Capítulo Nove

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No baile...

— Você está ainda mais bonita essa noite. — Afonso fala, visivelmente encantado por Beatriz, enquanto a conduz na dança.

— Você também está muito elegante. Estou feliz que tenha vindo. — Ela responde timidamente.

— É um prazer! Não poderia perder a oportunidade de cortejá-la. — Ele diz, olhando-a nos olhos, o que a deixa corada.

Nala vê aquela mulher com quem Lucas conversou mais cedo vir na sua direção, e sente um estranho nervosismo. Ela pega em algumas das taças de vinho da bandeja que a escrava transporta e as deixa cair, fazendo com que o barulho dos cristais partindo no chão chame a atenção dos convidados, incluindo do barão, que está por perto.

— Meu Deus, que desajeitada, sua negra! Você sujou o meu vestido! — Ela grita, fazendo ainda mais alarido.

Todos a olham, o que deixa Nala nervosa.

— Me perdoe, Senhorita... — desculpa-se, baixando o olhar.

— Mas, será que você não consegue servir os convidados sem fazer essa bagunça toda a vez? — O barão se aproxima, irritado.

— Desculpe, Senhor Barão — responde, assustada, sem o olhar nos olhos.

— Me desculpe pela escrava desajeitada, Lívia! Tratarei de remediar o estrago no seu vestido. E mais tarde, darei um corretivo nessa escrava, para que isso não volte a acontecer. — Olha com fúria para Nala. — Desapareça agora, ou te castigarei aqui mesmo! — grita.

Ela sai, desesperada, com todos do baile a olhando com desdém.

Cruza com Lucas, que a olha de modo preocupado; mas perante os convidados, seguem direções opostas, sem chance de ele dizer algo.

Beatriz corre até a cozinha, para tentar entender o que aconteceu.

Nala chora desesperadamente no ombro de Ba, depois de ser humilhada diante de todos.

— Meus Deus, Nala! O que aconteceu? Me desculpe por meu pai. Eu não vou deixar ele te castigar. — Beatriz se aproxima, ainda preocupada.

— Beatriz, eu não deixei cair aquelas taças de vinho. Aquela mulher as jogou propositadamente no chão.

— Eu acredito em você, Nala. Essa Lívia não é flor que se cheire, sei bem do que ela é capaz. Mas, por que será que ela fez isso com você?

— Eu não sei, Beatriz; eu não sei — responde, soluçando.

— Venha cá, querida. Não se preocupe, tudo vai ficar bem. — Abraça-a.

Ao mesmo tempo que fica mais tranquila por ter Beatriz, que confia nela, fica apreensiva ao saber que aquela mulher é Lívia.

Já no salão de festas, Lucas, após ter percebido o que aconteceu, dirige-se para o quarto de Beatriz, onde a baronesa levou Lívia, para que uma escrava limpe o estrago do vestido.

— Mãe, pode me dar licença, por favor? — Lucas pede educadamente, com o olhar furioso no de Lívia.

— Sim, claro! — A baronesa sai, e a escrava também.

— O que pensa que está fazendo, Lívia? — Lucas a questiona, irritado, pegando fortemente em seu braço.

— Meu amor, não se exalte comigo. Eu não tenho culpa que aquela escrava seja uma desajeitada. — Ela responde, vitimizando-se.

— Lívia, nunca mais ouse...

— Você pode me agradecer eu não ter contado nada para o seu pai sobre ter visto ela sair do seu quarto. — Lívia o interrompe, entre dentes, soltando seu braço do aperto dele.

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