Eles continuaram se beijando enquanto Harry tentava abrir a porta. Continuaram se beijando quando Gaia e Tancredi miaram por atenção. E continuaram se beijando quando caíram na cama de Edward. E foi assim a madrugada toda. Apenas aproveitando a última chance.
Por volta das cinco horas da manhã, Louis levantou da cama e vestiu suas roupas, decidido a sair da vida de Harry. William colocou água e comida para os gatos e deixou na mesa um bilhete -mais especificamente uma poesia- onde dizia:
''Estação
Nosso amor era puro calor
Seu corpo me esquentava
E ali para sempre eu ficava.
Até que um dia tudo esfriou
Senti o inverno de seus abraços
E suas últimas palavras
Me deixando em pedaços.''Com lágrimas nos olhos e um coração -novamente- partido, Louis saiu da casa de Edward.
Chegou na casa de sua avó caindo aos pedaços. Ele lidava melhor com a dor, quando estava bêbado, e Floren sabia disso, porque ele só havia ficado bêbado duas vezes, e contando com essa, três. As maiores dores de sua vida.
Pode ser besteria ficar mal por causa de um coração partido, mas quando você já espera a decepção, e ela não vem, você começa a criar esperanças, mas ela te pega de surpresa, e foi isso que aconteceu.
Louis não esperava ter seu coração despedaçado. Não de novo.
Após chorar no colo de Floren, ele se vê obrigado a tomar um banho gelado e remédio para dor de cabeça.
Nunca foi de se entregar a dor, e muito menos de deixá-la fazer moradia em seu corpo, neste exato momento ele não estava ali. Ele não se via ali. Mas a dor estava lá, se preparando para se alojar em seu corpo como uma bala de fuzil.
Ele era tristeza.
""Uma vez que uma pessoa passa por sua vida e destrói tudo o que você tinha em mente de que ia dar certo, e que ia ser bom com ela naquele momento e nos que estavam por vir, talvez no futuro, você se nega e se fecha nessa parte que é gostar de alguém novamente.
Você pode ficar com ela várias vezes, mas algo ou alguém que vai te fazer lembrar do que te feriu. No começo você se fecha, muda o humor e quem está contigo percebe e pode começar a se culpar achando que falou algo que não deveria.
A verdade é que você está inseguro e com medo de que essa nova pessoa possa levar de você o que restou de bom, antes de você ter se destruído tanto para mostrar a alguém o quanto você evoluiu.
Uma vez que alguém quebra seu coração, ela também quebra seu psicológico. Quebra as noites de sono, que antes eram bem dormidas e hoje se tornaram em insônias, quebra a confiança em pessoas, quebra o seu ciclo de amizade com os amigos e você fica sozinho, mesmo tendo muita gente ao seu redor. Mas o vazio vai te preencher por um tempo demorado, porém passageiro.""
Louis terminou de escrever em seu caderno e fechou os olhos. Pronto para dormir até o final do dia, mas sendo interrompido por uma voz em sua cabeça dizendo para pintar uma de suas últimas obras. Os olhos de gato.
Se levantou num pulo e vestiu seu macacão jardineiro todo respingado por tinta e com pequenas flores costuradas nas barras da calça. Pegou seus materiais e levou até a parte de trás da casa, com a tela já pronta no cavalete, e as tintas necessárias para este quadro, traçou o primeiro pincel com tinta.
Quando Harry acordou, sentiu o lado esquerdo da cama vazio. O frio que emanava daquele lado o congelava. Levantou devagar e foi atrás de seus pequenos felinos -eles provavelmente estavam bravos consigo por não ter lhes dado atenção- que estavam deitados no tapete que havia no chão da sala.
Viu o bilhete na mesa e sabia que se lesse agora, iria correr o grande risco de passar mal, e por esse -pequeno- problema, resolve tomar um café da manhã. Pegou uma fatia de pão com um pouco de geleia de ameixas e uma xícara de café cremoso.
Após desfrutar de seu café da manhã, Edward pega o bilhete e o lê. Seus olhos enchem de lágrimas a cada linha lida e mentiria se disser que não sentiu a dor que elas transmitiam. Sentou no chão de sua cozinha -pois sentia que seu corpo seria traiçoeiro e o derrubaria no chão- e com as mãos levemente trêmulas, fez carinhos em seus gatos -que haviam acordado- e os puxou para seu colo em busca de conforto.
Harry não se sentia pronto para conversar com William. Não ainda. Sabia que seu coração estava apaixonado e seu cérebro criando nós por não admitir tal confissão. Mas como ele iria falar a William que sentia os mesmos sentimentos de alguém que ama, sem saber o que significa amar?
Não queria vê-lo agora. Não queria sentir seu coração acelerar apenas por ouvir a voz dele. Não queria. Sabia que precisava de ajuda e sabia que voltar para casa não era uma opção. Mas o que fazer quando você se sente no fundo do poço sem forças para levantar?
Você não faz nada. não porque não quer, mas sim porque não consegue. O peso de se sentir fraco, de se sentir incapaz de tal amor, cansa. E você não é o culpado disso. Harry não é culpado por ter vivido um relacionamento que não lhe ensinou a amar.
De todos os amores, o tóxico!
Se fosse amor de verdade, a pessoa não iria te fazer chorar de saudade mesmo distante e sem manter contato contigo, mas ela vai estar ali na sua memória, relembrando os momentos que foram bons, ela também não iria fazer você conseguir lembrar das coisas que vocês planejaram juntos, das coisas que foram boas para vocês, mas, só naquele momento.
Depois ficou tóxico, não o amor, e sim a pessoa que você tinha um relacionamento. Ela demonstrava ser aquilo que nunca foi, e foi difícil pra ela porque ela nunca teve amor por ninguém.
Não mencionei o amor próprio porque é do tóxico que você começa a se negar e negar todas as pessoas que vivem ao seu redor e todas que vão tentar conquistar o amor que você tem pra dar.
A certeza que eu tenho é que: para o amor próprio nascer, o tóxico vem primeiro, e isso é ruim, porque você se torna uma pessoa totalmente diferente daquela que você imaginava ser, mas, por conta de uma pessoa, você muda totalmente, mesmo sem querer.
Então você aprende que não é amor!
E saber que ainda existe, e que faz sinal de fumaça voltando ao que te feriu, causa turbulência. causa turbulência porque com ele, você aprendeu que não é amor! Como você dizia amar e ser capaz de deixar para trás?
Como disse que faria de tudo para estar perto mesmo estando tão longe numa sexta-feira. Aquela em que arrancou um sorriso do rosto apenas por uma mensagem mas minutos depois o sorriso saiu voando?
Às sextas-feiras nunca mais foram o dia preferido na semana. Não olhe para trás porque foi lá onde ele te deixou, no passado. No doloroso passado de um amor que você mesmo fantasiou, de uma maneira que ninguém conseguiria invadir sua privacidade e arrancar a imaginação que criou dele, com aquele sorriso bobo e conquistador, o papo de estar mal e não querer me ver, mas resolvia afogar a tristeza em algo que te deixava tão alucinado que sugava a energia.
Com você, ele aprendeu que não é amor, demorou pra processar tudo isso, mas, hoje segue bem, e sabe que sua presença ainda vai voltar na memória.
Harry deseja não abrir a pequena caixa que existe em seu subconsciente para não pegar insônias de um pesadelo doloroso que foi gostar de Jackson.
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II sole si riflette su di te. {l.s}
FanficLouis e Harry se conheceram em Sardenha. A maneira como isso aconteceu é um tanto engraçada, mas será que sorvete, vinho e rosas, poderá juntar duas pessoas completamente diferentes?