Capítulo Quatro

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Alguns dias depois...

Depois de servir o jantar e todos se recolherem, Nala vai até a senzala, para entregar comida a uma das escravas grávidas, a pedido da Ba. 

Na saída da senzala, cruza com Valdo, que a olha da mesma forma de sempre: com malícia. Sente medo, mas finge não se incomodar com sua presença e segue o seu caminho de volta à casa grande, quando ele fala:

— Venha cá.

— Eu tenho que voltar para terminar o serviço — mente, continuando a caminhar. 

— Eu te chamei, escrava! — Ele a alcança e a segura fortemente pelo braço.

— Me largaaaa...!  

Tenta afastá-lo o máximo que pode, e quando começa a gritar, ele a agarra mais forte, envolvendo-a num dos braços, e com o outro, a mão tapa a sua boca, abafando os gritos de socorro. Valdo a arrasta para os fundos de um quarto que Nala pensa ser o dele. Por mais que a moça lute, ele tem muito mais força que ela, sendo assim, imobiliza-a. 

Tenta gritar mais uma vez, mas ele abafa forte a sua boca, começando a bater nela, para que pare de resistir. O seu rosto queima e lágrimas escorrem. Ele a atira no chão, colocando-se sobre ela e levantando a sua saia, enquanto continua a tapar sua boca, de onde saem gritos abafados. 

A moça continua a resistir, mas no momento em que já não há o que fazer, apenas fecha os olhos, chorando e esperando pela dor. 

O barulho de um gatilho a faz estremecer.

Quando percebe que ele para os movimentos, abre os olhos, para ver o que está acontecendo, e vê alguém que não imaginava: Lucas está atrás dele, com uma arma apontada. 

— Largue ela, Valdo! — ordena, firme, com raiva em seus olhos. 

Ele sai de cima dela, que corre instintivamente para os braços de Lucas, abraçando-o fortemente, aterrorizada e aliviada. Ele a olha, incrédulo, mas não a afasta. Quando se dá conta do que está fazendo, afasta-se, recuando dois passos, limpando as lágrimas e se recompondo.

— Senhorzinho, me desculpe! Eu estava dando um corretivo na escrava. Ela merece, pois ignorou uma ordem minha. — Valdo se justifica. 

— A única pessoa aqui que decide se e quais os corretivos que os meus escravos merecem sou eu! E que seja a última vez que encosta nela! Se houver uma próxima, eu te mato! Entendeu!? — Lucas grita, alterado.

— Sim, Senhor! — Valdo baixa a cabeça.

—Desapareça daqui — ordena para ele, que sai correndo dali.

Só os dois, Lucas a olha com ar de preocupação. 

— Você está bem? 

— Sim — responde, com a voz ainda trêmula do choro.

— Ele machucou você? — pergunta, analisando-a com o olhar. 

— Apenas uns tapas... O Senhor chegou na hora certa. Obrigada — fala, ainda de cabeça baixa. 

Nesse momento, Lucas segura delicadamente o seu queixo, olhando-a de modo pensativo. Com a outra mão, limpa as suas lágrimas, passando o polegar sobre os seus lábios, onde ela sente que tem um pequeno corte, em seguida, abraça-a. Estranhamente Nala sente um certo carinho nesse abraço. 

Fica assim por alguns minutos. 

Ela não sabe ao certo o que sente com isso. É um misto de surpresa, alívio, proteção, gratidão... um enorme bem-estar com o calor do seu abraço. Estranha a sua atitude, mas não quer que isso acabe. Nunca recebeu antes um gesto assim de algum homem. 

Amor Escravo  ( Série Amores Proibidos ) Degustação Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora