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Hermione estava perdendo o juízo. Ela realmente estava. Ela não via saída e, aparentemente, Harry não via como entrar. Ela estava com medo de que, a qualquer momento, Voldemort se lembrasse dela e decidisse que não valia a pena mantê-la viva. Ela não queria morrer. Na verdade, ela queria muito viver. Sua única forma de sobrevivência seria conseguir que Draco a ajudasse, o que, neste ponto, parecia altamente improvável.

Se ela não podia mais usar seu corpo e ela não podia apelar para a consciência dele, então o que havia? Ambição? Ele era rico, pelo que ela sabia, então por que se importaria com dinheiro? Mas, novamente, sempre parecia que aqueles que tinham dinheiro queriam mais... A questão era realmente discutível. Ela não tinha acesso à quantidade de galeões que um suborno exigiria. Poder? Sim, ele parecia ser um verdadeiro Malfoy nesse aspecto. Ela suspeitava muito que era essa necessidade de poder que o fazia cumprir as ordens de seu Senhor. Talvez, se ela pudesse convencê-lo de que a Ordem não estava tão mal quanto ele parecia pensar... Mas como ela poderia fazer isso sem revelar nenhum segredo? E o que aconteceria então? Ele obviamente não estava prestes a mudar sua opinião sobre o único assunto que estava no centro de tudo - o status de sangue.

Doeu um pouco. Em algum lugar ao longo da linha, seu ato funcionou e ela passou a acreditar que ele não a odiava de verdade. Era difícil para ela entender como ele podia ser tão apaixonado por dormir com ela sem se importar se ela vivia ou morria. Ela sabia, é claro, que sexo não era amor. Ela sabia que sexo não era nem gostar. Sempre tinha sido tão... intenso. Tão revigorante. Talvez fosse simplesmente uma questão de circunstâncias. Ainda assim, ele disse que se sentiu traído por ela. Se ele não sentiu nada, como poderia se sentir traído?

Ela balançou a cabeça e foi para a cama. Ela se sentiu tão confusa.

Antes que ela pudesse se deitar, a porta se abriu e Draco estava entrando. Isso era estranho; não poderia ter passado mais do que um dia. Ele parecia totalmente incomodado.

— E agora? — ela perguntou cautelosamente quando ele não a cumprimentou, mas apenas começou a andar.

— Coisas... — ele murmurou, balançando a cabeça. — As coisas ficaram fora de controle.

— Como? O que você quer dizer? — ela perguntou, sentindo-se alarmada e esperançosa ao mesmo tempo. Eles tinham vindo atrás dela?

Ele a olhou de relance. — Ele não vem — ele disse como se adivinhasse seus pensamentos. — Nenhum deles vem. Eles nunca tiveram a intenção de vir.

Hermione ficou surpresa com isso. — Você está mentindo. É claro que eles pretendiam vir atrás de mim.

— Foi isso que pensamos. Que poderíamos pegá-lo ou transformá-lo. Mas, como você não responde tão favoravelmente à gentileza como eu pensava, agora tenho apenas algumas opções. O mais óbvio é torturá-la para uma submissão rápida, que é o que ele quer.

— Eu não acredito em você — ela zombou. — Este é mais um dos seus truques. Eu não estou te dizendo nada.

Ele parou para olhar para ela. — Você está louca? — ele perguntou. — Você não acredita que eu faria o que fosse preciso para salvar minha própria pele?

— Não, eu acredito nisso — disse ela. — E é isso que você terá que fazer. O que não acredito é que ninguém se preocupa com a minha presença aqui.

Ele apenas ficou olhando para ela por um minuto, e então voltou para a porta resmungando para ela ficar parada. Hermione piscou. Isso era diferente do que ela esperava e... Para onde ela iria? Ele voltou logo, carregando uma bacia de pedra que Hermione imediatamente reconheceu o que era: uma penseira. Ela cautelosamente se afastou dele.

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