I just wanna be part of your symphony

72 8 108
                                    


Eu trabalhei no automático, aquele dia tinha sido como um combustível para mim. E assim foram os outros dias também, como se estivesse vivendo de forma mecânica, resolvendo coisas da minha casa, ocupada com a faculdade, trabalhando e também conversando com Michael.

Ele meio que estava evitando de ir no meu trabalho, e eu o entendia completamente. As coisas estavam tão corridas que eu quase nem conseguia parar para respirar.

Mesmo assim, Michael continuava me contando algumas coisas da sua vida, como ele gostava de cantar desde pequeno e fazia até apresentações na escola, no ensino fundamental. Ele aprendeu a tocar violão cedo e logo se apaixonou pela guitarra, mesmo me confessando que quase desistiu de tentar aprender, achava muito difícil.

Ele me contou que após o primeiro dia já queria parar, mas seu pai não deixou, disse que ele não poderia simplesmente abandonar tudo na primeira tentativa, que ele precisava insistir.

Também havia me dito sobre a longa época na qual ele mudava constantemente sua cor de cabelo, passando por todas as cores possíveis. Ele me mostrou algumas fotos, após eu insistir muito por elas. Era impressionante como ele ficava bonito em qualquer cor, por mais que ele insistisse que nunca realmente gostou de qualquer uma delas.

Queria que ele pudesse se ver com os meus olhos um minuto.

Preto e vermelho eram definitivamente as minhas cores favoritas do seu cabelo, mas o natural que está agora também é de tirar o fôlego. Combina perfeitamente com ele.

Alguns dias também troquei mensagens com Cal, ele estava me ajudando com as coisas do meu apartamento. Era engraçado, ele sabia exatamente o que eu queria, complementava minhas ideias e me mandava fotos de móveis que combinavam comigo.

Essa nossa conexão é além dessa vida, e eu sou muito grata por isso.

No fim de semana, saímos para comer e passamos em uma loja para resolver sobre meus móveis. Eu estava segurando ao máximo minhas economias, mesmo tendo guardado dinheiro por muito tempo, eu precisava me conter e resolver o mais importante para poder sair logo daquele lugar que não me atrevo a chamar de lar.

Sábado prometi a Ágata ajudá-la com algumas tarefas, não tinha dado tempo na faculdade e estávamos caminhando para o final do ano, iríamos precisar arranjar tempo para terminar tudo. Esse final de período está mais caótico que os outros, e eu já precisava começar a pensar com meus estágios na minha área.

Quando Calum me deixou na porta de casa, naquele dia, Ágata havia acabado de chegar, percebo isso pois ela estava apertando a campainha. Me inclinei levemente pro lado de Calum e apertei a buzina para que ela me visse.

- Quem é essa? -Calum olha curioso.

- É a Ágata. –Digo enquanto aceno para ela, e ela me retribui com um sorriso. - Da faculdade. -Me viro para ele, dou um beijo na bochecha para me despedir, mas ele continua olhando para ela. - Calum, acorda pra vida! -Dou um tapinha de leve em seu ombro e ele faz cara feia pra mim.

- Tchau, sua chata. -Ele finalmente me olha.

- Te amo Cal, cuidado na volta pra casa, você parece meio perdido.

Ele me mostra o dedo do meio e eu dou outro tapa nele, dessa vez mais forte, posso até ouvir esse resmungando um "ai". 

Ágata é realmente muito bonita, com seus cabelos castanhos, com cachos bem definidos que caem sobre seu ombro. Ela tem lindos olhos da mesma cor, puxados para um mel, diria que são bem semelhantes aos meus. 

Eu gosto dessa cor, é diferente, sai do habitual.

- Bonito o seu amigo. -Ela me diz, quando chego perto dela.

Lonely HeartOnde histórias criam vida. Descubra agora