22.🦋

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Uma hora mais tarde, eu calmamente esgueiro para a cozinha.

Como eu esperava, Sabina não está lá. É muito cedo para preparar o jantar e muito tarde para o almoço.

Meus pés estão descalços, para minimizar qualquer som.

Cautelosamente olhando ao redor, eu abro uma das gavetas e tiro uma grande faca de açougueiro.

Testando-a com o dedo, eu determino que é afiada.

Uma arma. Perfeita.

O vestido de verão que eu estou usando tem um cinto fino na cintura, e eu o uso para amarrar a faca na parte de trás.

É um coldre meio grosseiro, mas que mantem a faca no lugar.

Espero que eu não corte minha bunda com a lâmina nua, mas mesmo se eu fizer, é um risco que vale.

Um grande vaso de cerâmica é a minha próxima aquisição.

É pesado o suficiente que eu mal consigo levantá-lo sobre a minha cabeça com dois braços.

Eu posso imaginar que um crânio humano seria esmagado por algo como isto.

Logo que eu peguei essas duas coisas, vou procurar Sabina.

Eu a encontro na varanda, enrolada com um livro em um sofá longo e confortável ao ar livre, desfrutando do ar fresco e da bela vista do mar.

Ela não olha quando eu coloco minha cabeça fora através da porta aberta, e eu rapidamente volto, tentando descobrir o que fazer a seguir.

Meu plano é simples. Eu preciso pegar Sabina com a guarda baixa e bater na cabeça dela com o vaso.

Talvez amarrá-la.com alguma coisa. Então eu poderia usar a faca para ameaçá-la a me deixar entrar em contato com o mundo exterior.

Desta forma, no momento em que Noah retornar, eu já poderia ser resgatada.

Tudo que eu preciso agora é um bom local para a minha emboscada.

Olhando ao redor, noto um pequeno recanto perto da entrada da cozinha. Se você está vindo de fora da varanda – como eu acho que Sabina virá, então você realmente não vê nada nesse recanto.

Não é o melhor lugar para esconder-se, mas é melhor do que atacá-la abertamente.

Eu vou lá e me pressiono contra a parede, o vaso de pé no chão ao meu lado, onde eu posso facilmente agarrá-lo.

Respirando fundo, e percebo o tremor leve das minhas mãos.

Eu não sou uma pessoa violenta, mas aqui estou eu, prestes a esmagar este vaso na cabeça de Sabina.

Eu não quero pensar sobre isso, mas não posso deixar de imaginar seu crânio aberto, sangue em todos os lugares, como em um filme de terror.

A imagem me faz mal.

Digo a mim mesmo que isso não vai ser assim, que ela provavelmente vai acabar com uma contusão desagradável ou uma leve concussão.

A espera parece interminável.

Ela continua e continua, a cada segundo que se estende como uma hora.

Meu coração está batendo e eu estou suando, mesmo que a temperatura na casa seja muito mais fria do que o calor de fora.

Finalmente, depois do que parece várias horas, ouço passos de Sabina.

Agarrando o vaso, eu levanto-o cuidadosamente sobre a minha cabeça e prendo a respiração conforme Sabina dá passos através da porta aberta que vem da varanda.

Quando ela passa por mim, seguro o vaso com força e trago-o para baixo em sua cabeça.

E de alguma forma eu erro.

No último momento, Sabina deve ter ouvido me mover porque o vaso bate no seu ombro.

Ela grita de dor, segurando o ombro.

– Sua puta!

Eu suspiro e tento levantar o vaso de novo, mas é tarde demais.

Ela agarra o vaso, e joga, quebrando-o em uma dúzia de peças entre nós.

Eu salto para trás, minha mão direita freneticamente lutando para a faca.

Merda, merda, merda.

Eu consigo agarrar o cabo e puxo-a para fora, mas antes que eu possa fazer qualquer coisa, ela agarrameu braço, movendo-se tão rapidamente como uma cobra.

Seu aperto é como uma banda de aço em volta do meu pulso direito.

Seu rosto está vermelho e seus olhos estão brilhando conforme ela torce meu braço dolorosamente para trás.

– Largue a faca, Sina, ela ordena asperamente, sua voz cheia de fúria.

Em pânico, eu tento bater no seu rosto com a outra mão, mas ela pega o braço também.

Ela sabe claramente como lutar e ela também é, obviamente, mais forte do que eu.

Meu braço direito está gritando de dor, mas eu tentar chutar ela.

Eu não posso perder essa luta. Esta é a minha melhor chance de fuga.

Meus pés fazem contato com suas pernas, mas eu não estou usando sapatos e eu faço mais danos aos meus pés do que em suas canelas.

– Largue a faca, Sina, ou eu vou quebrar seu braço, ela sussurra, e eu sei que ela está dizendo a verdade.

Meu ombro parece que está prestes a estourar com a força da sua torção, e minha visão escurece quando ondas de dor irradiam pelo meu braço.

Eu aguento por mais um segundo, e então meus dedos liberaram a faca.

Ela cai no chão com um baque alto.

Sabina imediatamente me deixa ir e se abaixa para pegá-la.

Eu me afasto, respirando com dificuldade, lágrimas de dor e frustração queimam em meus olhos.

Eu não sei o que ela vai fazer comigo agora, e eu não quero descobrir.

Então eu corro.

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