10. Fazendo birra

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Eu não recomendaria sexo, drogas ou insanidade para todos, mas sempre funcionaram para mim.

— Hunter S. Thompson 1937-2005

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— Eu não vou fazer isso! Deixe-me em paz! — Severus gritou a plenos pulmões. Correndo do banheiro do térreo, Severus correu para a biblioteca. Seus braços se agitavam descontroladamente acima de sua cabeça enquanto ele continuava a gritar: — Deixe-me em paz!

Com um suspiro frustrado, Hermione seguiu atrás dele. Os primeiros dias com Severus morando na casa foram inesperadamente fáceis. O primeiro dia foi exaustivo, mas não por causa do louco entre eles. Hermione, Ron e Harry levaram o dia todo para arrumar o quarto ao lado do de Hermione para Severus. De manhã, Severus fez o possível para ajudar. Certamente não havia nada de errado com a magia do homem; ele havia conseguido bastante coisa até tentar abrir as cortinas e ser mordido por um doxy. A mordida do doxy o perturbou e, apesar do fato de Hermione ter o antídoto à mão, Severus fez beicinho sobre isso pelo resto do dia.

No segundo dia, Hermione estava fazendo o possível para voltar à pesquisa. Não foi uma tarefa fácil quando Severus estava assombrando a biblioteca como um fantasma, vagando e conversando com os móveis.

Frustrada, Hermione perguntou a ele:

— Severus, há algo que você gostaria de fazer hoje?

Com um sorriso de escárnio digno de seu antigo eu, Severus examinou a escrivaninha e a mesa de trabalho que transbordavam de livros e pergaminhos de Hermione.

— Eu poderia — disse ele com desdém, — continuar com minha própria pesquisa, se alguma puta não tivesse espalhado suas coisas por toda a criação.

Levantando-se da mesa de trabalho, Hermione balançou a cabeça com um suspiro.

— Severus, se você precisar de algo, você deveria me perguntar. Todos nós queremos que você se sinta confortável aqui. Posso não ser capaz de lhe dar a lua e as estrelas, mas acho que posso cuidar de uma mesa.

Com sua varinha e alguns feitiços de levitação bem colocados, Hermione reorganizou os móveis para abrir espaço perto de sua mesa de trabalho. Ela então levitou sobre uma estátua feia e em tamanho real de um erkling. A estátua era realmente horrível, então Hermione duvidava que Harry se importasse em trabalhar temporariamente como escrivaninha para Severus. Alguns encantos depois, e o pequeno erkling desagradável se tornou uma mesa grande e bonita. Havia uma estante construída acima dela e uma fileira de gavetas em um dos lados. Outra bugiganga menor, mas não menos hedionda, logo foi transformada em uma cadeira combinando.

— Aí está, Severus — Hermione disse com um sorriso. Hermione sempre teve um talento especial para transfiguração e estava orgulhosa de seu trabalho.

Com um claro olhar de alegria infantil, Severus passou uma mão carinhosamente pela superfície brilhante da mesa.

— Isto é para mim? Isso é meu? — ele disse com uma nota de incerteza.

— Tudo para você — Hermione respondeu com um sorriso.

— Nenhuma puta bagunceira vai deixar sua pesquisa se espalhar por tudo isso? — ele disse, lançando um olhar assustador para o espaço de trabalho dela.

Rindo, Hermione disse:

— Prometo manter minhas coisas fora disso. Tudo bem?

— Suponho que sim — disse ele com uma voz entediada, mas a alegria estava de volta em seus olhos.

Por mais algum tempo, Hermione ficou distraída enquanto Severus tirava a camisa, removia a bolsa de couro que ainda usava amarrada ao lado do corpo e tirava dela uma miríade de pequenos objetos. Ele então começou a restaurá-los ao tamanho normal. Quando ele terminou, a prateleira acima de sua mesa estava cheia de livros e as gavetas estavam cheias de pergaminhos cheios de escritos um tanto apertados de Severus. Em pouco tempo, Severus estava vasculhando vários livros e fazendo anotações em uma nova folha de pergaminho. Deixada em paz pela primeira vez naquela manhã, Hermione voltou para sua própria pesquisa.

The Price of Madness | SevmioneOnde histórias criam vida. Descubra agora