CONTO 8: A MÁSCARA CAIU

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Eu já andava bem desconfiado da Milena e não tolerava a ideia de ser corno. Me chamo Jairo e depois de quase dez anos juntos eu não podia nem conceber esta ideia. Milena era alguns anos mais velha que eu, mais experiente, mais vivida em tudo. Eu era ainda jovem, totalmente apaixonado por aquela mulher. Não totalmente submisso aos seus caprichos, pelo menos não ainda. E tudo o que ela queria era me dominar por completo.

Então ela começou a chegar tarde depois do trabalho, principalmente aos sábados que ela saía ao meio-dia. Tinha vezes que chegava bem tarde, já à noite. Sempre fui muito ciumento, mas não controlador. Talvez devesse ter marcado mais em cima, por que Milena era muito gata. E chamava muita atenção com aquele corpinho todo sensual, cinturinha fininha e pernas torneadas. Seu cabelo era longo e liso, tão preto quanto o carvão. Quando deixava aquele cabelo solto e escovado, parecia uma puta de luxo...e seu olhar era sensual, dominador e sabedor das coisas. Não era cavala, nem malhadona, mas era o tipo de mulher que os machos adoram olhar e marido nenhum podia deixar dando bobeira. Quando eu questionava os motivos de seus atrasos, ela dizia que ou tinha passado no mercado ou no salão. E realmente ela sempre chegava com sacolas nas mãos ou com o cabelo ou unhas feitas. Ela era muito vaidosa e cuidadosa com os detalhes. Talvez por isso, demorei muito para desconfiar dela.

Mas um dia ela foi trabalhar de salto e saia bem curta, chamando bastante atenção para suas lindas pernas. Maquiagem pesada e cabelo escovado. Ainda me pediu dinheiro porque ia passar no salão depois do trabalho. Questionei sobre as roupas, mas ela disse que era sábado e estava muito quente. Não colou. Foi neste dia que instalei um programa no celular dela e ao longo dia, rastreei sua localização. No fim do seu expediente, me ligou dizendo que estava indo ao salão e que ia demorar. Ativei o rastreador e em poucos minutos me revelou o que eu mais temia. A localização dava num motel perto do trabalho dela. Enlouqueci na hora. Passou muito coisa pela minha cabeça, mas decidi esperar. A vadia chega bem tarde, já de noitinha, batom e maquiagem borrado, cabelo bagunçado e até meio desnorteada. Aquilo foi a gota d'agua. Quando vi estávamos numa discussão incontrolável. Ela dizia que estava cansada dos meus ciúmes doentios e eu acabei falando que eu é que estava cansado. Cansado das suas mentiras e traições. Ela continuava irredutível, até mesmo ofendida, até eu mostrar os prints da localização dela. Eu sei de tudo. A mascara caiu. Ela chorou, mas não de vergonha, mas de raiva. Não consegui impedi-la. Pegou as coisas que dava para carregar e saiu de casa. Para onde ela iria? Eu não sabia...

Passou quase uma semana e eu estava ficando preocupado com Milena, sem nenhuma noticia dela. Comecei a investigar e descobri que ela estava morando com uma colega de trabalho e dando para todo mundo. Fiquei sabendo que em menos de uma semana eu já era o maior corno da cidade. Puto da vida tentei conversa com ela, mas ela não estava disponível. Mas no dia que ela veio buscar as coisas dela, implorei para ela voltar. Milena abriu a porta de casa e antes de sair virou-se, seu olhar era frio como o de uma estátua de bronze. Como um covarde me joguei aos seus pés, beijando suas pernas e pedindo, pelo amor de Deus pra ela voltar. Ela disse que ia pensar porque eu devia ter impedido ela de sair de casa, mas não fiz nada. Bateu a porta na minha cara e eu cai no chão chorando como uma criança. Não dava para viver sem aquela mulher. No dia seguinte, ela apareceu lá em casa com todas as coisas dela. Seu olhar ainda era frio e me ignorou até de noite. Quando nos deitamos na cama, sua pele estava ardendo de luxuria. Fodemos a noite toda como nunca antes. Ela sentava no meu pau com tanta força que pensei que ia destronca-lo. Naquela noite eu percebi que amava muito minha esposa, independente de seus erros.

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