3 de maio de 2004

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Draco observou enquanto o ventilador de teto girava pelo que teria sido setecentos e cinquenta segundos se ele estivesse contando.

Ele não estava tentando contar ativamente o giro das lâminas. Desejava desesperadamente que o sono o vencesse. Para puxá-lo para baixo e deixá-lo escapar de seu cérebro por algumas horas.

Fazia três dias desde que ele viu Scorpius e Granger pela última vez. Três dias desde que ele tinha segurado seu filho em seus braços. Setenta e duas horas desde que ele fez Hermione rir. Ele gemeu quando rolou para o lado, confirmando que a outra parte da cama estava fria e vazia. Não deveria estar, pensou. Hermione deveria estar lá.

Ele sabia que estava lutando uma batalha perdida. Cada interação com a mãe de seu filho o fazia se apaixonar ainda mais por ela. O travesseiro em que sua cabeça estava agora cheirava como o perfume de canela dela, o cheiro ficando mais suave com mais tempo longe de sua cama. Se ele se concentrasse o suficiente, poderia sentir o roçar de suas mãos quando ela passou por ele com Scorpius.

Draco gemeu e fechou os olhos, cedendo. Era praticamente todas as noites neste momento. Ele preferia se masturbar com a visão dela gemendo em sua mesa de trabalho do que ter que reviver alguns dos momentos mais felizes com ela para ter uma noite de descanso decente. Memórias de Hermione Granger inundaram seu cérebro, e ele apenas deixou.

O brilho em seus olhos enquanto segurava um taco de sinuca. Um roçar de suas mãos quando ela pegou sua bebida. A forma como a cabeça dela quase caiu no ombro dele quando ela riu. O cheiro de fumaça quando eles pousaram. Sua língua perversa lambendo uma gota de vinho. Mármore frio contra suas palmas. O gosto do Merlot contra seus lábios.

A sensação dela contra seu peito. Lençóis de algodão. Alisando seus cachos quando tentaram sufocá-lo. A sensação de seu abdômen endurecido contra seus dedos. O calor de estar na cama ao lado de outra pessoa. Os roncos suaves o lembraram do jeito que ela soava quando ele estava dentro dela.

Um beijo em seus lábios. Um beijo para o bebê. Um gemido quando sua cabeça atingiu o ápice de suas coxas. Sempre tão pronta para mim, amor. Os nós dos dedos brancos se contorcendo em folhas de esmeralda. Seu nome saiu de seus lábios quando ela caiu sobre a borda. Salgado. Doce. Granger.

"Papai te ama." O baque de um chute contra sua mão. Uma camisa de quadribol verde que nunca pareceu melhor. Lion? Callum? Hércules? O rubor de suas bochechas quando eles discutiam. Um revirar de olhos, mas seus lábios se curvando em um sorriso. Beijos pressionados contra seu estômago.

O brilho que irradiava dela com um bebê agarrado ao peito. Cachos suados. Peito arfando. Um sorriso orgulhoso no rosto. Cordialidade. Quer segurar seu filho? A combinação perfeita dele e dela.

Ele rolou de novo e jogou um braço sobre o rosto. Ele precisava apenas ser homem e dizer a Granger que a amava. Seus olhos se abriram e ele viu o ventilador de teto girar novamente.

Setecentos e cinquenta e três.

Unplanned | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora