- Storm

328 25 7
                                    




Acordei aos poucos e poucos, ao ouvir o telemóvel tocar por baixo da minha almofada. Vibrava ao mesmo tempo que tocava, despertando-me mais facilmente. Ao retirar o telemóvel e ao colocá-lo à frente dos meus olhos, li um nome inesperado no ecrã. Arregalei os olhos, apressando-me a atender a chamada, mesmo sem saber o que dizer.

Do outro lado da linha, ouvia uma respiração pesada. Uns pequenos soluços e apercebi-me que tentava controlar o choro, antes de pronunciar qualquer coisa.

O meu coração batia desesperadamente dentro de mim, sentia-me a tremer e sem saber o que lhe dizer. Respirei fundo ao ouvir um soluço ainda mais alto vindo do outro lado da linha e quando ele pronunciou o meu nome, com uma voz rouca e bastante chorosa, senti que o chão havia desaparecido por baixdo dos meus pés.

Não conseguia perceber o que dizia, pedindo que se acalmasse. Ele manteve-se em silêncio, voltando a falar.

" - Saphyra... - Zayn! O que se passa? Porque estás a chorar? - Abre-me a porta"

Sem hesitar, larguei o telemóvel na cama, saindo da mesma. Desci as escadas a correr, fazendo imenso barulho. Não me importava se ia acordar alguém, visto que eram quase quatro da manhã, só queria chegar aos seus braços o mais rápido que conseguisse.

Já junto à porta, apressei-me a destrancá-la e a abri-la ligeiramente, olhando para o exterior da mesma.

Encontrei uma figura vestida de preto, encostado a uma moto de cabeça baixa. O meu coração estava prestes a saltar-me do peito, quando ele levantou a cabeça, olhando. Uma luz acendeu-se então atrás de mim, fazendo-lhe olhar para trás e encontrar a Madison ensonada. Pelos seus olhos inchados, conseguia perceber que havia chorado até adormecer.

Ela agarrou na porta, abrindo-a completamente. Ao encarar o Zayn, ficou tão chocada quanto eu, chamando-o com a mão.

Zayn deixou o capacete sob o banco da moto e aproximou-se lentamente de casa. Quando a luz lhe iluminou minimamente, pude ver lágrimas a descer pelas suas bochechas. Arregalei os olhos e apressei-me a ir ao seu encontro, mesmo estando descalça, abraçando-o com imensa força. Logo senti os seus braços à minha volta, ouvindo também os seus soluços contra o meu pescoço. Não me contive e deixei escapar algumas lágrimas, apertando-o o máximo que consegui contra mim, sem o magoar.

- Zayn, fala comigo, por favor. - Murmurei contra o seu pescoço.

Ele continuava a chorar, o que me estava a matar lentamente. Madison pronunciou-se atrás de nós, pedindo que entrássemos. Tentei afastar-me do Zayn, para que caminhássemos para dentro de casa, mas ele continuou a segurar-me, como se a sua vida dependesse disso.

- Zayn! Estás a deixar-me aflita, porra! - Murmurei mais exaltada, tentando ouvir algo vindo dele.

- O Luke vingou-se. - Ele sussurrou com alguma dificuldade. - Ele vingou-se. - Voltou a dizer, limpando a garganta.

- Ele não estava... morto?

Zayn acabou por se afastar de mim, limpando as lágrimas às mangas do casaco. Olhou de relance para a Madison, que lhe mostrou um sorriso acolhedor. Ela veio na nossa direção, dando um beijo na bochecha do Zayn e abraçando-o durante leves segundos. Ele retribuiu o gesto, desculpando-se por ter aparecido tão tarde à porta da nossa casa.

Após uns minutos, estávamos sentados na sala. A porta encontrava-se fechada, para que mais ninguém acordasse. Eu e o Zayn estávamos envolvidos numa manta e a Madison numa outra, na ponta do sofá oposta à que nós estávamos.

- Conta-nos o que aconteceu, Zayn. - Madison acabou por quebrar o silêncio.

- O Luke conseguiu safar-se do acontecimento da ponte. - Ele murmurou, baixo e com uma voz rouca e frágil. - Ele vingou-se nos meus pais, em Compton. Das pessoas mais próximas deles.

BROOKLYN  ➛  ZAYN MALIK  Onde histórias criam vida. Descubra agora