Antes

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13 de junho de 2003

— Ora, ora, ora, rapazes, vejam só quem a joaninha arrastou de volta para a Inglaterra — disse Theodore Nott aos seus dois melhores amigos em meio à multidão que crescia na noite de sexta-feira no Caldeirão Furado. — Como está a minha garota favorita?

Cachos castanhos e espessos se afastaram do barman que esperava e foram em direção ao som da voz familiar. — É bom que eu seja sua garota favorita, já que fui a única. — Hermione Granger riu, antes de se jogar no abraço de Theo, sua cabeça praticamente colidindo com o peito dele. O leve cheiro da colônia escandalosamente cara dele a transportou de volta ao quarto que dividiam no oitavo ano em Hogwarts. As noites em que eles passaram sentados juntos, sem querer dormir sozinhos. O tempo que eles usaram para reconstruir a si mesmos e um ao outro depois da guerra.

— Você ainda é a melhor colega de quarto que eu já tive, Granger — disse Theo, quando finalmente se separou do abraço excessivamente entusiasmado dela.

— Eu aguentei seu ronco por seis anos e meio — interrompeu Blaise Zabini, o segundo homem do trio, que fingiu estar ofendido antes de se virar para Hermione. — Bem-vinda de volta ao lar, garota de ouro. Os rapazes nos Estados Unidos a trataram bem?

Hermione cumprimentou o homem com outro abraço, embora menos esmagador do que o que ela deu em Theo. — É bom estar em casa. Os garotos eram legais, mas nenhum deles flertava comigo tão bem quanto você, Zabini.

Blaise piscou para ela. — Eu aprendi um material novo e fantástico enquanto você esteve fora brincando de turista por quatro anos, querida. Espere só até você ouvir.

— Você terá que me pagar uma bebida antes, de preferência várias, para que eu não tenha que me lembrar de suas falas horríveis na manhã seguinte.

— Já que você está fazendo isso, Blaise, compre para todos nós. Eu também não quero me lembrar disso — disse o terceiro homem, chamando a atenção de Hermione para ele.

— Malfoy.

— Granger.

Sentindo-se obrigada, Hermione se aproximou para um abraço, ao mesmo tempo em que Draco estendeu a mão para ela em um aperto de mão. Os dois pararam por um minuto, antes de tentar mudar o cumprimento para combinar com o outro. Enquanto Hermione se encolhia internamente, eles se contentaram com um aperto de mão desconfortável, segurando frouxamente a mão do outro.

— Estranho — cantou Blaise, antes de esvaziar seu firewhiskey e pedir outro ao barman.

Finalmente, Theo estava farto. — Muito bem, o negócio é o seguinte, vocês dois — começou ele. — A Hermione voltou para sempre. Agora todos nós trabalhamos juntos. Hoje à noite, vocês irão para casa juntos. Conversem, gritem, transem um com o outro, não me importa. Façam o que for preciso para garantir que, na próxima sexta-feira, isso não seja mais constrangedor. Entendido?

Os dois assentiram com a cabeça, como dois bebês que acabaram de ser repreendidos por um pai.

— Ótimo, ainda bem que isso está resolvido. Agora, saúde.

À medida que a noite avançava, Theo se esforçou para forçar Hermione e Draco a passarem algum tempo juntos. Ele se acomodou na cabine ao lado de Blaise, o que deixou os dois sentados um ao lado do outro sem jeito. Sempre que Draco se levantava para comprar outra rodada para a mesa, sua coxa encostava na dela. Quando Theo decidiu que era hora de mudar para uma mesa de bilhar, ele se juntou a Blaise. Theo alegou que ele e Draco em uma equipe seria injusto e se recusou a aceitar qualquer outra situação de parceria.

Unplanned | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora