Capítulo único

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N/a: Primeiramente eu gostaria de dizer que não é meu intuito de maneira alguma ofender alguma crença religiosa com essa história, é apenas uma fanfic com o tema  "Onde um garoto invoca um demônio por acidente e precisa se livrar dele". Boa leitura!

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Castiel era cristão. E como todo bom cristão, ele rezava todas as noites.

Desde criança o moreno sempre gostou de ir à igreja, seu sonho de pequeno era se tornar padre. Bem, agora o Novak tinha vinte anos e nenhuma pretensão a dedicar a vida à religião, mesmo que parte dele ainda gostasse do tema. Estava envolvido em projetos da comunidade onde vivia e planejava iniciar uma faculdade de filosofia no semestre seguinte, queria trabalhar com crianças. Não importava, no momento ele estava em um trabalho voluntário promovido por um grupo de jovens e, depois das gincanas e eventos para arrecadar fundos para a igreja, Cas estava morto.

Sentia as pernas doendo e o sono o dominava. O Novak sempre gostou de dormir, mas especialmente naquele dia, queria apenas se deitar e fechar os olhos por doze horas seguidas. Entretanto, lá estava o problema, Castiel ainda não havia feito suas orações da noite. E ele era um bom cristão.

O moreno se arrastou para procurar uma vela e a acendeu na janela, longe de qualquer material inflamável. Pegou um rosário e se joelhou em frente à cama e começou a sussurrar uma prece, os olhos se fechando e a cabeça pesando entre as frases.

– Sacrificado seja... No inferno como no céu... Abençoe meus pecados... Amém – bastou fazer o sinal da cruz para o homem pendurar o rosário de qualquer jeito em um prego na parede, se jogando na cama em seguida e rolando pesadamente até estar completamente coberto pelo edredom azul.

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Castiel sabia que não estava de manhã, não havia cortinas nos dormitórios e ainda estava escuro. Ele havia acordado com um barulho, mas não se sentia tentado a abrir os olhos, em vez disso, rolou na cama até que as cobertas o soterrassem. Resmungou e voltou a dormir. Bastou alguns minutos para sentir uma respiração contra sua nuca, sorriu e deixou os braços o envolverem. É claro, foi muito bom, até ele se lembrar que estava sozinho, ou deveria estar. Seus olhos se arregalaram e ele ouviu uma voz sobrenatural sussurrar em seu ouvido.

– Bom dia.

Cas não perdeu tempo, derrubou o homem da cama e o socou, dando tudo de si para incapacitá-lo. Estranhamente, socos e cotoveladas não surgiram efeito, então quando se levantou para correr... O loiro segurou em seu tornozelo e o arrastou pelo chão, até estar sobre ele com uma faca pressionada em seu pescoço.

– Isso são modos? – ralhou com uma voz brevemente descrente e irritada.

– Quem é você? – Castiel falou pausadamente, temendo que a qualquer momento a faca fosse dar fim a sua vida.

– Sou Dean Winchester, seu ingrato, agora pode dizer porque céus me invocou? – O loiro passou a mão pelo lábio inchado e o encarou.

– Eu o que...?

– Você me invocou, orou para os infernos e decidiram mandar um demônio para verificar seus pedidos – O Novak demorou para assimilar a informação e, quando isso aconteceu, pensou que iria desmaiar – Cara, você está bem?

– Deve haver algum um engano... – O homem que dizia ser um demônio se sentou sobre a cama e assistiu o conflito interno existente em Castiel, o moreno sequer havia se movido.

– Não tem engano nenhum, você fez a oração, os símbolos a oferenda... – Dean apontou para a vela derretida em frente a janela e olhou para o rosário pendurado de ponta cabeça – E ganhou um demônio de brinde.

Um cristão e seu demônioOnde histórias criam vida. Descubra agora