II - Streets

596 30 0
                                    

- A mãe chegou, Suzzie!

A pequena assim que ouviu a chave inserir-se na fechadura, levantou-se do sofá e correu até à porta, que já se encontrava aberta. Alana mal conseguiu entrar em casa, pois já tinha os braços da filha enrolados ás suas pernas, impedindo-a de andar.
Alana baixou-se, pegando-a ao colo e fechou a porta, caminhando até à cozinha.

Perguntou-lhe como correra o dia e se estava animada. A pequena afirmou, dizendo que tinha passado o dia a brincar e que queria ir ao parque. 

- Apetece-te sair? – Olhou na minha direção.

- Porque não? Vou só vestir algo e saímos. – Levantei-me do sofá. – Já almoçaste?

- Comi qualquer coisa.

Assenti.

Fui até à gaveta onde havia guardado as minhas roupas, tirei uma camisola larga e comprida, umas calças quaisquer e procurei as minhas sandálias, caminhando de seguia para a casa de banho, onde me penteei, maquilhei e lavei os dentes.

Após estar preparada, voltei para junto da minha irmã que petiscava o bolo que havia feito com a Suzzie.

- Já vi que vou ficar mal habituada.

Sorri-lhe.

- Estou preparada, vamos?

- Sim! – Suzzie saltitou até à porta, abrindo-a.

Sai atrás dela, enquanto Alana saiu por fim, trancando a porta. Havia deixado o telemóvel no sofá, mas pouco importava, não queria falar com ninguém, pois isso implicava mentir. Eu odiava mentir. Odiava que me mentissem. Verdades dolorosas a ilusões. 

Não queria contar a Emily e Jason o que se estava a passar. 

A palavra não é vergonhada, pois sinto-me bastante bem perto da minha irmã. Só acho que há coisas que devem de ficar comigo e a situação do meu pai é uma delas. Não consigo confiar em ninguém completamente. Não sou do tipo de pessoa que confia rapidamente e completamente. 

Certas coisas não devem ser contadas, apenas vividas e relembradas por nós. 

A Emily é talvez a pessoa que conheço desde muito pequena. Crescemos juntas, pois fomos vizinhas durante anos, até que há três anos, os seus pais decidiram mudar-se.

- Anda brincar comigo!

- A tua tia já é crescida, vai lá brincar com os outros meninos.

Ela assentiu e correu para os baloiços, enquanto eu e a Alana nos sentamos a falar sobre coisas aleatórias. Falávamos das pinturas pelos muros perto do parque e até das paredes de alguma casas, vandalismo..

Vandalismo era dos problemas mais frequentes em Brooklyn. 

Adolescentes perdidos na vida, viciados nas drogas. 

Sem uma figura materna ou paterna. A percorrer as ruas do bairro sem quaisquer objetivo, até serem apanhados e enviados para uma casa de correção, senão para a cadeia.

Nunca tive problemas do género. Apesar dos meus 18 anos, tabaco, drogas e uma aventura diferente por noite, após uma festa, nunca despertou interesse em mim. Bebida? Todos os adolescentes bebem, aconteceu comigo. Apenas com 15 anos, apanhei a minha primeira bebedeira. Não é algo que goste de relembrar, mas fez-me conhecer os meus limites, o que é positivo de certo modo.

Graças ao meu pai, tornei-me bastante responsável e raramente tinha tempo para pensar nas típicas coisas de adolescentes. Cometi alguns erros, apanhei algumas desilusões amorosas, tal como todos os adolescentes. 

BROOKLYN  ➛  ZAYN MALIK  Onde histórias criam vida. Descubra agora