Capítulo 17

143 26 5
                                    

Gustavo caminhou pelo estreito corredor do apartamento enquanto escutava com muita atenção o barulho da televisão. Já se faziam dois dias desde o ocorrido no restaurante e desde então, nem Maggie e nem Gustavo trocaram uma mensagem se quer. Durante todo o dia, Gustavo tentou mandar uma mensagem para Maggie, da mesma forma que Maggie tentou mandar mensagem para ele, mas ambos os dois acabaram desistindo.

Ao se aproximar da escada, Gustavo observou Maggie. Ela estava sentada no sofá de pijama, com um edredom sobre as suas pernas enquanto trocava de canal impacientemente.

— Desse jeito você vai acabar tirando o botão do controle. — Gustavo se pronunciou com um leve tom de deboche.

Maggie o encarou assustada, não havia percebido a sua presença. Ela o encarou de cima a baixo com desdém e voltou a olhar para a televisão.

— Não tem nada de não na televisão. — Afirmou.

— Por que não assisti a Netflix? — Gustavo caminhou em direção ao sofá e se sentou. — Lá deve ter algo bacana para você assistir.

Maggie se afastou o máximo que pode.

— Obrigada pela dica. — Maggie começou a procurar por algum filme no canal da Netflix, mas todos os títulos para ela se tornaram irrelevantes para ela. — Aqui também não tem nada. — Ela desligou a televisão e se levantou e caminhou em direção ao seu quarto.

Gustavo observou Maggie passar por ele, quase levando as suas pernas junto com ela como se ele não estivesse ali. Gustavo apoiou os seus dois braços sobre as pernas e esfregou as suas duas mãos uma na outra. Maggie voltou do quarto abraçando um travesseiro e uma coberta e jogou sobre o sofá.

— Se quiser, durma na sala. Boa noite. — Voltou para o quarto e fechou a porta.

Gustavo observou o travesseiro e a coberta ao seu lado e repreendeu a atitude de Maggie. Se levantou do sofá e caminhou em direção ao quarto e abriu a porta, achando que a mesma estivesse trancada.

— O que está fazendo aqui? — Maggie o questionou se sentando na cama, havia acabado de se deitar.

— Está me tratando como seu eu fosse um cachorro?

— Eu não estou tratando ninguém como um cachorro, só deixei um travesseiro e uma coberta para você dormir no sofá.

— Eu não vou dormir naquela merda de sofá.

Maggie suspirou e se levantou.

— Bom, então eu vou. — Caminhou em direção a porta.

Gustavo deu dois passos para trás e fechou a porta com a sua mão sem olhar para trás.

— Não, você não vai.

— Me dá licença, por favor. — Pediu. — Gustavo, você quer por favor me deixar sair desse quarto.

— Não.

Impaciente, Maggie tentou tirar Gustavo de frente da porta, mas o mesmo a agarrou e a colocou contra a parede segurando as suas mãos para cima.

— Me solta! — Ordenou Maggie irritada.

— Não.

— Você só sabe falar não?

— Não.

Maggie bateu o seu pé com raiva contra o chão.

— O que você está fazendo aqui?

— Eu vim ver você.

— Me ver? — Maggie riu. — Depois de dois dias sem dar notícias?

— Como se eu fosse o único. — Rebateu.

Contrato De VingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora