The Price of Madness | Sevmione

18. Uma chuva de confissões

Eu sou louco por tentar e louco por chorar,

E eu sou louco por amar você.

— Patsy Cline 1932-1963

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A porta do banheiro estava entreaberta quando Hermione a alcançou. Com cautela, ela deu uma espiada no cômodo. Severus não gostava de portas fechadas e, certa vez, ela o havia surpreendido inadvertidamente enquanto ele usava o banheiro. É claro que Severus achara aquilo histericamente engraçado e rira dela pelo resto do dia, enquanto ela corava furiosamente. Ele certamente era muito imodesto, pelo menos quando Hermione estava por perto. Severus ainda tomava banho com a porta aberta e também tinha se acostumado a desfilar pela lavanderia completamente nu quando ela estava lá. Havia ocasiões em que Severus deixava Harry ou Ron lhe fazerem companhia enquanto tomava banho e, embora ainda tomasse banho com a porta aberta, os meninos não faziam nenhuma menção ao fato de ele ser tão exibicionista. Parecia que ele só andava nu quando Hermione estava presente.

Esse pensamento fez com que Hermione se lembrasse de que não havia trazido um livro para se proteger de mais constrangimentos. Bem, agora era tarde demais. Se ela deixasse Severus esperando por mais tempo, ele provavelmente se recusaria a tomar banho. Ela teria de se contentar com o que estava acontecendo e tentar não deixar que Severus a pegasse olhando para ele. O homem ficava insuportavelmente presunçoso quando a pegava "espiando como a puta que ela era", como ele dizia.

A coisa toda da puta estava ficando velha. No início parecia estranho, depois um tanto engraçado, mas agora Hermione estava farta do homem por quem ela estava inegavelmente apaixonada, chamando-a de várias formas de puta o tempo todo. De alguma forma, saber que ele chamava todo mundo de alguma versão de puta não tornava isso mais fácil de aceitar. Severus conseguiu chamar Draco de "garoto", certamente ele poderia chamá-la de outra coisa também. Bem, da próxima vez que ele parecesse calmo, ela simplesmente teria que falar com ele sobre isso.

Sabendo que ela realmente não deveria adiar o inevitável por mais tempo, Hermione abriu a porta do lavabo e entrou no banheiro, deixando a porta entreaberta atrás dela. Ainda vestido com uma camisa branca de mangas curtas e uma calça preta de verão que Harry comprou para ele, Severus acabara de se barbear. Quando Hermione entrou no cômodo, Severus virou-se para ela. Na pressa, ele derrubou o copo com as escovas de dente da pia e ele caiu, caindo no chão. Os olhos dele estavam selvagens de medo e Hermione viu que a varinha dele estava apontada diretamente para o peito dela. Droga! Ela sabia que era melhor não se aproximar furtivamente dele!

— Severus — ela disse suavemente, — sou só eu. Me desculpe... eu não queria assustar você.

Aproximando-se lentamente dele, Hermione colocou uma mão gentilmente no braço da varinha dele. Com a outra mão, ela afastou o cabelo emaranhado do rosto com ternura. A tensão visivelmente desapareceu do corpo de Severus quando ele se inclinou ligeiramente para a carícia.

Abruptamente, Severus se afastou dela. Com uma expressão sombria, ele olhou para as escovas de dente espalhadas enquanto falava.

— Não vai adiantar nada tentar me distrair, putinha — ele rosnou. — Eu quero saber o que você e aquele pirralho puto estavam fazendo trancados na sala de estar por tanto tempo.

Passando a mão pelos cabelos em frustração, Hermione fez uma pausa enquanto considerava como queria lidar com o assunto. Era impossível contar a Severus o que eles estavam fazendo, pois uma menção à torre o faria ter ataques de gritos. Mas como ela iria convencer Severus de que não havia nada acontecendo exceto pesquisa? Talvez ela pudesse virar um pouco a situação.

— Severus, o que você vai preparar com os ingredientes que estamos comprando para você? — Hermione perguntou de repente.

— O que? — Severus retrucou. — Isso não tem nada a ver com esta discussão. Sem mencionar que o que estou fazendo não é da sua conta, sua putinha nojenta!