114.🌶

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Eu não sei se eu bati com a cabeça ou estava apenas atordoada pela explosão, mas a próxima coisa de que eu estou ciente é o som de tiros fora das paredes

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Eu não sei se eu bati com a cabeça ou estava apenas atordoada pela explosão, mas a próxima coisa de que eu estou ciente é o som de tiros fora das paredes.

A sala inteira está cheia de fumaça, e eu tusso quando instintivamente tento ficar de pé.

- Sina! Fique no chão!

É Noah, sua voz rouca por causa da fumaça.

- Fique aí, baby, você está me ouvindo?

- Sim!

Eu grito de volta, alegria intensa preenchendo cada célula do meu corpo quando eu percebo que ele está vivo e em um bom estado o suficiente para falar.

Mantendo-me para baixo no chão, eu espio por trás da mesa que caiu ao meu lado, e vejo Noah deitado de lado na outra extremidade da sala, ainda amarrado à cadeira de metal.

Vejo também que a fumaça está vindo pela abertura no teto, e que a sala está vazia, exceto por nós dois.

A batalha, ou o que está acontecendo, está acontecendo lá fora.

Vinnie e os guardas devem ter chegado.

Quase chorando de alívio, eu pego o AK-47 deitado ao meu lado, viro de barriga para baixo, e começo a rastejar em direção a Noah, prendendo a respiração para evitar inalar muita fumaça.

Naquele momento, a porta se abre, e uma figura familiar entra na sala.

É Majid e na mão direita, ele está segurando uma arma.

Ele deve ter percebido que a Al-Quadar estava perdendo e voltou para matar Noah

Uma onda de ódio sobe na minha garganta, me sufocando com a bile amarga.

Esse é o homem que assassinou Sabina.. que torturou Noah e teria feito a mesma coisa comigo.

O vicioso, terrorista psicótico que, sem dúvida, assassinou dezenas de pessoas inocentes.

Ele não me vê lá, toda a sua atenção em Noah quando ele levanta a arma e aponta para o meu marido.

"Adeus, Urrea", diz ele em voz baixa... e eu aperto o gatilho da minha própria arma.

Apesar da minha posição de bruços, o meu alvo é preciso.

Noah tinha me feito praticar tiro sentada, deitada, e até mesmo correndo em algum ponto.

O rifle treme em meus braços, batendo dolorosamente contra meu ombro, mas as duas balas atingiram Majid exatamente onde eu pretendia – em seu pulso e no cotovelo direito.

Os tiros o jogam contra a parede e derrubam a arma fora de seu alcance.

Gritando, ele agarra o braço sangrando, e eu me levanto, sem me importar com o perigo representado pelas balas voando lá fora.

Eu posso ouvir Noah gritando algo para mim, mas não consigo registrar as suas palavras exatas através do zumbido nos meus ouvidos.

Nesse momento, é como se o mundo inteiro desaparecesse, deixando-me sozinha com Majid.

Nossos olhos se encontram, e, pela primeira vez, eu vejo o medo em seu olhar escuro de réptil.

Ele sabe que eu sou a única que atirou nele, e ele pode ler a intenção fria no meu rosto.

"Por favor, não-" ele começa a dizer, e eu aperto o gatilho novamente, descarregando mais cinco balas em seu estômago e no peito.

No breve silêncio que se segue, eu vejo quando o corpo de Majid desliza para baixo na parede, quase em câmera lenta.

Seu rosto está frouxo com o choque, sangue escorrendo para fora do canto de sua boca, e seus olhos estão abertos, olhando para mim com uma espécie de descrença entorpecida.

Ele move os lábios, como se quisesse dizer alguma coisa, e um gorgolejo escapa de sua garganta enquanto mais sangue borbulha fora de sua boca.

Abaixando a arma, eu chego mais perto dele, levada por uma estranha compulsão para ver o que fiz.

Os olhos de Majid olham nos meus, implorando por misericórdia, sem palavras.

Eu sustento seu olhar, prolongando o momento... e então eu aponto o AK-47 em sua testa e puxo o gatilho novamente.

A parte de trás de sua cabeça explode, sangue e pedaços de tecido cerebral explodem contra a parede.

Seus olhos vidrados, o branco em torno da íris ficando carmesim quando os vasos sanguíneos estouram em seus olhos.

Seu corpo fica mole, e o cheiro da morte, afiada e pungente, permeia a sala pela segunda vez hoje.

Só que não é Noah quem é o assassino dessa vez.

Sou eu.

Minhas mãos estão firmes quando eu abaixo a arma novamente, observando o filete de sangue na parede atrás de Majid.

Então eu ando em direção a Noah, ajoelho-me ao lado dele, e coloco cuidadosamente a arma no chão conforme eu começo a soltar suas cordas.

Noah está em silêncio enquanto eu o liberto das cordas, e eu também.

Os sons de tiros do lado de fora estão começando a diminuir, e eu espero que signifique que as forças de Vinnie estão ganhando.

De qualquer maneira, porém, estou pronta para o que acontecer, uma calma estranha me engolindo apesar da nossa situação ainda precária.

Quando os braços e as pernas de Noah estão livres, ele chuta a cadeira longe e deita de costas, fechando a mão direita em volta do meu pulso.

Seu braço esquerdo, ainda parcialmente no gesso, está imóvel ao seu lado, e não há mais sangue em seu rosto e corpo da surra que ele acabou de receber.

Seu aperto no meu pulso, no entanto, é surpreendentemente forte conforme ele me puxa para mais perto, forçando-me no chão ao lado dele.

- Fique aí, baby, ele sussurra por entre os lábios inchados.

- Está quase no fim... Por favor, fique para baixo.

Eu aceno e deito ao lado dele a direita, tomando cuidado para não agravar seus ferimentos.

Com a porta aberta, um pouco da fumaça está começando a dissipar, e eu posso respirar livremente pela primeira vez desde a explosão.
Noah libera meu pulso e desliza seu braço sob meu pescoço, reunindo-me contra ele em um abraço protetor.

Minha mão acidentalmente passa contra as costelas, causando-lhe um sibilar de dor, mas quando eu tento fugir de volta, ele simplesmente me segura mais apertado.

Quando Vinnie e os guardas passam pela porta alguns minutos depois, eles nos encontram deitado nos braços um do outro, com Noah apontando o AK-47 para a porta.

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