro horas quando os primeiros chegaram e quase seis quando foram os últimos, trazendo pequenas malas e mochilas para passarem a festividade com a vovó Nina.

As crianças faziam a festa ao reencontrar seus primos. Corriam felizes pelo extenso quintal da vovó, que, nessa época do ano, ficava bastante iluminado com luzes e decorações natalinas. A maior alegria para Catarina era ver seus netinhos sorrindo e brincando.

— Vamos brincar, Rose! — Paula, de dez anos, falou, puxando a prima, de treze, que estava sentada em uma das cadeiras da varanda.

— Estou ocupada. — Rose disse a menina, sem tirar os olhos do celular em suas mãos.

— Esse Natal será épico! — Lucia comentou com Angelina, escorada no parapeito da varanda, vendo seus filhos brincarem.

— Principalmente depois de encontrarmos a receita secreta. — Angelina sussurrou a sócia — Ou nossa confeitaria entrará em falência.

Os mais velhos se acomodaram nos quartos, colocando seus pertences nos locais disponíveis. Todos os cômodos, assim como o exterior da casa, estavam totalmente no clima natalino. Uma árvore cheia de luzes, bolinhas coloridas e com uma grande estrela no topo estava ocupando um canto da sala, bem ao lado do presépio. Aquele era o espaço mais admirado pela família e pelos vizinhos que, às vezes, visitavam Dona Nina.

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