•La Violencia•

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Oláá, queridos! Voltei o mais rápido que pude, admito que eu estou DOIDA de ansiedade para prosseguir cada vez mais com a história, minha mente borbulha de ideais! Eu fico muito feliz que estejam gostando, cada comentário e voto me enchr de alegria e aquece meu coração! Vocês são simplesmente incríveis!

Bom, no entanto, temos um alerta de gatilho para esse capítulo: como o título já diz, será retratado uma pequena parte do período de La Violencia, de forma que é uma parte mais densa da história. Se você não se sente bem com sentimentos de luto, perda, com descrições violentas e menção a morte, eu peço para que priorize sua saúde mental e pule este capítulo. Não se preocupem, eu vou contextualizar todos no próximo capítulo, então não se forcem a ler algo que possa causar algum mal a vocês.

Dito isto, eu espero que gostem do capítulo!

Há cinquenta anos, Alma Madrigal havia perdido tudo o que tinha

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Há cinquenta anos, Alma Madrigal havia perdido tudo o que tinha. Junto de sua casa e de seu marido, suas esperanças haviam morrido e se tornado pó sobre as águas frias do rio, desaparecendo bem a frente de seus olhos e deixando-a sozinha com seus medos e sua dor agonizante. Pelos seus três filhos, Alma se reergueu e seguiu em frente de cabeça erguida, fazendo o possível para manter sua nova família sempre segura e feliz, mantendo o controle sobre cada minuto da vida de todos para nunca mais correr riscos. Mas ela não se sentia verdadeiramente viva enquanto assistia Julieta, Pepa e Bruno crescerem maravilhosamente bem. Não se sentia viva quando seus netos corriam pela casa em uma gritaria sem fim, brincando como crianças normais. Nada havia trazido sua felicidade de volta, ao menos não a parte mais essencial dela. Sem Pedro, tudo era um vazio interminável. 

Mas Mirabel havia conseguido resgatá-la de sua prisão de solidão, abrindo seus olhos para a vida que estava desperdiçando, para todos que a amavam e ainda estavam ali junto dela, fazendo o possível para mantê-la feliz e orgulhosa. Ela se sentiu sozinha sua vida inteira, mas nunca realmente esteve. Sua neta, a qual mais havia se esquecido durante aqueles longos anos, a envolveu não apenas em um abraço, mas a libertou de dentro de si mesma. Mirabel não fazia ideia do quanto ajudava sua família, do quanto Alma precisava dela para continuar mantendo todos seguros e, acima de tudo, livres. Observando-os enquanto se preparavam para cuidar de sua vila e de seu povo, ela soube que ainda tinha muito para aprender. Soube que poderia sempre contar com sua família. 

— Abuela — a voz suave e baixa de Camilo atraiu sua atenção e um sorriso fraco e preocupado se formou em seus lábios finos, levando a mão até a bochecha do garoto e acariciando lentamente sua pele macia. Ela se lembrava de quando ele era apenas uma criancinha correndo pelos quartos e pregando peças em todos, pedindo por histórias a cada noite e imitando todas as falas do livro de O Mágico de Oz que havia ganhado de Alma quando tinha três anos. Ele havia crescido muito e se tornado um bom Madrigal, uma pessoa boa e empática. Havia algo nele que a fazia se lembrar vagamente de Pedro, talvez a forma como seus olhos esverdeados brilhavam quando estava animado ou o modo como ele cuidava bem de sua mãe e de seus primos, talvez fosse apenas o jeitinho brincalhão que arrancava risadas de todos. — Talvez seja melhor a senhora ficar aqui, é perigoso ir lá fora... 

A Ilusionista | Camilo Madrigal - Encanto |Onde histórias criam vida. Descubra agora