CHAPTER ELEVEN

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Abriu a porta do seu quarto aos prantos, abalado com o que aconteceu, encostou até ouvir o som dela se fechando e se jogou em sua cama, com a coluna totalmente nada reta, olhou para frente vendo onde o rapaz que o vivia seguindo dormia. Respirou fundo e balançou sua cabeça tirando o óculos e colocando na sua mesa, várias emoções o tomam conta, raiva, ansioso com o que virá, tristeza que se relaciona com mágoa e o vazio, o sentimento de abandono.

Primeiro sua irmã lhe abandonou, muito nova e inocente, e uma das únicas a lhe apoiar e levantar seu astral após ser bombardeado, maltratado e humilhado. Depois, o afastamento que teve para longe de sua mãe, a última que jurou lhe proteger, mas é submissa ao pior homem que já conheceu.

Quando foi abordado por aqueles marginais, uma parte de si desejou ser surrado até morrer, câncer não há cura, e acabaria levando sua pequena à morte, mas estava com esperança, estava crendo que o tratamento que lhe disseram poderia amenizar a dor e diminuir aquilo que a fizesse tão mal. A intervenção de Hanma o fez voltar a si, se pudesse voltar no tempo, iria surrar-lo por ter se metido, mas isso iria deixar sua vida pior?

Os dias não foram tão horríveis depois de o conhecer, claro que odiava ouvir a voz dele, mas era um pretexto para não aprofundar mais a relação, a morte da jovem lhe abalou tanto que ficou semanas sem sair de casa, apenas ficou trancado em casa recebendo as punições que sempre recebeu caso tirasse uma nota menor que A + (10).

O colégio foi o seu refúgio, conheceu várias pessoas e clubes que se interessou de cara, mas seu pai o estaria lhe movendo até de longe, todos os clubes rapidamente foram "preenchidos", sem vagas, e o único que sobrou foi "Xadrez".

Hanma — mesmo sendo perseguidor e grudento — havia vezes que era legal, tentava ao máximo não rir de nenhuma brincadeira estúpida que fazia na sala de aula, e o pior, empenhava ser o mais rude para não gostar daquela versão dele, aquela que o fazia esquecer dos seus objetivos. Conforme o tempo, durante cinco anos, esse lado que havia inventado o tomou conta, já não sentia o que sente faz anos, a dor em seu peito é pior do que tinha.

A rejeição de mais um é amedrontador, o que planta terá de colher sem pestanejar e lamentar.

Odeia a solidão, odeia ser ele mesmo, odeia não ter mais ninguém ao seu lado.

[...]

— Chifuyu, me deixe ir com você — Pediu suplicante para o príncipe que ainda está vagando pelo pensamento.

— Não, quero ficar sozinho — Disse se esfregando no casaco preto de Keisuke, e este somente fica de cabeça baixa deixando o noivo resolver. A loira suspira e levanta do banco mau parafusado e desce os degraus, seu salto baixo pisa na estrada molhada e vira para a porta aberta da ambulância, preocupada.

— Sinto muito mesmo… — O motorista espera a conversa se encerrar antes de fechar e voltar para seu veículo, mas a princesa não obteve resposta. Os pés que se mostram delicados viram para a direção do portão principal onde está aberta para entrada de policiais e outras pessoas que se aplicam no ramo de assassinatos, caminhou para o dormitório enquanto o desconhecido fecha a ambulância.

— Onde devo levá-los?.

— Onde você mora, Baji? — Perguntou sem movimentar seu corpo, com os braços cruzados um no outro, e a cabeça loira encostada em seu ombro, o moreno o olhou de relance preocupado com sua situação atual.

— Eu vou aonde você for — Falou levando sua grande mão para o ombro do jovem trazendo-o para mais perto.

— Sua mãe deve estar preocupada, você vai para sua casa e eu para minha — Recusou totalmente a decisão de Keisuke.

𝐓𝐇𝐄 𝐒𝐖𝐄𝐄𝐓 𝐒𝐖𝐈𝐌𝐌𝐈𝐍𝐆 𝐁𝐎𝐘 Onde histórias criam vida. Descubra agora