Hermione deixa a sala do vem e vai fervendo de raiva até achar que pode explodir, com ainda mais perguntas do que antes. A única coisa que ela sabe com certeza é que Malfoy é um bastardo.
Ela vai fazê-lo pagar.
Ele nem mesmo está tentando ensiná-la direito. Tentando explorar a semântica. Burro privilegiado.
Ensine a ela o que ele sabe, como ele sabe disso. Não importa para ele se ela pode ou não usar o conhecimento. Isso anula todo o ponto de sua aposta.
Se ela não estivesse em tal névoa de desespero, ela teria planejado os termos exatos do Voto e tentado pensar em todas as maneiras pelas quais eles poderiam ou não ser aproveitados; ela estava tão em pânico sobre se ela iria mesmo seguir os votos em tudo, ela não tinha parado para pensar sobre brechas em potencial.
Idiota. Ela é uma idiota.
Bem, pelo menos Malfoy não é o único com frases para explorar. Ela escreve os termos exatos de ambos os votos e vê que sua escolha de palavras também é vaga. Ela não consegue decidir se ele é tão fanático que nem consegue imaginá-la como outra coisa que não uma nascida trouxa, ou se há algum tipo de estratégia tortuosa por trás disso.
A maneira como ele entrou tão casualmente na aposta a deixou paranóica.
Às vezes, o mundo inteiro ao seu redor se sente repleto de armadilhas que todos são treinados para reconhecer, exceto ela. É uma maravilha que ela tenha mantido todos os membros intactos até agora.
Malfoy trata toda a situação como se fosse uma nova forma de distração. Como se realmente não importasse muito. É enervante.
Ela releia o livro de ética e faz mais sentido no novo contexto das Artes das Trevas categorizadas como magia que tem um preço, ao invés de ser magia prejudicial, que era a definição sob a qual ela estava operando.
A ideia toda apresenta um dilema filosófico fascinante sobre o qual ela gostaria de ter mais tempo para pensar. A teoria da conspiração de Malfoy de que as Artes das Trevas foram redefinidas e agora são ensinadas sob aquele contexto novo e impreciso é fascinante. Ela não está totalmente convencida de que alguém pode simplesmente redefinir algo socialmente, mas ele está obviamente convencido disso, e isso por si só é bastante interessante. Ela quer ponderar, quer desvendar como e por que e quais vantagens isso dá e para quem.
Infelizmente, ela não tem tempo.
Ela tem que descobrir como reconhecer sua magia e não tem ideia por onde começar. Como Malfoy disse, em Hogwarts, mágica é mágica. Ela nunca parou para se perguntar de onde estava vindo. Sempre esteve lá apenas para usar.
Ela ainda está cética com a ideia de que qualquer coisa além da magia que uma bruxa ou mago tem naturalmente é uma forma de Artes das Trevas, mas ela está determinada a pelo menos perseguir a ideia o suficiente para descobrir.
Ela tenta sentir dentro de si a magia que pode ser totalmente dela, mas encontra apenas pequenas faíscas e vislumbres inúteis. Nada "familiar" de uma forma que ela pensasse reconhecer como exclusivamente dela, e não de qualquer outra pessoa.
Ela tenta se concentrar internamente, mas sem externalizar a magia como um feitiço, é como agarrar a névoa.
▭▭▭
Há risos e olhares quando Hermione entra no Salão Principal na manhã seguinte, e por um momento horrível, ela pensa que alguém deve ter visto ela e Malfoy saindo da Sala Vai e Vem.
Mas quando os olhos dela varrem as mesas e pousam nele, ele parece tão divertido quanto todos os outros, então é outra coisa. Algo exclusivamente sobre ela.
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Let The Dark In
Fiksi PenggemarEm um mundo onde a ascensão de Voldemort nunca ocorreu, a sociedade bruxa encontrou novas maneiras de reprimir e excluir aqueles que consideram estranhos. Hermione Granger frequenta Hogwarts como uma das poucas estudantes nascidas trouxas e apesar d...