the Colt's

177 18 8
                                    

Quincy, Illinois - 07hrs am

DOIS TOQUES e Brie desligou a ligação. Era assim que tinha combinado com John. A caçadora ficou olhando pela janela do carro para a mansão ao longe, que pouco mais que o telhado e algumas janelas ela conseguia ver de onde estava. O celular vibrou na sua mão e ela atendeu.

— Harker, alguma novidade? - John pergunta.

— Sim, eu encontrei.

— Onde está? Estou indo agora. - ele já começa a se mover, conseguiu ouvir a agitação na voz.

— Ainda não está comigo, mas vai estar em minhas mãos em breve. - ela desviou os olhos da mansão para a palma de sua mão esquerda, onde tinha uma cicatriz pequena.

A lembrança de ser jogada contra uma janela, ficar a metros do asfalto apenas se segurando em uma cortina velha. Dean e seus grandes olhos verdes, ele a puxando de volta, a salvando da queda. O primeiro caso deles.

— Eu não preciso de você para pegá-la. - continuou — Mas, como você disse antes, todo mundo quer alguma coisa.

John suspirou.

— Sabia que mudaria de ideia. O que você vai querer em troca?

— Quero que abandone essa vida, você, Dean e Sam. Depois que o demônio morrer vocês terão uma vida normal e você fará seu papel de pai. - sua voz saiu mais amarga do que pensou que poderia ser. Era firme.

— Você pode me pedir o que quiser. Porque isso? 

Olhou novamente para sua cicatriz. Por Dean, por Sam! Eles não merecem o mesmo destino que eu tive. Gritava sua mente. 

— Sou uma caçadora melhor sem os três Winchesters cuzões. - respondeu com sarcasmo, mas John viu atrás daquilo, entendeu que ela nunca admitirá a verdade.

— Fechado.

[...]

A Harker tocou a campainha, ajustando a saia do vestido preto, completamente desconfortável nele. Nunca havia usado vestido antes, com saltos e bolsa, mas para aquilo foi necessário. O vestido tinha mangas cumpridas, decote que valorizava seu colo e seios, era justo até pouco mais que o quadril e uma pequena fenda começando sobre o joelho. Também acompanhava com uma meia-calça transparente e saltos pretos de dez centímetros, um terror que esperava nunca mais precisar usar.

— Bom dia, Srta. Thomson! - um senhor diz ao abrir a porta, tinha cabelos grisalhos e pele escura de terno e sorriso gentil.

— Oh, bom dia, Sr.? 

— Davis, conversei com sua assistente por telefone. Entre, por favor. - deu passagem.

Obviamente Brie não tinha uma assistente, apenas suavizava ainda mais a voz e aumentava o tom, criando sua personagem. Como agora, forçando um sotaque britânico e se vestindo como uma mulher de alta classe. Ridículo! Gritava em sua cabeça.

— Ah, claro.

— Sozinha? - ele pergunta.

— Sou bem inteligente para cuidar dos meus negócios sozinha. - responde a desculpa, sabia que não era comum uma rica sair sozinha olhar relíquias as quais pretende gastar milhões.

— Então deve ser uma mulher muito temida, Srta. Thomson. - uma voz atrás dela invade o saguão principal. 

Tinha um leve sotaque britânico, era sofisticado e dócil, um homem de classe. Quando Brie se virou, teve certeza de quem era o homem apenas pela postura.

CROSSFIRE | SupernaturalOnde histórias criam vida. Descubra agora