II sole si riflette su di te. {l.s}

Capitulo Tre

Três semanas haviam se passado desde o dia que chamou Edward para sair e com um par de óculos de sol redondo que pousava sob seu nariz, Louis saiu de casa partindo em direção ao café. As ondas de seu cabelo castanho voavam e se balançavam conforme a brisa quente da Sardenha batia em seu rosto bronzeado e torneado. As experiências que tinha vivido e as oportunidades que agarrou quando era apenas uma criança morando na França, fez com que visse o mundo de uma forma realmente transformadora. Em cada esquina daquela cidade tinha uma história para contar, desde Castello, no topo de uma colina, ou um bairro medieval situado muito acima do resto da cidade.

Os destaques arquitetônicos incluem a Catedral de Cagliari, do século XIII. Sua paisagem é composta por ruelas, casas com cores vivas e chamativas, e seu charme encanta não somente os turistas que vêm diariamente de todas as partes do mundo, mas principalmente os moradores locais apaixonados por cada canto daquele lugar. Louis é um desses moradores.

Ele adora acordar cedo o suficiente e ver o Sol nascer, assim como adora escrever poesias, plantar ou comprar flores novas, ou até mesmo pintar com aquarela uma imagem que acha bonita o suficiente para parar na parede da casa de algum turista. Louis ama expressar seus sentimentos, tanto por palavras ou desenhos.

Deixando de lado todas as suas dúvidas sobre sua existência e a existência dos outros, Louis chega ao café e senta-se na mesma mesa que sentou ontem. Uma garçonete, chamada Ayla, se aproxima e pergunta o que irá querer, por não saber quando Harry chegará, pede apenas um chá de maracujá com amoras.

Harry sabia que estava atrasado, mas seu cabelo –os pequenos cachos que insistiam em cair sobre seus olhos- estava o irritando. Não havia escolhido uma roupa ainda, e muito menos escovado os dentes, e nesse momento se arrependeu por não ter pedido o número de Louis.

Se apressou ao colocar uma calça skinny preta, e uma camisa branca junto com uma camiseta xadrez esverdeada. Sabia do calor que fazia e sabia que estava atrasado. Optou por usar uma bandana verde em seus cabelos, e passou rapidamente o seu melhor perfume. Correu para o banheiro em busca de pasta e uma escova de dentes. Ao terminar de calçar seu all-star branco, deu uma última olhada no espelho e saiu em direção a Gaia e Tancredi.

Por ser um pai preocupado, verificou –pela terceira vez no dia- se tinha água e comida o suficiente e beijou três vezes a cabeça e orelhas dos felinos antes de sair pela porta.

Chegou rapidamente ao café, e viu, sentado na mesma mesa de ontem, Louis. Ele estava olhando para o celular e comemorando baixinho por algo. Harry sorriu ao imaginar ele fazendo uma dancinha brega apenas por ter conseguido algo.

Andou em direção a porta pensando no que dizer para amenizar os minutos em que se atrasou, mas quando ia abrir a mesma para entrar no local, viu Louis levantando e vindo em direção a porta. Ele iria embora?

-Harry?

-Ah, oi Louis. Eu cheguei meio atrasado e entendo se não quiser mais sair comigo, me atrapalhei com o horário e sinto muito por fazê-lo esperar.

-Harry, eu não estava indo embora, estava indo atrás de você. Pensei que algo tinha acontecido e iria para sua casa.

Imaginar que William estava indo atrás de si, por estar preocupado, desencadeou algo dentro de Edward. Algo que ele não sentia a muito tempo, desde seu último relacionamento.

-Desculpa achar que você iria embora, eu me atrasei muito, provavelmente atrapalhei seus planos.

-Bom, você não atrapalhou totalmente, iriamos no primeiro horário, mas nada muito diferente.

-E para onde vamos?

-Já foi na excursão a pé pela cidade subterrânea e pela cidade velha?

Harry sempre sonhou em conhecer esse lado da cidade, mas nunca quis ir sozinho, e agora tendo a oportunidade de ir, com certeza não vai deixá-la escapar. Por mais que seja uma parte meio abandonada e longe de onde estão, a vista é linda, o calor é o mesmo, e ainda continua sendo na cidade de Sardenha.

Após chegarem na casinha de turismo, e serem recepcionados por uma idosa de cabelos ruivos e sardas nas bochechas, o futuro casal, anda em direção ao guia que lhes mostrará o local do passeio. Paolo -o guia- é um homem de estrutura mediana e cabelos negros, assim como seus olhos -estavam mais para castanho- e sua pele.

Eles tiveram que entrar em um mini-ônibus para serem levados até a cidade subterrânea. E no meio do caminho, Edward sentiu William segurando seu dedo mindinho como uma forma de mantê-lo perto de si durante toda a viagem.

Logo após chegarem e entrarem na cidade, Paolo começa a explicar sobre essa parte turística e como ela sobreviveu a anos de guerra e diferentes povos.

́ ́A ilha foi sucessivamente povoada por fenícios, cartagineses, romanos, árabes, bizantinos, espanhóis, saboianos e italianos. Foi chamada de Ichnusa pelos fenícios e Sandálio pelos gregos, porque a sua forma lembra uma pegada. Na mitologia grega, a Sardenha foi ocupada por várias ondas sucessivas de imigrantes.''

́ ́Os fenícios que, a partir do século IX e VIII a.C. estabelecem várias colônias estáveis em vários portos na costa sarda, que ocupam locais facilmente acessíveis, favoráveis às trocas e comércio. Na sequência da Primeira Guerra Púnica, a Sardenha foi ocupada pelos romanos em 239 a.C., passando a fazer parte da entretanto criada província romana da Córsega e Sardenha em 227 a.C. Os romanos prosseguiram o mesmo tipo de exploração económica dos cartagineses e expandiram e embelezam as cidades costeiras. A partir do século VIII, os árabes e berbereses realizaram várias razias à Sardenha. Especialmente depois da conquista árabe da Sicília em 832. Os aragoneses e catalães iniciaram em 1323 uma campanha para conquistar efetivamente a Sardenha. O judicado de Arbórea resistiu e, por um tempo, quase governou a totalidade da ilha, mas foi derrotada pelos aragoneses e catalães na decisiva Batalha de Sanluri.''

''Entre 1708 e 1718 a ilha esteve na posse do Sacro Império Romano-Germânico. O Reino da Sardenha tinha a sua capital em Turim, sendo instalado em Cálhari um vice-reino. Em 28 de abril de 1794 instala-se uma rebelião antifeudal de grandes proporções em Cálhari, a qual só termina em 1796, e em 1799, em consequência das Guerras, os duques da Saboia deixaram Turim e refugiaram-se em Cálhari durante 15 anos.''

''Durante o período fascista, impulsionado pelas políticas de auto-suficiência, diversas áreas alagadas da Sardenha foram convertidas em terrenos agrícolas, tendo sido fundadas diversas comunidades agrícolas. As principais surgiram na área de Oristano, onde foi fundada a aldeia de Mussolinia, e na região adjacente a Alghero, na zona de Nurra surgiu Fertilia. Ainda durante esse período foi fundada a cidade de Carbonia, que se tornaria o principal centro mineiro. Atualmente Sardenha assume-se como uma região da União Europeia. ́ ́

Era por volta das 16:30, quando terminaram a excursão. Sabiam que seria um passeio longo, mas não imaginavam que seria assim. Mas isso não significa que não gostaram. Harry pode jurar que sorriu tanto, que suas bochechas doem, e Louis pode até falar o quanto a presença de Edward o deixou feliz, mas não promete nada.

Louis gostaria muito de fazer uma pergunta. Tanto que, em seu subconsciente, ele deveria ter feito desde o momento que conheceu Harry. Mas por medo dos fantasmas do passado voltarem para lhe assombrar, escolheu guardar a dúvida para si e lidar com a possível rejeição.

Harry sentiu e viu quando William se tornou distante, e imaginando que seja por algo que fez, resolveu ficar quieto. Não sabia se aguentaria o peso de palavras duras novamente, ou, em outra hipótese, o fato de Louis já ter enjoado de si.

O silêncio -agora constrangedor e sufocante- reinava sobre eles. E sem saber como fazer para pará-lo ou colocar um ponto final, Harry decide -depois de uma briga interna entre a razão e a possibilidade- perguntar a Louis o que aconteceu, mas não imaginava que a resposta deste, seria...

-Vá a um encontro comigo. Só mais um. Por favor.