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"Como?" altero o tom de voz.

Aquilo irritou-me, deixou-me numa pilha de nervos, com ciúmes e a fumegar por todos os cantos. Como assim ela ia jantar com JJ?

Olhei para Emma que tinha uma cara plena e apanhava sol como se nada fosse, tirei algum tempo para apreciar o seu corpo em biquini e céus ficava quase tão bem como com lingerie ou nua. Ainda não a tinha ultrapassado, só o nome dela fazia o meu coração revirar e agora ela estava ao meu lado, de novo a nossa relação de ódio. Não a julgava, eu sabia o porquê de ela ter criado este sentimento por mim, quebrei a promessa que lhe fiz e confirmei o seu medo e insegurança, trai a sua confiança e mostrei que era exatamente como todos os garotos que já a magoaram ou pelo menos provei que não sabia manter a minha palavra e que só pensava com a cabeça debaixo. Mas eu amava-a, com todas as minhas forças e com cada célula do meu corpo, com certeza não lho diria e muito menos mostrava que sabia o porque da sua atitude comigo, por mais que parecesse um idiota.

"Não podes ir jantar com ele! Ward e Rose têm qualquer coisa importante para nos contar e s Sarah chega daqui a umas horas." tento manipular a morena que nem se mexeu.

"Não quero saber, provavelmente vão anunciar que se vão casar. Aos menos os filhos já não fodem um com o outro. Ufa." comenta e eu sentia-me entrar em desespero.

"Não é isso!" ela levanta os óculos para me olhar.

"Ok." volta a colocar.

"Não queres mesmo saber?" dou de ombros.

"Não, quero que te vás embora e me deixes em paz porque daqui a nada vou ter de levar contigo e com a outra." bufo com a resposta.

"Ok, tudo bem. Vai lá jantar com JJ. Espero que aproveites." começo a andar pela praia fora.

Parei abruptamente ao ver que ela realmente não dava a mínima, quem estava incomodado era eu, como sempre a ser egoista. Queria poder explicar-lhe que não a quis apresentar a meu pai e a Rose, queria explicar que estávamos a voltar de Nova Iorque para Las Vegas e recebemos a chamada de Ward a implorar para eu ir a casa que precisava de reunir a família para falar sobre um assunto sério. Claro que Marie estava comigo e não a ia deixar sozinha no aeroporto, tinha de a compensar de alguma forma por alterar os nossos planos. Claro que ela ficou super satisfeita por ir a minha casa e ter a oportunidade de conhecer o meu pai e irmãs, mas eu ia com um propósito apenas. Ver Emma.

Abanei a cabeça de forma negativa e voltei a virar-me para a zona de saída da praia caminhando enquanto arrastava os pés pela areia. Se calhar tinha de ser assim, eu seguia com a minha vida e ela com a dela, mesmo que fosse com pessoas que ambos não gostávamos ou que sabíamos que iam acabar por nos magoar ou até mesmo tornar-nos infelizes.

"Espera!" o meu coração parou.

Virei-me para trás e la estava ela de braços caídos junto ao corpo enquanto me olhava com um semblante derrotado. Andou até mim também a arrastar os pés descalços e eu caminhei até ela encortando o espaço entre nos.

"Tu amas... Amas a Marie?" olha os meus olhos.

Demorei uns bons segundos até finalmente conseguir dizer alguma coisa.

"Sim." assenti lentamente assim como ela.

Os olhos verdes que antes tinham algum brilho agora eram baços, apagados e já não estavam mais em mim. Ela olhou o céu azul sobre nós e respirou fundo assentindo uma vez mais, virou costas e caminhou até aos pertences sentando-se de costas para mim com as pernas coladas ao peito e os braços a abraçar as pernas. Engoli em seco e retomei o meu caminho até casa. Não demorou até chegar, tirei os ténis que transbordavam areia e olhei a cozinha vendo Marie e Rose divertidas a conversar uma com a outra enquanto faziam o comer.

"Alguma coisa?" sinto a minha camisola ser agarrada.

Abanei a cabeça para Whezzie que suspirou e assentiu caminhando até ao cimo das escadas, caminhei até ao interior da cozinha e encostei o meu ombro ao batente da porta cruzando os braços.

"Não precisam de colocar um prato para a Emma, ela vai jantar com JJ." aviso Rose.

"Mas ela sabia que tínhamos a notícia." Rose murcha.

"Acho que ela realmente não quer estar connosco na hora do jantar, quando ela voltar podes contar-lhe! Acredito que ficará muito feliz." dou de ombros.

"Ela é sempre assim?" Marie pergunta e eu quis revirar os olhos.

"Não. Mas ela está estranha há muito tempo, talvez precise de espairecer e se vai estar com JJ então está bem, ele gosta muito dela e ela dele!" assentiu Rose que virou costas.

Fiz o mesmo cerrando os punhos depois de ouvir as palavras dela, caminhei até a sala onde se encontrava Ward sentado no sofá a ver um jogo de hóquei no gelo. Este logo me ofereceu um lugar do seu lado e eu aceitei mesmo que não prestasse minimamente a atenção aquilo que passava diante dos meus olhos.

{...}

A minha cabeça latejava, o relógio marcava 3 da madrugada e ela ainda não tinha entrado por aquela porta. Tinha perdido a conta de quantas vezes marquei o número dela, quantas vezes mudei de canal e quantas vezes me levantei e andei da porta até a sala. Estava com JJ, eram três da madrugada e ela não aparecia. O sangue borbulhava dentro de mim sempre que esse pensamento atravessava o meu pensamento, segurava-me firme para não partir nada ou para manter a calma. Eu não tinha porque ficar assim, disse-lhe sem dó que amava a pessoa que está no meu quarto quando é pura mentira, quando a pessoa que amo estava na frente da porra dos meus olhos e agora ela está a foder com o meu melhor amigo... Ou ex melhor amigo.

A porta abriu e eu andei disparado até ela vendo-a entrar com os chinelos na mão e um casaco maior que ela, cabelo amarrado num coque e o sorriso desapareceu assim que me viu.

"Onde porra estiveste?"

"Não é da tua conta." tenta contornar o meu corpo depois de fechar a porta.

"Estiveste com o JJ até agora?" olho-a.

"Estive, sai da frente idiota!" tenta sair dali mas de novo impedi.

"Até agora? Sabes que horas são? Sabes o quanto a tua mãe ficou triste por não estares connosco na mesa?" falo baixo para não acordar ninguém.

"Sim sei que horas são, não estou a perceber o interrogatório viraste meu pai e eu não percebi? Desde quando te importas com alguma coisa? Sai da minha frente." desvia-se e sobe as escadas a correr até ao quarto que costumava ser dela.

Levei as mãos a cabeça agarrando os meus cabelos com um pouco de força e prendendo um grito na garganta para não acordar ninguém e muito menos subir a merda daquelas escadas e entrar pelo quarto a dentro e obriga-la a dizer-me o que esteve a fazer com ele. Estava a dar cabo de mim e a corroer-me pensar nela com ele. A forma como ela era minha e se entregava a mim, a forma como o seu corpo reagia ao meu toque e agora estava a ser tocada por outro.

Ciúmes doentios. Eu merecia.

𝑆𝑇𝑅𝐴𝑁𝐺𝐸𝑅𝑆, Cameron. Onde histórias criam vida. Descubra agora