Capítulo 26

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Maggie por fim conseguiu tranquilizar o seu choro, mas não a sua angustia e muito menos a sua dor. Com muito custo ela se levantou limpando as lágrimas do seu rosto. Caminhou em direção ao closet e pegou a sua mala, a mesma da qual trouxe todos os seus pertences quando decidiu aceitar o convite de Gustavo para morar no apartamento. Abriu todas as portas do guarda-roupa embutido na parede e ficou observando a parte que continha os seus pertences (uma parte pequena) e o vazio nas outras partes. Maggie se sentia como se o seu coração fosse o vazio daquele guarda-roupa. Por sorte todos os seus pertences couberam perfeitamente na mala, mesmo as roupas novas. Em uma extremidade do closet, o centro, havia um pequeno local para se guardar joias. A única joia que pegou foi uma pulseira ganhada de presente de sua avó materna. A pulseira que havia ganhado de Gustavo ela tirou de seu pulso e guardou no mesmo lugar onde havia pegado a sua outra pulseira.

Maggie respirou profundamente tentando segurar a angústia e o choro. Ela se lembrou do dia em que Gustavo a presenteou. Ela amou, ama tanto a pulseira que o seu coração se despedaçou ao virar para trás e deixa-la sozinha. Mas Maggie possui o seu próprio orgulho ferido como qualquer outra pessoa.

Maggie caminhou por todos os cômodos do apartamento enquanto se despedia e chorava ao lembrar dos melhores dias de sua vida que viveu naquele lugar. Caminhou em direção a porta e ao escuta-la se fechar atrás de si, Maggie fechou os seus olhos sentindo a angústia dominar o seu coração. Ela não se atreveu a olhar para trás, em qualquer momento. Seguiu para o elevador e aperto o botão do térreo, ao sair deixou sua chave na portaria.

Enquanto o táxi de distanciava Maggie virou o seu rosto para trás, e através do vidro de trás do carro observou pela primeira vez a beleza do maravilhoso arranha céu que acabara de sair. Ela suspirou profundamente, ao pensar que nunca mais colocaria os pés naquele lugar.

Minutos depois, o táxi estacionou da porta da sua antiga casa.

— Tenha uma ótima noite, senhorita. — Disse o Taxista antes de Maggie fechar a porta.

— Para o senhor também. — Disse Maggie com um meio sorriso.

Maggie escutou o barulho do motor do táxi de distanciar e respirou profundamente antes de apertar a campainha. Maggie olhou para um lado e para o outro e finalmente escutou a porta se abrir.

— O que você está fazendo aqui? — Indagou Scott confuso?

— Boa noite para você também, Scott.

— Boa noite. Ainda não me respondeu.

— Eu vim... perguntar se eu posso ficar aqui essa noite.

Scott gargalhou o que fez Maggie se sentir humilhada.

— Pelo visto o riquinho cansou do brinquedo. Também, ele é casado com uma mulher linda e gostosa. É claro que se cansaria de uma pessoa como... você.

Maggie engoliu a seco.

— Eu não vim aqui para ser humilhada por você.

— Então dá meia volta e vá embora.

Maggie fuzilou Scott.

— Meu pai deixou essa casa para mim e para a minha mãe.

Scott nada disse apenas engoliu a sua raiva e deixou Maggie passar.

— Entra.

Maggie passou por Hardin, que a fuzilou com um olhar feroz e cheia de raiva. Ao entrar na sala, Maggie deu um leve suspiro ao se lembrar das maravilhosas memórias que viveu dentro da sua casa quando o seu pai estava vivo. Se lembrou de todos os dias de ação de graça. Do natal e os enfeites escandalosos que a sua mãe comprava, e das milhares de meias pendurada por volta da lareira. Lembrou também de todos os seus aniversários, quando os seus pais a acordavam cantando parabéns com um lindo bolo de morango, e um simples, mas maravilhoso presente que ela sempre recebia com muito amor e carinho.

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