Capítulo 20

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Gustavo entrou no apartamento e caminhou em direção a cozinha. Maggie estava tomando uma taça de vinho enquanto terminava de jantar.

— Maggie? — Gustavo a chamou com cautela para não a assustar.

Maggie o encarou surpresa.

— Gustavo?

— Oi — Gustavo sorriu ao se aproximar. Maggie se levanta e caminha em sua direção. — Não precisa se levantar, pode terminar o seu jantar.

— Não tudo bem, eu não estava com fome mesmo. Hoje eu não acordei muito bem.

— O que você tem?

— Nada, é só... uma angústia.

— Aconteceu alguma coisa para você estar assim?

— Não, só... — Maggie encara os seus pés. — Talvez deva ser por causa de ontem. Eu sinto muito pelo o que eu disse. — Seus olhos se encheram de lágrimas.

Gustavo segurou o pulso de Maggie e a fez sentar novamente.

— Maggie, não precisa ficar assim por causa de ontem. Você já se desculpou, está tudo bem. Além do mais, eu nem me lembro o que aconteceu ontem.

— Mas eu me lembro. Eu não consegui dormir durante a noite. Me desculpa pelo o que eu disse — Maggie coloca as suas duas mãos sobre as mãos de Gustavo.

— Maggie, está tudo bem. Eu já disse.

— Mas eu insisto — Maggie suspira. — Eu não fazia ideia... Eu não faço ideia do que você deve estar passando por causa daquela... Vadia.

Gustavo sorriu.

— Do que você chamou Vanessa?

Maggie reprimiu os lábios com vergonha e medo de repetir a palavra.

— Nada.

— Não foi nada. Repeti, eu não vou brigar com você.

— Eu chamei ela de... Vadia. — Maggie sorriu.

— David a chama de vaca.

— Vaca vadia.

Gustavo analisou o apelido que Maggie havia acabado de dar a Vanessa.

— Um ótimo apelido.

Maggie sorriu, mas logo o seu belo sorriso se desfez.

— Se você pelo menos se abrisse comigo, eu saberia o que está acontecendo com você, na sua vida, na sua empresa.

Gustavo nega com a cabeça.

— É melhor não.

— Gustavo, eu sei o que nós dois somos, mas não é por causa disso que você não pode se abrir comigo. Lembra quando você me disse que vir aqui é a sua paz? Então, deixa eu ser a sua paz. Prometo não te julgar ou... Falar merda. O que vai ser um pouco difícil, mas eu prometo que eu tento. — Maggie sorriu sem graça. — Eu posso também ser a sua amiga.

— Quer mesmo saber?

— Sim, claro. — Maggie chacoalhou a sua cabeça positivamente.

— Desde que Vanessa voltou para a minha vida, a minha vida se transformou em um inferno. Minha mãe malema olha para a minha cara, nem se quer vai me visitar. Na empresa Philip, um dos acionistas não me quer mais na presidência. E eu tenho medo que o projeto não dê certo. Sem contar que eu tenho que olhar para a cara daquela... — Gustavo engoliu a sua raiva ao se lembrar de Vanessa.

— Vaca vadia. — Completou Maggie.

— Talvez essa seja a pior parte. Toda vez que eu olho para a cara dela, eu tenho que ficar lembrando do inferno que eu passei, toda tristeza que eu senti.

Contrato De VingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora