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Hermione olhou para o que ela acreditava ser a direção geral de seus captores e tentou esconder seu medo. Isso não deveria estar acontecendo com ela. Ela não deveria ser a donzela em perigo. Ela não deveria simplesmente ser arrancada de seus amigos assim. Ela não deveria ser pega por eles.

E foi realmente tudo culpa dela.

Ela não deveria ter se afastado sozinha. Ela sabia disso; ela sabia disso enquanto o fazia. Ela se sentia tão confinada; nunca capaz de simplesmente sair, nunca capaz de dar um passeio sozinha, nunca capaz de ter apenas um momento de privacidade. Tinha sido assim por muito mais tempo do que ela gostaria de se lembrar, e ela se sentia tão cansada de tudo isso. Ela só queria dar um passeio; não era algo pelo qual valesse a pena morrer.

No entanto, agora ela poderia.

— De joelhos, sangue-ruim, — alguém rosnou em seu ouvido e ela recebeu um chute na parte de trás dos joelhos que fez suas pernas dobrarem.

Ela não sabia onde estava. Eles pegaram sua varinha, amarraram-na e desaparataram com ela no meio de um campo no meio do nada. Lá, eles usaram uma maldição de conjuntivite nela, fazendo sua visão escurecer completamente, antes de partirem com ela. Tudo o que ela sabia, tudo o que podia sentir, era que depois de algum tempo de caminhada eles haviam entrado em um prédio.

Eles eram Comensais da Morte, é claro. Ela não os conhecia de vista, mas sabia o suficiente para saber o que eram. Eles olharam para ela com tanto ódio e nojo que ela estava francamente atordoada por ainda estar viva. Se eles soubessem quem ela era, havia pouca esperança. Maldita seja, por que ela foi tão imprudente hoje?

Ela reprimiu uma sensação de pânico. O que quer que acontecesse, não podia ser bom, ela sabia disso, mas não adiantava entrar em pânico prematuramente. Ela suportaria o que tivesse que fazer e morreria antes de trair Harry. Ela iria -

— Por que não olha para mim? — alguém sibilou e o sangue de Hermione gelou com o tom. Ela sentiu a maldição sendo suspensa e sua visão retornando. Ela piscou algumas vezes. — Excelente —, disse a voz, e Hermione olhou para cima, incapaz de conter um suspiro.

Lá estava o próprio Voldemort, sorrindo para ela, aparentemente satisfeito com sua reação.

Hermione olhou ao seu redor. O quarto em que ela estava era grande e luxuoso, mas estranhamente carente de móveis. A única cadeira na sala era a impressionante cadeira em forma de trono de Voldemort, na frente da qual ela estava ajoelhada. Ela olhou para seus captores, que estavam em posições subservientes, olhando para o chão.

— Você provavelmente está se perguntando por que está aqui, sangue-ruim, — Voldemort disse no que provavelmente era seu tom mais agradável. Ele esperou em expectativa e Hermione percebeu que ele estava realmente esperando que ela respondesse.

— Isso passou pela minha cabeça, — ela disse fracamente. O que ela deveria dizer? Havia uma sala cheia de pessoas olhando para ela, parecendo que só precisavam de uma desculpa para matá-la.

Ele sorriu novamente. Era como se tudo isso fosse algum tipo de peça e ele fosse o marionetista. — Gostaria que você me ajudasse —, disse ele. — Fazer isso me agradaria imensamente e talvez pudesse me levar a ser mais compreensivo com sua situação.

Seu olhar era firme e ela sabia o que ele estava fazendo. Sem pensar duas vezes, ela ergueu as paredes que a maioria das pessoas na Ordem aprendera a erguer nos dias de hoje. A oclumência tornou-se necessária para sua sobrevivência contínua; até Harry finalmente conseguiu aprender.

— Isso é... bom, — ela respondeu como se nada tivesse acontecido.

Ela quebrou o contato visual assim que não seria suspeito e avaliou a sala e as poucas figuras vestidas de preto aparecendo nas sombras que ela podia ver de sua posição. Não havia saída para ela. Ela seria amaldiçoada pelo menos doze vezes antes mesmo de chegar à porta.

Voldemort estreitou os olhos para ela e, de repente, pareceu tomar uma decisão, gritando: — Draco!

Os olhos de Hermione se arregalaram. Certamente, os rumores não eram verdadeiros. Certamente, Draco Malfoy não havia tomado o lugar de seu pai no...

— Sim, meu senhor? — uma voz suave disse quando um homem loiro inconfundível deu um passo à frente. Hermione sentiu uma pontada de tristeza. Draco nunca foi legal quando menino, mas ela também não achava que ele era realmente mau, e ela sempre sentiu que havia esperança para ele.

Ela supôs que às vezes a esperança não era suficiente.

— Você sabe o que fazer — disse Voldemort. — Ela é sua.

Os olhos de Hermione se arregalaram e ela considerou se agora era um bom momento para entrar em pânico. Se Draco era de fato um dos seguidores de confiança de Voldemort agora, então ela poderia esperar muitas horas de dor enquanto ele recebia sua retaliação por cada pequena desconsideração que ele poderia ter recebido dela e de seus amigos ao longo dos anos.

Draco curvou-se levemente para o serpentino Lorde das Trevas e acenou com a cabeça para os captores de Hermione, que então a colocaram de pé e a levaram embora.

— O que você acha? — Voldemort perguntou depois que ela se foi. — Ela será receptiva?

Draco considerou. — Ela é teimosa e leal demais, mas eu posso fazer isso.

Voldemort assentiu. — Tenho certeza que você pode.

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