Capítulo 29

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Gustavo soltou a mão de Maggie e fechou a porta do escritório. Maggie por sua vez observou cada extremidade do escritório, ou o que os seus olhos puderam ver.

— Esse escritório é seu?

— Passou a ser meu, quando o meu pai faleceu. Mas venho pouco aqui desde então, sempre quando eu tinha papéis para analisar da empresa fazia em meu quarto sentado sobre a cama. Esse lugar me traz muitas recordações.

Gustavo observou a lareira, mais precisamente a lateral direita onde o pai de Gustavo média o seu tamanho.

Maggie caminhou em direção ao local que Gustavo encarava e viu as anotações.

— De quem são essas medidas?

— São minhas. Todo mês eu corria para cá, para que o meu pai pudesse medir o meu tamanho.

Maggie deslizou a ponta dos seus dedos de baixo para cima.

— A última foi quando você tinha quinze anos. — Leu.

— Nesse dia eu fui obrigado pelo meu pai. Ele esqueceu que eu era um adolescente. Eu fiz com tanta...má vontade. Se eu soubesse que eu tinha poucos anos com ele.

— Você não tinha como saber. Além do mais, vocês passaram muitos anos juntos depois disso.

— Mas para mim foram poucos. — Gustavo se aproximou. — Eu me lembro que uma vez, quando estávamos aqui, eu tinha dez anos, ele me alertou que quando eu completasse quinze as coisas iriam mudar, eu ia mudar. Ele me fez prometer que eu faria coisas diferentes, e cá estou eu, metido em uma vingança patética contra uma mulher que eu pensei que me amava, na frente de uma outra mulher que afirma me amar e que eu....

— Não a ama? — Maggie engoliu a seco.

— Eu...eu não posso dizer que eu a amo, Maggie. Eu estarei mentindo para você. Sinceramente, eu não sei dos meus sentimentos, a única coisa que eu sei é que a minha vida se tornou o vazio que a no espaço depois que você foi embora. Lembra quando eu disse que você era a minha paz?

— Lembro.

— Parece que você nunca deixou de ser e nunca vai deixar. Não faz nem uma semana que paramos de nos falar, de nos ver.

— Você sabe o porquê. — Rebateu ela engolido a sua tristeza.

— Infelizmente eu sei. — Suspirou ele caminhando em direção ao bar. — Quer alguma bebida?

— Não bebo quando eu estou trabalhando, obrigada.

— Disponha. — Enquanto Gustavo observava o whisky cair dentro do seu copo, ele não parada de pensando na pessoa misteriosa da qual Maggie trocava palavras alguns minutos atrás. Ele tentou não pensar, está tentando não ser invasivo na vida de Maggie, mas ele se preocupa com ela, e mesmo que ambas as partes parem de se falar depois desta noite, por meses e até mesmo anos, Gustavo sabe que esse sentimento essa preocupação toda que ele sente por Maggie, nunca vai acabar. — Posso lhe fazer uma pergunta?

— Sim.

— Não interprete como se eu quisesse me intrometer na sua vida, por favor.

— Depende. Qual seria a pergunta?

— Quem era aquele rapaz com quem você conversava antes de virmos para cá?

— Realmente, você está sendo um pouco evasivo. Um pouco não, muito. — Ela cruzou os braços o enfrentando não só com a sua postura, mas também com o seu olhar.

— Você sabe que eu me preocupo com você, e sempre vou me preocupar.

— Eu dispenso as suas preocupações, Gustavo. Eu sou maior de idade, vacina, trabalho, pago as minhas contas e não devo satisfações a ninguém.

Contrato De VingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora