Abriu a porta do seu quarto aos prantos, abalado com o que aconteceu, encostou até ouvir o som dela se fechando e se jogou em sua cama, com a coluna totalmente nada reta, olhou para frente vendo onde o rapaz que o vivia seguindo dormia. Respirou fundo e balançou sua cabeça tirando o óculos e colocando na sua mesa, várias emoções o tomam conta, raiva, ansioso com o que virá, tristeza que se relaciona com mágoa e o vazio, o sentimento de abandono.
Primeiro sua irmã lhe abandonou, muito nova e inocente, e uma das únicas a lhe apoiar e levantar seu astral após ser bombardeado, maltratado e humilhado. Depois, o afastamento que teve para longe de sua mãe, a última que jurou lhe proteger, mas é submissa ao pior homem que já conheceu.
Quando foi abordado por aqueles marginais, uma parte de si desejou ser surrado até morrer, câncer não há cura, e acabaria levando sua pequena à morte, mas estava com esperança, estava crendo que o tratamento que lhe disseram poderia amenizar a dor e diminuir aquilo que a fizesse tão mal. A intervenção de Hanma o fez voltar a si, se pudesse voltar no tempo, iria surrar-lo por ter se metido, mas isso iria deixar sua vida pior?
Os dias não foram tão horríveis depois de o conhecer, claro que odiava ouvir a voz dele, mas era um pretexto para não aprofundar mais a relação, a morte da jovem lhe abalou tanto que ficou semanas sem sair de casa, apenas ficou trancado em casa recebendo as punições que sempre recebeu caso tirasse uma nota menor que A + (10).
O colégio foi o seu refúgio, conheceu várias pessoas e clubes que se interessou de cara, mas seu pai o estaria lhe movendo até de longe, todos os clubes rapidamente foram "preenchidos", sem vagas, e o único que sobrou foi "Xadrez".
Hanma — mesmo sendo perseguidor e grudento — havia vezes que era legal, tentava ao máximo não rir de nenhuma brincadeira estúpida que fazia na sala de aula, e o pior, empenhava ser o mais rude para não gostar daquela versão dele, aquela que o fazia esquecer dos seus objetivos. Conforme o tempo, durante cinco anos, esse lado que havia inventado o tomou conta, já não sentia o que sente faz anos, a dor em seu peito é pior do que tinha.
A rejeição de mais um é amedrontador, o que planta terá de colher sem pestanejar e lamentar.
Odeia a solidão, odeia ser ele mesmo, odeia não ter mais ninguém ao seu lado.
[...]
— Chifuyu, me deixe ir com você — Pediu suplicante para o príncipe que ainda está vagando pelo pensamento.
— Não, quero ficar sozinho — Disse se esfregando no casaco preto de Keisuke, e este somente fica de cabeça baixa deixando o noivo resolver. A loira suspira e levanta do banco mau parafusado e desce os degraus, seu salto baixo pisa na estrada molhada e vira para a porta aberta da ambulância, preocupada.
— Sinto muito mesmo… — O motorista espera a conversa se encerrar antes de fechar e voltar para seu veículo, mas a princesa não obteve resposta. Os pés que se mostram delicados viram para a direção do portão principal onde está aberta para entrada de policiais e outras pessoas que se aplicam no ramo de assassinatos, caminhou para o dormitório enquanto o desconhecido fecha a ambulância.
— Onde devo levá-los?.
— Onde você mora, Baji? — Perguntou sem movimentar seu corpo, com os braços cruzados um no outro, e a cabeça loira encostada em seu ombro, o moreno o olhou de relance preocupado com sua situação atual.
— Eu vou aonde você for — Falou levando sua grande mão para o ombro do jovem trazendo-o para mais perto.
— Sua mãe deve estar preocupada, você vai para sua casa e eu para minha — Recusou totalmente a decisão de Keisuke.

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𝐓𝐇𝐄 𝐒𝐖𝐄𝐄𝐓 𝐒𝐖𝐈𝐌𝐌𝐈𝐍𝐆 𝐁𝐎𝐘
Fanfiction(DROPADA) Chifuyu, um jovem de alta classe social (por ser filho do rei) sempre está metido em grandes problemas, numa dessas, sua família já cansada do seu comportamento, o envia para um internato em Shibuya. Só não contava com uma coisa, com uma c...