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NOAH URREA

EU ESTAVA no meio da análise de um possível investimento feita pelo meu gerente de portfólio quando Sina silenciosamente se sentou ao meu lado. Incapaz de resistir à atração da presença dela, virei-me para observá-la quando ela começou a ler o livro.

Depois de ter passado alguns minutos longe dela, a necessidade irracional de machucá-la sumira.

Em seu lugar, havia uma tristeza inexplicável... e uma sensação estranha e inesperada de perda.

Eu não conseguia entender.

Não mentira a Sina quando dissera que não queria filhos.

Eu nunca pensara muito no assunto, mas, agora que o considerava, não conseguia me imaginar sendo pai.

O que eu faria com um filho? Seria apenas mais uma fraqueza para meus inimigos explorarem.

Eu não tinha interesse em bebês nem sabia como criá-los.

Meus pais certamente não eram modelos para isso.

Eu deveria estar feliz por sina não querer filhos, mas, em vez disso, quando ela falara sobre a pílula do dia seguinte, a sensação fora de um chute dos testículos.

Como uma rejeição do pior tipo.

Eu estivera tentando não pensar nisso, mas vê-la limpar o esperma das coxas levara à tona aquelas emoções indesejadas, relembrando que ela não queria aquilo de mim.

Que ela nunca iria querer aquilo de mim.

Eu não entendia por que isso importava.

Eu nunca planejara começar uma família com Sina. O casamento fora uma forma de cimentar nossa ligação, nada mais. Ela era meu bichinho... minha obsessão e minha posse. Ela me amava porque eu a fizera me amar. E eu a queria porque ela era necessária para minha existência.

Crianças não eram parte desta dinâmica.

Não podiam ser.

Vendo-me olhar para ela,Sina abriu um sorriso hesitante.

— No que você está trabalhando? — perguntou ela, colocando o livro virado para baixo sobre o colo.

— Ainda é o projeto do drone?

— Não, querida. — Forcei-me a me concentrar no fato de que ela fora atrás de mim, que me amava o suficiente para fazer algo tão insano, e meu humor começou a mudar.

O aperto no peito começou a desaparecer.

— O que é então? — persistiu ela.

Sorri involuntariamente, achando divertida a curiosidade dela. Sina não se contentava mais em ficar à beira da minha vida. Ela queria saber de tudo e ficava cada vez mais ousada na busca de respostas.

Se fosse qualquer outra pessoa, eu teria ficado irritado. Mas, com Sina, eu não me importava. Eu gostava da curiosidade dela.

— Estou analisando um possível investimento — expliquei.

Ela pareceu intrigada e contei que estava lendo sobre uma empresa iniciante de biotecnologia que se especializava em remédios para o cérebro. Se decidisse prosseguir, eu seria um investidor anjo, um dos primeiros a custear a empresa.

O capital de risco era algo que sempre me interessara. Eu gostava de acompanhar a inovação em todas as áreas e lucrar com ela da melhor forma possível.

Ela ouviu minha explicação com fascinação evidente, com os olhos sobre o meu rosto o tempo inteiro.

Eu gostei da forma como ela absorvia conhecimento como uma esponja. Era divertido ensiná-la, mostrar a ela diferentes partes do meu mundo.

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⏰ Última atualização: Nov 04, 2023 ⏰

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