- Confessions & XXI - Feelings

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- Confessions

Estava chocada com as minhas próprias palavras.

Haviam saído sem qualquer controlo. Sem que as medisse. Ele olhava-me sem qualquer expressão, o que me estava a deixar nervosa. Será que se ia rir da minha cara, mas estava a rir-se primeiro mentalmente? Será que apenas me viraria as costas? Será que, poderá haver uma hipótese de sentir o mesmo?

Fechei os olhos durante meros segundos, voltando a abri-los, ao mesmo tempo que respirava fundo.

Os seus refletiam-me. Os seus lábios estavam entreabertos. A sua respiração calma. Estaria ele a assimilar o que acabara de ouvir?

Merda Saphyra, porque raio não pensas antes de falar?

- Não sei o que esperas ouvir.

Finalmente falou, deixando-me completamente insegura naquele momento. Após que acontecera na última noite que passámos juntos, sentia-me envergonhada. Olhava-o de uma forma diferente, pois ele estava pronto para avançar. Ele queria que acontecesse. E eu, após levá-lo onde levei, hesitei e perdi a coragem.

Provavelmente, achava-me uma desesperada.

Senti lágrimas marejarem os meus olhos, devido ao sentimento que aparecera de repente. Sentia-me uma oferecida. Uma rapariga que se entrega sem sequer ponderar. Uma pessoa desesperada. Suspirei, deixando escapar uma lágrima, limpando-a de imediato.

Merda, Zayn. Merda, Saphyra. Porque é que te foste envolver com uma pessoa como ele? Porque raio confiaste nele? Sabendo, a história dos seus pais.

- Qual é o teu problema, afinal? - Ele voltou a falar. - Pareces uma criança, por amor de deus.

- Desculpa se estar insegura, é ser criança. Desculpa se se sentir como uma merda, é ser criança. E desculpa Zayn, desculpa por não ser as típicas raparigas que encontras num bar. - Murmurei, deixando a frustração sair. Ou pelo menos, parte dela.

- Estás a complicar tudo. - Arregalei os olhos. - Não és a primeira rapariga que admite gostar de mim.

O quê?

- Vês? É por seres como és, que não quero estar contigo. Que não quero sentir isto por ti. Odeio-me, por começar a sentir algo por ti.

Tentei passar por ele, embora sentindo a sua mão, envolver-se no meu braço, impedindo-me. Tentei soltar-me de uma forma brusca, para que me largasse. Ele não me largava por nada. Virei-me para ele, dando-lhe um murro na mão que segurava o meu braço, conseguindo libertar-me.

Preparei-me para sair da sala, embora tivesse esbarrado contra o Alvey. Desculpei-me imediatamente.

Após uns dez minutos a controlar as lágrimas, a tentar prestar atenção ás explicações do Alvey, consegui finalmente sair do mesmo espaço que o Zayn. Apressei-me a chegar à porta do pavilhão, assim que a mesma se fechou atrás de mim, comecei a correr até ao carro.

Entrei no mesmo, fechando as portas e trancando-as. Liguei o motor, encarando o Zayn. Ele acabara de sair do pavilhão. Olhava-me de um jeito... Hum, triste? Talvez até desiludido por ter fugido.

Não sabia o que fazer.

Acabei por deixar o carro ir abaixo, enervando-me completamente. Desliguei o motor, colocando os braços sob o volante e encostando a cabeça aos mesmos, deixando as lágrimas escorrerem.

- Abre a porcaria da porta.

Ouvi-a a sua voz longe, embora soubesse que ele estava colado ao carro.

- Vais falar comigo ou não?

Acabei por ceder. Destranquei as portas do carro, saindo do mesmo. Fechei a porta à bruta, secando rapidamente as lágrimas e encarando-o. Ele parecia preocupado, triste e algo de desiludido. Embora não soubesse se se sentia desiludido comigo ou com ele mesmo.

BROOKLYN  ➛  ZAYN MALIK  Onde histórias criam vida. Descubra agora