21. Gringotes revisitado

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Enquanto o homem estiver protegido pela loucura, ele funciona e floresce.

— Emile M. Cioran nascido em 1911

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Naquela noite, Hermione dormiu mal. Embora ela tenha esperado pacientemente que Severus separasse e armazenasse os ingredientes de sua nova poção, ela insistiu que o homem teimoso dormisse o necessário sono. Quando ela se inclinou para lhe dar um beijo de boa noite, Severus habilmente a deitou na cama novamente e a beijou até que os dedos dos pés dela se curvassem. Isso não tornou fácil para Hermione relaxar e adormecer, embora ela não estivesse exatamente reclamando.

Menos de duas horas depois que ela finalmente caiu em um leve cochilo, Hermione acordou e encontrou Severus parado em seu quarto olhando para ela. Ela havia dito a ele centenas de vezes que tal comportamento era inapropriado, mas ainda assim acordava e o encontrava assombrando seu quarto na maioria das noites. Ele nunca fez nada para perturbá-la; ele nunca tocou nela quando ela estava dormindo ou tentou falar com ela. Sua mera presença parecia suficiente para acordá-la. Expulsando-o do quarto, Hermione voltou a dormir inquieta.

Na próxima vez que Hermione acordou, ela não foi capaz de determinar imediatamente o que a havia acordado. Então ela sentiu o leve tremor que percorreu a casa em forma de onda. Enquanto ponderava sobre isso, ouviu um estrondo abafado e a casa tremeu novamente. Hermione só conseguia pensar em uma coisa que pudesse causar tal perturbação. Saindo rapidamente da cama, ela jogou um roupão sobre os ombros e se dirigiu ao porão.

Chegando à porta do laboratório, Hermione logo descobriu que estava trancada e protegida contra invasões. Quando cinco minutos de feitiços frenéticos não fizeram nada para abrir a porta, Hermione teve que recorrer a métodos menos mágicos.

Batendo forte na porta, ela gritou a plenos pulmões.

— Severus! Você abre esta porta neste instante! Se você pensa por um momento que trancar esta porta para poder explodir sua cabeça idiota é um comportamento apropriado, então você tem outra ideia pela frente! Abra esta porta, seu idiota!

Quando Hermione ergueu a mão para bater na porta novamente, ela se abriu. A visão que seus olhos encontraram poderia ter sido cômica se Hermione não estivesse tão preocupada. Lá estava Severus, coberto da cabeça aos pés com fuligem preta. Seu cabelo estava desordenado e havia uma área mais pálida de pele ao redor dos olhos, onde ele os enxugou com a manga coberta de fuligem.

— Meu trabalho é muito importante, coquete — disse ele com firmeza, mas calmamente, como se nada estivesse errado. — Eu simplesmente não posso permitir que você me interrompa a qualquer hora do dia. — Virando a cabeça para se dirigir ao laboratório atrás dele, ele disse bruscamente: — Puta doméstica, limpe isso e tentaremos novamente.

Ainda olhando para ele de espanto, Hermione finalmente encontrou sua voz.

— Severus, você está bem?

— Estou perfeitamente bem, coquete — disse ele, roçando inutilmente a frente da camisa. — Por que eu não estaria?

— Por que você não estaria? — Hermione praticamente gritou. — Você explodiu o laboratório!

— Como você pode ver — Severus começou, abrindo um pouco mais a porta do laboratório, — o laboratório está perfeitamente bem, exceto por precisar de uma boa limpeza, e eu também. Confesso que estou bastante confuso sobre por que você se sente a necessidade de causar tanto barulho.

— Não acho que seja surpreendente — ela retrucou. — Acho que qualquer mulher causaria confusão se o homem que ela amava estivesse ocupado tentando explodir sua cabeça idiota!

The Price of Madness | SevmioneOnde histórias criam vida. Descubra agora