A HORA DA VERDADE

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No dia seguinte, todos acordaram bem cedo. Depois do café da manhã, Iroh foi até a loja de chá, para pedir demissão. Seu patrão ficou muito desapontado e fez de tudo para convencê-lo a ficar, mas não teve jeito.

De volta ao apartamento, ele encontrou todos já prontos para sair, mas Zuko estava muito nervoso e ninguém conseguia acalmá-lo. Preocupado, o idoso chegou perto dele e falou com brandura:

− Zuko, você só deve ter medo de seu próprio medo. Vai ficar tudo bem.

O rapaz não entendeu o que o tio quis dizer, mas ficou mais tranquilo e sorriu de leve, dizendo que estava pronto para se encontrar com o Avatar.

Depois disso, os cinco partiram, sendo guiados por Mushu e logo chegaram à casa onde Aang e os amigos estavam morando. Por meio de uma fresta na janela, Ping viu o garoto reunido com Sokka, Toph, Katara e Suki.

Reunindo toda a sua coragem, Zuko bateu na porta e Sokka foi atender. Ao ver o príncipe, o jovem arregalou os olhos e gritou, chamando a atenção dos outros, que ficaram em posição de batalha. Toph foi a única que não se assustou, já que não conhecia o antigo rival do grupo.

Meio sem jeito, Zuko sorriu e acenou:

− Olá, pessoal.

− O que veio fazer aqui? − Aang gritou.

Antes que ele pudesse responder, Katara o atacou com um chicote d'água, mas Mulan se colocou na frente do rapaz e rebateu o golpe, molhando a garota por inteiro.

− Você é uma dominadora de água! − Katara se espantou.

− Sou e não vou permitir que ninguém machuque meu namorado!

Ninguém esperava por essa reação. Iroh se aproximou de Aang e disse amistosamente:

− Nós viemos em paz e eu gostaria que ouvissem o que meu sobrinho tem a dizer.

− É você! − alegrou-se Toph indo abraçá-lo.

− Ah! Olá, jovenzinha.

− Vocês já se conhecem? − Aang e Zuko perguntaram em coro.

Sorrindo, Toph respondeu:

− Sim. Nós tomamos chá juntos e nos tornamos ótimos amigos.

− Por essa eu não esperava. − Zuko sussurrou para Mulan.

Sokka e Katara ainda estavam muito desconfiados, mas Aang resolveu lhe dar uma chance. Agradecido, o príncipe começou a falar:

− Eu sei que errei muito no passado e que vocês têm todos os motivos para me odiar, mas eu mudei. Desculpem por tudo.

− Até parece que vamos acreditar nessa! − Sokka gritou, recebendo uma cotovelada de Suki.

Meio encabulado, Zuko prosseguiu:

− Sei que é difícil acreditar, mas realmente me tornei alguém melhor e finalmente descobri qual o meu destino.

− E qual seria? Destruir todos nós com a ajuda de seus novos amigos? − indignou-se Katara.

O rapaz já estava perdendo as esperanças, quando Mushu saltou do ombro de Ping e tomou a palavra:

− Qual é o problema de vocês? Não podem deixá-lo falar primeiro, para só então julgá-lo?

− Um dragão falante! − espantou-se Suki.

− Ninguém mais vai interrompê-lo. − assegurou-lhe Aang.

− Meu destino é me unir a você e ensiná-lo a dominação de fogo, para que derrote o meu pai e restaure a paz no mundo.

Todos se calaram e se entreolharam por alguns instantes, que pareceram horas para Zuko, até Aang se voltar para ele e dizer friamente:

− Nós não acreditamos em você. Vá embora.

− Mas ele está dizendo a verdade! − interveio Toph.

− Até parece. − irritou-se Katara.

Triste, o rapaz abaixou a cabeça e se retirou acompanhado por seus aliados. Durante todo o caminho de volta ao apartamento, os cinco ficaram no mais absoluto silêncio.

AMOR FLAMEJANTEOnde histórias criam vida. Descubra agora