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Aperto algumas teclas fazendo as palavras se formarem e aparecerem na tela. Termino de escrever a "carta" e envio o e-mail. Estralo meus dedos e estico um pouco o meu corpo por estar na mesma posição à horas.
Encosto minhas costas na cadeira e fecho os olhos, relaxando. Pouco tempo depois, escuto a porta abrir, mas não ouso fazer o mesmo com meus olhos.
Escuto passos lentos e uma loção de bebê invade minhas narinas. Espero para ver até a onde vai dar, sinto um beijo na minha bochecha me tirando um sorriso.
— Oi Axel — digo abrindo os olhos e vendo seu rosto assutado.
— o Axel achou que vuxe tava mimino — diz com suas bochechas coradas.
— Achou errado — bato o indicador no seu nariz — como foi seu dia? — pergunto o arrumando em meu colo.
— Foi legal, eu fui pla iscola de manhã, almucei em casa com os papaisis, meus irmãos e Than. E vim pla cá cum eles — diz apoiando o rosto na mão que está sobre a mesa — e o seu?
— nada de interessante, só papéis e mais papéis...
Iniciamos uma conversa animada e eu presto atenção em cada palavra e expressão fofa que ele faz. Seu moletom azul claro com um ursinho estampado, o deixa ainda mais fofo.
Faz algum tempo desde nosso primeiro "encontro". Estamos nos aproximamos e é como se nos conhecemos à anos. Axel é um amor de pessoa, consegue lhe distrair com suas histórias que são ótimas de ouvir pela maneira que ele conta.
•°•°•
— Axel, vamos! — batidas são depositadas na porta e a voz de Richard soa pelo ambiente.
— já vou papai — diz se levantando das minhas coxas e beija minha bochecha, pegando o ursinho que estava em cima da mesa — Tchau, S/a.
— Tchau, neném — aceno vendo-o abrir a porta revelando meu chefe que dá um breve aceno e um sorriso, antes de fechar a porta.
Suspiro arrumando os papéis espalhados pela mesa, coloco as canetas e os lápis no lugar e desligo o computador, me levantando. Pego minha bolsa e fecho as persianas, apago a luz e saio da sal somente fechando a porta.
Pego o elevador e saio da empresa, caminhando até meu meu apartamento que não ficava muito longe dali. O vento batendo contra meus cabelos enquanto meus pés calçados em um tênis, dão passos lentos. Coloco uma de minhas mãos no bolso da calça enquanto caminho.
Adentro o prédio e subo diretamente para meu andar. Tomo um banho para relaxar e vou para a cozinha comer algo. Lavo o que usei, escovo meus dentes e entro debaixo das cobertas com meu celular em mãos.
— Oi, S/a — a voz de Axel preenche a ligação e logo seu rosto aparece na tela.
— Oi Axel, não está tarde para você estar acordado?
— Tá, mais o papai deixou eu falácumvuxe antes de mimi — vejo seu sorriso fofo.
— Unhum sei — estreito os olhos e logo rio — Então, senhor. O que lhe levou a me ligar às quase dez da noite.
— Ahnn, o papai disse que amanhã é sua foga...folga e eu pensei da gente i no palque — diz envergonhado.
— Hm, então quer dizer que está me chamando pra sair, senhor Axel — faço graça vendo seu rosto ficar ainda mais vermelho.
— Se vuxenumquise...
— é claro que eu quero bobo, eu passo aí. Tudo bem? — questiono.
— Sim — diz animado — Bua Noiti, domecum os anjinhos!
— Boa noite, neném. Você também — ele manda um beijo antes de desligar.
Desligo o celular e rio balançando a cabeça em negação.
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Sei que falei que só voltaria amanhã, mas o meu ouvido começou a doer novamente e eu preciso de distração.
