2. Não há tempo para lágrimas

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Deitada indefesa sob o peso maior de Snape, Hermione tinha pouco a fazer exceto imaginar freneticamente o que iria acontecer com ela. Snape havia dito que ela deveria ficar quieta se não quisesse que uma dúzia de Comensais da Morte "se juntasse às festividades", e ainda assim ele obviamente usou seu Patrono para convocar um deles. Qual era sua intenção? Era mais divertido para ele ter outro homem segurando-a em vez de usar magia para essa tarefa? Será que ele pretendia usar magia para prendê-la e depois compartilhar seu estupro com o outro homem? Havia tantas possibilidades, e nenhuma delas era boa. Tantas perguntas para fazer e nenhuma maneira de fazê-las com a mão de Snape ainda pressionando duramente sua boca.

Tentando ler a intenção em seus olhos selvagens, Hermione procurou seu rosto em vão. Snape parecia estranhamente calmo para um louco. Sua expressão era passiva e ele não olhava mais para ela. Na verdade, ele agora se recusava a olhar para ela. Com o olhar percorrendo o quarto, ele olhou para a mochila dela, para os livros, para as bugigangas na prateleira acima da cama, mas não para ela. Por algum tempo, ele até estudou o interruptor de luz perto da porta com um estranho fascínio. Se o homem não estivesse segurando Hermione e ela ainda não sentisse a ereção dele pressionando suas coxas, Hermione teria pensado que ele havia se esquecido completamente dela.

Logo, Hermione ouviu o som inconfundível de passos subindo as escadas. Qualquer que fosse seu destino, ela sabia que seu tempo estava rapidamente se esgotando. Tentando em vão lutar, Hermione só conseguiu balançar os quadris de Snape contra os seus, o que definitivamente não estava ajudando em nada. Quando a porta de seu quarto se abriu, Hermione ficou mole em resignação. Outro Comensal da Morte entrou no quarto, fechando a porta atrás de si. O novo homem também estava mascarado e vestido, então Hermione não o reconheceu até que ele falou.

— O que você tem aí, Severus? — Draco Malfoy perguntou suavemente.

— A pequena putinha linda — Severus disse afetuosamente, ainda olhando extasiado para o interruptor na parede. Apesar do tom doce com que Snape pronunciou a frase, isso não ajudou em nada para acalmar Hermione, que agora estava ainda mais convencida de seu estupro e assassinato iminente.

— Granger? — Draco perguntou incrédulo. — De todos... o que diabos ela está fazendo aqui? — Virando-se de onde estava inclinado sobre a cama, olhando para Hermione na penumbra, Draco sacou sua varinha e lançou um feitiço silenciador e um feitiço de fechadura na porta. Tirando a máscara, ele olhou para Hermione com raiva óbvia. — Deixe-a levantar, Severus. Eles não vão ouvi-la agora. Precisamos descobrir como resolver essa bagunça.

Com certa falta de graça, Snape conseguiu se desvencilhar de Hermione e se levantar. Caminhando até a estante, ele olhou os títulos e pareceu esquecer que havia mais alguém no quarto. Sentando-se na cama, Hermione olhou feio para Draco. Embora ela sentisse vontade de gritar, ela não queria dar essa satisfação a Malfoy. Hermione tinha acabado de abrir a boca para falar quando Draco a interrompeu.

— Talvez você pudesse fazer a gentileza de me dizer o que diabos você está fazendo no que deveria ser uma casa vazia? — Não dando a ela a chance de responder, ele continuou. — Você tem ideia de quantos problemas você causou? Claro que não, sua estúpida sangue-ruim da Grifinória. Você está muito acostumada a mergulhar direto na confusão e esperar que os outros a tirem dela. — Novamente Hermione abriu a boca, e novamente Draco se recusou a dar-lhe um único segundo para falar. — Bem, desta vez você teve sorte, sua idiota estúpida. Você tem sorte de Severus ter chegado aqui antes de qualquer um deles.

De repente, Hermione sentiu seus olhos se encherem de lágrimas. Por mais forte que ela fosse, aquilo era demais. Ser acordada de repente por um Comensal da Morte em seu quarto e depois ter motivos para temer ser estuprada e morta por esse Comensal da Morte já era ruim o suficiente. Ter esse Malfoy arrogante gritando com ela, como se ela tivesse estragado o dia dele, foi a gota d'água. Draco viu as lágrimas em seus olhos. Atravessando para ela, ele se ajoelhou diante do lugar onde ela estava sentada na cama. Agarrando os braços dela com firmeza, ele a sacudiu com força.

The Price of Madness | SevmioneOnde histórias criam vida. Descubra agora