𝐓𝐇𝐄 𝐒𝐖𝐄𝐄𝐓 𝐒𝐖𝐈𝐌𝐌𝐈𝐍𝐆 𝐁𝐎𝐘

CHAPTER TEN

- CHIFUYU, ESPERA! - As pernas longas do aluno nadador tentam ao máximo alcançar o loiro fora de si, atravessa a rua sem olhar para os lados ou reduzir a velocidade, não sabe o que está havendo com ele e o porquê de estar agindo de tal maneira. O fôlego já não está mais intacto, seu peito dói de tanto correr sem pausas, mas com certeza o de Matsuno está mais, a forma que seu rosto mudou ao atender a ligação deve ter sido bastante chocante, mas o que será?

Os carros começam a buzinar freneticamente enquanto alguns outros gritam demonstrando sua raiva pela incompetência do príncipe, mesmo sendo da realeza e futuro rei, os plebeus ainda guardam rancor pelo superior atual. Derrapou da colina de grama quase caindo no lago, mas seu corpo caiu contra a terra molhada.

- CHIFUYU!- Baji olha para o fundo vendo a imagem de Matsuno, os ombros descem e sobem, recuperando sua respiração, Keisuke desceu com cuidado e parou ao lado do jovem, que ainda se levanta do tombo, arregalou seus olhos notando lágrimas escorrer pela bochecha do amigo - Ei...o que- - Nem terminou seu questionamento.

- Disseram...a moça...disse que o Kazutora está morto... - Nesse momento, o moreno entendeu e reagiu de mesma forma, seu mundo desabou em instantes assim como o do príncipe que volta a se locomover, mas agora quem o impede é o moreno que agarra com toda sua força o seu braço, Matsuno tenta se soltar e resmungar sobre a ação do outro, mas é calado assim que a voz de Baji se ecoa de forma grave e grossa.

- Você não tem consciência dos seus atos, Chifuyu!? - Seu semblante mudou drasticamente para uma de confuso, se questiona o porquê do moreno estar desse jeito, claro que Kazutora era o seu melhor amigo, mas agir dessa forma...é preocupação em relação a ele?

- O que?

- Eu sei que está triste, mas não saia correndo sem me dizer nada! Agora pouco você quase cai nesse lago fundo, você tem que pensar nos seus atos! - Bem de perto, mesmo o amigo de cabelos soltos cuspindo inúmeras palavras em sua cara, o príncipe percebe seus olhos ficarem vermelhos, gotículas a se formar e a voz falhar, fora a força que utilizava em suas mãos para forçar ele a permanecer no lugar ir se esvaindo sob o vento fraco - Se for verdade...se for verdade que o Kazutora está morto...eu não quero perder você, muito menos ele...

- Baji... - Ficou em choque ao ver seu amigo desabar em sua frente, com a cabeça baixa tentando não mostrar sua fraqueza, talvez, para o príncipe. Chifuyu leva suas mãos até os pulsos do jovem chorando e os tira de perto, mas não desfaz do calor que suas palmas recebem tocando a pele úmida do mais alto - Algo dentro de mim grita dizendo para não acreditar nisso, eu tenho que ir, não quero te preocupar e você tem que ir embor-

- Eu não vou te deixar ir sozinho! - Disse decidido enxugando suas lágrimas com o pulso liberado das mãos trêmulas do príncipe.

- Mas e a sua mãe, Baji? Você não deve deixar ela, e caso aconteça algo que ela precise de sua ajuda?

- Quero ver com os meus próprios olhos se ele está morto ou não!

[...]

O pronto socorro já se avista de longe, o caminho todo foi silencioso e calmo, Matsuno tentava acalmar o amigo enquanto ele fazia o mesmo, ambos tem esperança de que aquela ligação tenha sido de brincadeira, uma bem estúpida. Uma das mãos de Baji buscam o calor do loiro, no momento precisava de qualquer coisa que lhe segurasse para manter a sanidade restante.

Seu corpo todo treme assim como o do príncipe, suas narinas doem pelo choro recente e do frio que adentra em seus organismos. Levemente, Chifuyu sentiu sua mão ser agarrada fracamente, olhou para o lado vendo o rosto de perfil do jovem que não permitiu sua retirada. Pegou a palma de Keisuke e colocou dentro do bolso do casaco marrom, o mesmo que ele usou na noite que Manjiro fez a festa especialmente para si. A porta do estabelecimento se abre mostrando uma figura conhecida saindo do local, com um vestido meio rodado cinza e cobertor rosa enrolado em seu corpo, a princesa, futura esposa, próxima rainha, encontra Matsuno e correr até ele desesperada.