- Phone Call

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Estávamos sentados à mesa a tomar o pequeno almoço com o meu pai e com a Kiara, pois a Madison continuava no quarto. Quando lhe contei que o Zayn havia dormido comigo, ele apenas deu de ombros e olhou para o prato cheio de comida, remexendo-a com o garfo.  O ambiente estava bastante pesado, mesmo quando falava com a Suzzie, que brincava na sala e gritava por mim.

O Zayn estava totalmente apagado, o seu corpo encontrava-se na mesma mesa que eu, mas os seus pensamentos estavam por ai algures. Sentia-me inútil naquele momento, pois não tinha como o ajudar, pois a única coisa que lhe animava, era ter a sua irmã nos braços.

Suspirei, olhando para o meu prato também remexido. Acabei por me levantar e por caminhar até à sala, dando um beijo à Suzzie e avisando-lhe que ia estar algum tempo fora de casa.

- Vamos? - Murmurei a olhar para o Zayn.

Ele assentiu e levantou-se da mesma, desculpou-se com o meu pai, por ter aparecido sem avisar e veio ter comigo. Saímos de casa e fomos para a moto dele, onde o capacete permanecia. Ele entregou-me o capacete e tirou outro da moto, colocando-o.

Abracei-o pela cintura, durante todo o caminho até ao hospital de Nova Iorque.

Quando chegámos, ele limitou-se a deixar o capacete sob o banco da moto, novamente e a entrar no hospital, procurando informações sobre a sua mãe. Fiz o mesmo que ele, seguindo-o até ao balcão de receção e informações. Ao ouvir o número do quarto, ele hesitou um pouco até caminhar ao longo do corredor.

Perto da porta do quarto da minha mãe, ele entrelaçou a sua mão na minha e olhou-me sem expressão, sem qualquer sentimento.

Após bater à porta e ouvir a voz fraca da sua mãe, dando-lhe permissão para entrar, acabou por avançar a medo. Larguei a minha mão da dele, para que pudesse agarrar na mão da sua mãe e mostrar-lhe que estava ali, sem se importar com mais nada.

Ver a Arianna naquelas condições, deixou-me bastantr triste também. Enraivecida por não ter morto aquele animal naquela noite.  E o facto de não ter vingado a minha irmã, consumia-me ainda mais.

- Por amor de deus Zayn, não voltes a fazer-me isto! - Ela falou o mais alto que conseguiu. - Pensei que tivesses... Que tivesses... - Os soluços da Arianna chegaram-me aos ouvidos, criando lágrimas nos meus olhos. - Imaginar-me num mundo sem ti, era mais doloroso que todas as marcas que tenho no corpo. - Ela sussurrou, tentando acalmar-se.

- Nunca estarás num mundo em que eu não esteja, mãe. - Ele sussurrou de volta, tentando abraçá-la o mais cuidadosamente possível.

Levei as mãos ao rosto, cobrindo-o. Tentava secar as lágrimas ao mesmo tempo que tentava evitar os soluços. Não queria que percebessem que estava a chorar, não queria estragar o momento que estavam a ter, pois sabia que ambos precisavam daquilo. Que precisavam um do outro.

- Eu pensei que tivesse acabado! - Zayn quebrou o silêncio com a sua voz enraivecida. - A culpa disto é toda minha!

A raiva voltou a apoderar-se dele. O sentimento de culpa consumiu-o inteiramente, fazendo-o afastar-se da cama onde a sua mãe estava e pontapear tudo o que estava à sua volta, acabando por derrubar algumas coisas. As suas mãos impactaram de uma forma bruta com a parede branca do quarto, fazendo-o soltar um gemido de dor.

Fui na sua direção, pegando nas suas mãos e observando o sangue nos nós dos dedos. Olhei nos olhos dele, vendo lágrimas formuladas, reparando que algumas já deslizavam.

Ele não merecia estar a passar por isto. Estava tudo contra ele, tudo a depender dele e das suas próximas ações. Aliás, Luke já não se encontrava a respirar, para se vingar novamente. Embora isso, lhe tivesse custado o desaparecimento do pai, da sua irmã e ter a sua mãe deitada numa cama de hospital há dois ou três dias.

BROOKLYN  ➛  ZAYN MALIK  Onde histórias criam vida. Descubra agora