Depois

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17 de novembro de 2004

— Preciso de ajuda — disse Hermione, enquanto passava pela lareira e entrava no apartamento dele, o silêncio substituído pelos gritos repentinos de uma criança.

— Hermione? — Draco perguntou enquanto caminhava para o hall de entrada. — O que vocês dois estão fazendo aqui?

— Você tem um filho com outra pessoa? — Ela se aproximou com tanta força que ele recuou fisicamente. — Puxa, me desculpe. Os dentes estão crescendo e ele está com muita dor. Tudo o que ele faz é chorar. Não consigo fazer a dor parar. Ele não me quer.

— Granger — Draco disse, interrompendo seu discurso enquanto olhava para a bagunça estranhamente desgrenhada que era a mãe de seu filho. — Quando foi a última vez que vocês dois dormiram?

Hermione semicerrou os olhos como se estivesse tentando resolver um problema mental de aritmancia. — Acho que dormi uma hora ou mais ontem à noite? — Ele ficou acordado a noite toda gritando.

Draco estendeu a mão para Scorpius, que praticamente se jogou nos braços de seu pai no minuto em que eles se estenderam. Enquanto ele movia o bebê de oito meses para segurá-lo mais confortavelmente, ele observou os punhos de Hermione cerrados e seus dentes encontraram o caminho para o lábio inferior, um sinal revelador de que ela estava segurando as lágrimas.

— Venha aqui — Draco disse antes de puxá-la para um abraço. — Você deveria tomar banho e tirar uma soneca. Vamos ficar bem. — Ele beijou o topo de sua testa antes de virá-la na direção do corredor. — Você costumava amar minha cama quando estava grávida. Vá. Eu sou o pai dele, Granger, eu cuido dele.

Ele esperou até que ela estivesse fora do alcance da voz antes de virar a cabeça para o filho, que se acalmou e se aconchegou em seu peito, a cabeça no ombro de Draco, o polegar na boca. — Você tem que ser mais legal com sua mãe, amigo. De que outra forma vamos fazer com que ela me ame de volta?

Draco continuou a embalar Scorpius até que ele dormisse em seu ombro, claramente exausto por ter chorado tanto. No momento em que a respiração superficial do bebê se transformou em roncos leves, uma característica transmitida por Hermione, junto com seus cachos incontroláveis, Hermione havia terminado seu banho.

— Ainda se sente em casa no meu armário, pelo que vejo — Draco reconheceu, notando como Hermione voltou para o quarto com uma velha camisa de quadribol da Sonserina e uma velha cueca boxer.

— Tão confortável quanto eu me lembrava — disse ela com uma risada, ao se lembrar da roupa que usava com frequência nos últimos meses de gravidez. — Ele é tão seu filho às vezes. Teimoso e determinado a fazer da minha vida um inferno.

Ele riu baixinho, não querendo acordar o bebê. — Você sabe que eu sinto muito por isso, certo?—

Hermione sorriu suavemente — Você só me disse isso umas cem vezes quando eu estava grávida.

E ele tinha, nas noites em que ela vinha para transar com ele ou apenas dormir ao lado dele, ele murmurava suas desculpas em seus cachos ou contra seu estômago.

— Ainda não consigo dormir sozinha, você se importa podermos dormir aqui esta noite? — Hermione perguntou, observando os dois homens que ela amava enrolados juntos.

— Sempre, Granger. Vá na frente — Draco acenou para ela ir para o quarto, enquanto carregava Scorpius com cuidado, não tentando acordar o bebê adormecido.

— Eu senti falta dessa cama — ela disse, ficando confortável.

Draco abafou uma risada, enquanto se deitava cuidadosamente ao lado dela, deslocando Scorpius para que a criança ficasse de bruços contra o peito de Draco. Ele notou o olhar hesitante de Hermione sobre o bebê dormindo de bruços. Draco estendeu o braço para receber Hermione para se aconchegar com os dois. — Não aja como se você não gostasse de carinho, venha aqui. Vou ficar acordado por alguns minutos. Vou movê-lo para o berço quando estiver pronto para dormir.

Unplanned | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora