Capítulo 5

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Mariana

Havia subido para o quarto de Ana para poder tomar um banho, estava precisando depois dessa confusão toda.
Antes de entrar no chuveiro, suspiro com o dia longo que tive, começando por Ferrán... Depois Juan Carlos... Mas sabia que teria que me acostumar com isso... Em falar em conversas difíceis, amanhã iria até o apartamento de minha mãe para poder pegar algumas coisas para trazer aqui para casa de Ana. Suspirava deixando a água quente do chuveiro passear em meu corpo, como uma forma de me relaxar e acalmar daquilo tudo, e ainda por cima, sabia o que minha mãe iria dizer e sabia que teria mais uma longa conversa pela frente.

Desliguei o chuveiro e logo percebo que não havia pegado a toalha para poder me secar, resolvo então chamar por Ana - para ver se ela estava ali no quarto e me ajudar - Logo ela responde e fico a seu aguardo.

Não demorou muito para ver a porta sendo aberta rapidamente, e Ana entrar e parecer parar no mesmo lugar... Seus olhos me encaravam de uma forma estranha, logo caírem por meu corpo, parecendo me analisar de cima a baixo.
Aquela mirada tão intensa, me fez sentir minhas bochechas ficando um pouco quentes, logo percebo que havia ficado corada e um pouco nervosa com aquela situação e tento quebrar o clima estranho que estava ali...

-Tudo bem Ana?

Ana apenas me olhou parecendo recobrar a consciência e saiu de lá o mais rápido possível.
Demorei alguns minutos para me secar e para me trocar, quando finalmente saio do banheiro a vejo sentada na cama parecendo que estava me esperando para dizer algo.

-Havia me esquecido como você dormia. Ela diz me olhando de cima a baixo, parecendo conter uma risada em seus lábios.

-É confortável, bem... Posso te afirmar que bem mais quentinho que esse Baby Doll que você está usando!

Ela me olhou negando e logo olhou para seu corpo e vejo um sorriso se formar em seus lábios. Isso me fez analisá-lo um pouco melhor naquele momento, ela parecia uma obra prima com aquele sorriso... Seus cabelos estavam soltos, seus olhos pareciam brilharem - mesmo cansados - Seu Baby Doll preto, era provocante de uma forma sexy e delicada...

-Mas logo terei mais roupas para vestir, amanhã irei pegar o restante de minhas roupas na casa da minha mãe .

-Quer que eu vá com você?

A olho pensativa, seria ótimo tê-la por perto, mas sabia que teria que conversar com minha mãe antes sobre tudo... Seria difícil esconder algo assim dela, mas era necessário... Por mim, por Ana e por nossas filhas.

-Acho que terei que enfrentar isso sozinha... E sua mãe? Ela disse alguma coisa?

-Me ligou diversas vezes. Ana suspirou. -Eu não atendi. - Me desculpe pela forma como Juan Carlos falou com v...

-Ana, não precisa me pedir desculpas por nada disso. A interrompi sentando ao seu lado colocando minhas mãos sobre a dela. -Eu não ligo para Juan Carlos... Pouco importa o que ele pensa... Nós estamos aqui juntas, e juntas iremos ficar até o fim.

Ana me dá um sorriso singelo e então olho para a cama grande que estávamos sentadas.

-Ontem estava com tanto sono que nem te perguntei... Qual seu lado da cama?

-Eu gosto do esquerdo, mas Juan...

A olho reprovando aquele nome ali.

-Mas... Eu prefiro o direito. Ela sorri.

-Otimo, é seu.

-Mariana você sabe que essa cama de todo jeito é minha, não sabe? A vejo fingir uma cara série e apenas digo.

-Agora é nossa. Dou um sorriso e me levanto para finalmente podermos dormir. E assim fizemos.

.
.
.

Eu me encontrava ali, na frente da porta de minha casa, estava exitante em bater, mas mesmo assim, junto a coragem que me restava naquele momento e dou três batidas na porta.

Vejo a porta abrir e minha mãe me olhar com uma cara de surpresa.

-Posso entrar?

Ela apenas concorda com a cabeça sem dizer nada, e assim caminho para entrar.
A vejo se sentando no sofá, e assim o faço também. O clima estava estranho, ambas estavam em silêncio, parecia que tínhamos tanto a dizer, mas não sabíamos por onde começar.

-Mãe....
-Filha...

Dissemos ao mesmo tempo.

-Por que não me contou que estava com Ana?

Ela simplesmente diz parecendo não aguentar mais segurar aquela pergunta, parecendo chateada e brava ao mesmo tempo.

-Eu não sei... Era tudo muito novo e...

-E o Ferrán?

-Esquece ele mãe...

-Como esquecer, vocês estavam juntos, coitado...

-É por isso que eu não disse para você, sabia que não iria concordar com o meu relacionamento, e que iria querer que eu ficasse com outro. Digo irritada para não continuar aquele assunto.

-Filha, calma eu não disse isso... Mas é que me entende, é muito estranho tudo isso... Você não está confundindo amizade com amor, não?

-Eu não consigo entender o porquê de todos me disserem que estou confusa... Eu gosto da Ana mãe, e estamos juntas!

-Eu acho isso incrível. Ouço a voz de minha vó recuar pela sala, ouço então seus passos até mim e quando vejo, suas mãos me rodeiam em um abraço. -Desde o batizado eu venho dizendo a sua mãe "Aquilo não é só amizade".

- Como assim vó? Solto um sorriso a ouvindo dizer.

-A forma como vocês se olham, só um bobo para não perceber.

A olho um pouco surpresa e sem reação, apenas continuo a sorrir sem graça. Era estranho, ouço isso pela 2° vez naquela semana...

-Acho que você está confundindo as coisas Mariana. Você ainda é muito nova...

-Foi o que eu decidi mãe! Digo a interrompendo. -Mesmo não gostando muito, te apoiei no seu relacionamento com o irmão do Juan Carlos, você pode me apoiar agora?

Vejo minha mãe me olhar um pouco nervosa, a vi mexendo em suas mãos diversas vezes e parecia um pouco impaciente.

-Falando sobre isso... Eu tenho uma coisa a dizer... A vocês duas... Eu estou grávida.

A olho em surpresa.

- Isso é incrível... Mas você quer ter esse bebê?

-Como assim quero ter esse bebê, eu tenho que ter... Neh?

-Mãe... Digo me aproximando e pegando em sua mão. -Ser mãe é lindo, é incrível, mas se você quiser... Não precisa ter esse filho por pressão... O corpo é seu, e eu vou te apoiar em o que você decidir.

-Eu não sei o que fazer, foi tudo muito rápido...

- Acho que você precisa apenas escutar o que seu coração diz. Minha vó diz e eu apenas concordo com sua fala.

Depois de mais algumas conversas , vou até meu quarto e pego algumas roupas e coisas que precisaria para voltar para a casa da Ana.

-Tem certeza disso filha? Ouço minha mãe dizer e a vejo encostada na porta.

-Mãe... Preciso que respeite minha decisão, você pode fazer isso?

-Tudo bem

Terê

Eu realmente tentei ouvir o que minha filha me falava. Mas minha intuição de mãe dizia que havia algo errado ali, e eu iria descobrir o que era.... Só precisava de tempo para entender toda aquela situação, e assim, saber o que fazer.

"Isso não é confusão...
Você não consegue sentir?
Seu coração pulsar,
Sua pele arder,
Seu rosto corar...
Pare de escutar apenas a razão,
Vamos! Siga a intuição.
Só assim achará realmente,
O caminho que tanto buscou ...
O caminho até seu coração
Até seu amor..."
-Autora

Não Se Foge Do Destino { Maryana }Onde histórias criam vida. Descubra agora