11 motivos para amar Izuku Midoriya || BAKUDEKU

12 - Final.

Após chegar em casa com a minha mãe eu comecei a chorar sem conseguir parar, o que é bem idiota levando em conta que é por desilusão amorosa e não por algo mais sério. Mas foda-se. Eu abracei a minha mãe e eu fiquei chorando deitado no sofá com a cabeça no colo dela enquanto falo sobre tudo, tudo mesmo, e ela ficou acariciando o meu cabelo enquanto me dava papel pro catarro. Foi bom até, nunca fiz isso com ela.

Tomei um banho após esse desmoronamento emocional, vestindo um conjunto de moletom e meias pra ficar na sala comendo lanches que a minha mãe fez e vendo série. Me aconcheguei em meio aos travesseiros, deixando um rolo de papel higiênico ao meu lado por precaução. Peguei um dos lanches e mordi, sentindo o gosto do atum e fiquei relaxado, dando play em "Doctor Who" e a minha mãe me trouxe refrigerante. Eu estava bem agora no geral, comendo o meu lanche favorito, vendo uma série boa e com a mamãe em casa me dando atenção. A única coisa que quebra tudo isso é pensar que o Izuku agora sabe de tudo e que não deve se importar com os meus sinceros sentimentos.

Ele queria que eu esperasse, mas pra quê? Queria pedir desculpas, dizer que tudo bem e que a gente poderia ser amigos ainda? Voltar a ser como antes quando a gente tinha seis anos? Porra, não é o que eu quero.

Minha mãe se sentou ao meu lado para assistir comigo, e ela fez pipoca também pra gente poder comer enquanto assistia. - Eu acho essa atriz aí muito bonita. - A minha mãe disse apontando pra uma mulher que apareceu, e eu nem sei quem é essa personagem e nem quem é a atriz, mas se a minha mãe tá dizendo que conhece.

- Você só elogia as mulheres da série, nunca te ouvi falando dos atores homens.

- É pro seu pai não sentir ciúmes. E eu não posso elogiar uma mulher tão bonita quanto eu? Só porque você não sente atração por elas que não deve saber dizer que elas não são lindas. - Cemicerrei os meus olhos pra ela, pegando um pouco de pipoca com um olhar suspeito. Se a minha mãe for bixessual e eu não sei? Ave Maria.

A campainha tocou, mas eu ignorei e continuei vendo a série, mas aí eu pensei em quem que iria vir aqui em casa em plena sete da noite sem ser o meu pai? Ele tem chave, não precisa usar a campainha. - Mãe, você está esperando alguém? - Perguntei a encarando, mas ela também parecia não entender, mas se levantou.

- Não, e creio que você também não. Vou lá, já volto. - Assenti com a cabeça, pegando mais pipoca enquanto a minha mãe ia até a porta. A porta tinha uma visão pra cozinha antes de chegar na sala por causa de uma parede que fazia um pequeno corredor na entrada, e por isso eu não conseguia ver muito bem a porta quando a minha mãe abria, então apenas fiquei olhando pra televisão na paz de Deus.

Até que eu ouço quem havia tocado a campainha. - Izuku?! Ah, meu Deus! Quanto tempo garoto! - Quase engasguei com o milho da pipoca quando a minha mãe fala aquilo bem alto pra mim poder ouvir, descendo do sofá e comecei a engatinhar até a escada, tentando fugir daquilo. Que merda?! O que ele tá fazendo aqui caralho?!

- Olá dona Mitsuki! Tem muito tempo que eu não apareço aqui, não é? Eu vim ver o Kacchan, ele está? - Ouvi a pergunta e tampei a minha boca com uma mão, chegando perto da escada pra subir e comecei a tomar cuidado ainda abaixado.

- Oh, o Katsuki está dormindo agora, ele dorme cedo, você sabe como é, mas amanhã talvez ele esteja acordado em casa e- - A minha mãe parou de falar pois nesse momento eu errei a mão na escada e acabei caindo, o que me fez gemer de dor e xingar por ter doído pra caralho. Ficou um silêncio lá embaixo e eu juro que ouvi daqui ela suspiar. - Pelo que parece ele acordou, pode entrar, Izuku, fique a vontade. - Reprimi um grito e subi as escadas correndo, quase escorregando por estar de meia mas cheguei no meu quarto e encostei a porta, começando a arrumar o meu material escolar na minha escrivaninha e dando graças a Deus por eu ser bem educado e ter todas as roupas sujas já no cesto pra lavar, bagunçando a minha cama para que pareça que eu estava dormindo a horas e me deitei de costas pra porta, olhando para a minha parede com os pôsters e desenhos das minhas séries e livros favoritos.