Capítulo O4.

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Eu te vi sumir daqui, você se afastou sem dizer nada.
Fiquei na pior, você me enfrentou, me perdi nas suas promessas tão falsas.
Quero aprender a compreender, que o amor dói, dói muito.
Você não enxerga isso,
por causa do seu ego, que te deixa cego.
E por mais que a minha pele
sinta o fogo, o seu ego, é o meu carma.

Ego, Lali.

Uchiha S/N.

Duas semanas haviam se passado e a minha cabeça estava girava com as lembranças daquele fatídico dia. O dia em que Tobirama descobriu toda a verdade, eu imaginei que a essa altura do campeonato as coisas fossem estar bem feias e complicadas, estava com medo do que o Senju poderia fazer a respeito do meu filho, querer recuperar o tempo perdido com ele ou apenas tentar algo para se vingar de mim. Mas o pior é que não houve nada, não tinha notícias de Tobirama, ele não veio até mim me ameaçar ou coisa do tipo, ele simplesmente sumiu e aquilo me assustava mais do que qualquer coisa. Poderia lidar com ele me importunando e me fazendo parecer a errada da história, me julgando como ele sempre fez e dizendo o quão amaldiçoada eu era por carregar o sobrenome Uchiha, eu poderia lidar com qualquer uma dessas coisas, mas não saber o que ele estava tramando, o que passava por sua cabeça naquele momento e afins estava me matando por dentro. Eu não estava preocupada com ele, talvez não ter notícias dele seja algo bom, eu esperava que sim, mas Tobirama é imprevisível e sempre pode me surpreender. Sentir medo era inevitável.

-- Precisa de ajuda? - Itachi perguntou adentrando na sala de jantar e eu ergui o olhar para ele. O rapaz havia recém saído do banho, seus longos cabelos estavam molhados e ele vestia apenas uma calça de dormir preta, me peguei encarando o seu abdômen e ao perceber desviei o olhar já vermelha.

-- Eu adoraria. Pode pegar os pratos e talheres? - ele assentiu e seguiu para a cozinha, levando a louça suja que havia recolhido. Respirei fundo e limpei o suor que se formou em minha testa.

-- Você está bem? - ele perguntou e eu balancei a cabeça de forma negativa.

-- Sabe que pode falar comigo sobre qualquer coisa, não sabe? - indagou terminando de recolher a louça do jantar.

-- Eu sei, eu sei. - respirei fundo e umedeci os meus lábios.

-- E então?

-- Eu só estou preocupada, nada demais.

-- Com o fulano que não podemos falar o nome? - ele me fez rir ao dizer tais palavras. Nunca combinamos aqui, mas até que seria uma ótima idéia. Assenti e ele caminhou em minha direção, parando na minha frente.

-- E se ele estiver pensando em uma maneira de se vingar de mim ou me tirar o meu filho? - pensar naquela possibilidade fazia o meu estômago revirar e me dava um enorme desespero.

-- Eu jurei proteger vocês dois de tudo e todos. - Itachi disse me confortando e segurando o meu rosto com as mãos, depositando um beijo em minha testa para então me abraçar.

Nos desvencilhamos e ficamos nos encarando, era como se toda a atmosfera deixasse de existir, nossos olhos estavam fixos um no outro e Itachi foi aproximando os nossos rostos lentamente, eu sabia o que iria acontecer, não estava pensando com clareza, estar tão perto a ponto de sentir seu perfume invadir a minha mente, merda. Eu não iria conseguir resistir, fechei os meus olhos e esperei, a campanhia tocou e eu pude ouvir Itachi murmurar um palavrão e então se afastar de mim. Engoli um seco e tentei me recompor.

𝐅𝐎𝐑𝐆𝐈𝐕𝐄 𝐌𝐄 | senju tobirama.Onde histórias criam vida. Descubra agora