NOITE DE LUA CHEIA

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Era noite de lua cheia e como costumava fazer, Mulan pulou a janela de seu quarto e foi até o poço, para dobrar água.

A lua tornava sua dominação muito poderosa e mesmo não tendo muita habilidade, ela adorava usar seu dom, pois isso a fazia se sentir mais perto de seu irmão.

Mulan estava se divertindo tanto criando uma imensa coluna d'água, que nem percebeu a aproximação de Zuko. Ele ficou fascinado com o que estava vendo, pois não fazia ideia de que sua amada fosse uma dominadora e não podendo se conter, acabou dizendo em voz alta:

‒ Você é mais fascinante do que eu imaginava.

Assustada, Mulan acabou acertando o rapaz com um forte jato de água que o derrubou no chão. Ainda mais atordoada, ela correu em sua direção e com movimentos suaves, tirou toda a água de cima dele, devolvendo-a para dentro do poço.

Ajudando o rapaz a se levantar, ela perguntou em pânico:

‒ Lee, o que faz aqui a essa hora?

‒ Eu poderia perguntar o mesmo, mas acho que não é necessário. ‒ respondeu meio ofegante.

‒ Por favor, me desculpe. Minha dominação fica muito forte durante a lua cheia e ainda não sei como controlar direito.

‒ Está tudo bem.

Passado o susto, Mulan voltou a si e arregalando os olhos, implorou:

‒ Por favor, Lee, não conte a ninguém que me viu dobrando água. Meus pais me proibiram de fazer isso, para que os soldados da Nação do Fogo não me levem presa.

‒ É por isso que você vem aqui às escondidas?

‒ Exatamente.

‒ Não se preocupe. Eu não direi a ninguém,

‒ Obrigada. Sabia que podia contar com você.

Zuko se sentiu honrado com o comentário e em seguida quis saber:

‒ Como é que uma garota do Reino da Terra pode ser uma dominadora de água?

‒ Minha avó nasceu na Tribo da Água do Norte, mas se mudou pra cá quando era jovem. Ela não é uma dominadora, nem meu pai, mas de algum modo, meu irmão e eu nascemos com esse dom.

‒ Seu irmão também dobra água?

‒ Sim. Nós adorávamos treinar juntos, mas como eu disse, nossos pais nos proibiram de usar nossa dominação. Então, toda lua cheia, nós íamos treinar em um rio não muito longe daqui.

‒ Sente muita falta dele, não é mesmo?

‒ Você nem tem ideia... Quando eu dobro a água, me sinto mais perto dele... Gostaria tanto que essa guerra acabasse logo, para que ele pudesse voltar pra casa...

Sentindo um aperto no peito, Zuko suspirou e ambos ficaram em silêncio por alguns instantes.

AMOR FLAMEJANTEOnde histórias criam vida. Descubra agora